A Bela e o Monstro é a versão live-action de um dos clássicos mais conhecidos e acarinhados da Disney e que inspirou várias gerações. Esta história de encantar chega agora ao grande ecrã e encanta mesmo! Mas não tanto assim…
Este filme marca a estreia de Bill Condon (realizador de Dream Girls e argumentista de Chigaco) à frente de um projecto da Disney, mas é fácil perceber o porquê. Bill está ligado ao mundo do cinema com inúmeros sucessos alcançados e esteve por detrás de musicais de sucesso, por isso o seu olho foi de extrema importância para os momentos musicais que enriquecem todo o filme, com a dificuldade acrescida de alguns deles serem protagonizados não pela bela, passo a redundância, Emma Watson, mas por peças de mobília, animadas em CGI. O resultado final não falha, muito pelo contrário, por momentos parece que os diálogos foram deixados para segundo plano.
Claro que percebo que a Disney tem uma linha editorial bem definida, por isso estamos perante um musical de fantasia clássico. Uma cena de dança e canto com uma série de pessoas que ia a passar na rua é como somos recebidos no inicio do filme, cena que dita o mote para o ritmo levado por toda a história. Desde o ritmo, às reviravoltas, a Disney mostra que ainda não perdeu a magia de nos surpreender, mesmo contando uma história que quase todos já ouvimos em pequenos.
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Emma Wattson é Bela. Não no papel, mas literalmente! Emma é uma reconhecida lutadora pela igualdade entre os sexos e respira nesta personagem toda a energia necessária para fazer desta Bela uma personagem forte e destemida. Encontrando o equilíbrio perfeito entre a “dureza” que a sua personagem necessita para enfrentar toda a história que vive, com a “leveza” típica de uma princesa. Emma é uma das actrizes mais bonitas da sua geração e encaixa-se na perfeição na pele de uma princesa que emana beleza, até pelo nome.
Todo o elenco, como é típico da Disney, não foi deixado ao caso, e nele conseguimos encontrar grandes surpresas nas interpretações, como é o caso de Josh Gad, responsável por levar ao grande ecrã LeFou. Esta personagem é pareada com Gaston, interpretada por Luke Evans (Drácula: A História Desconhecida, Velocidade Furiosa 6), e foi anunciado, mesmo antes da estreia do filme, que seria a primeira “presença homossexual” num filme da Disney. A forma como esta sub-história é colocada é deliciosa e delicada, porém, longe de merecer todos os olhares que sobre si recaíram. Pela história e não pela prestação de Josh Gad, actor que já trabalha com a Disney em vários projectos de animação viu agora uma oportunidade de dar mais que a voz a uma personagem, algo que tinha feito em poucas ocasiões, tais como O Amigo do Peito e O Amor é o Melhor Remédio.
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Visualmente, o filme é apaixonante. A perfeição com que é retratado cada um dos detalhes da imagem faz com que seja muito mais fácil sermos levados para um mundo de fantasia e encanto, capaz de surpreender a grande maioria dos seus espectadores. Claro está que o filme encontra todas as limitações que uma adaptação de uma história já conhecida enfrenta, principalmente as expectativas que o grande público pode ter em relação a algum momento. Porém o estúdio fez um óptimo trabalho a retratar personagens como Cogsworth, um relógio cuja voz é dada pelo Sir Ian McKellen, conhecido como o Magneto dos primeiros filmes X-Men e Gandalf da saga O Senhor dos Anéis; e Lumière, um candelabro que recebe voz por Ewan McGregor, conhecido como Obi-Wan Kenobi em Star Wars.
A musicalidade e a imagem combinam para criar o ambiente perfeito para uma história que nos pode fazer sonhar com contos que ouvíamos em pequenos. Não é um filme pretensioso e não tenta ser o filme de uma vida, mas entrega uma bela história e duas horas muito divertidas.