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Aliados apresenta-se como um filme que tem um bocadinho de tudo: acção, romance, drama, guerra… O problema acaba mesmo por ser esse. Ao querer ser tanto e tudo ao mesmo tempo, a película perde-se e acaba por desapontar num enredo e elenco que podiam ter dado muito mais.

Desde cedo conhecemos as personagens principais. Max Vatan (Brad Pitt), um agente da inteligência canadiana, e Marianne Beauséjour (Marion Cotillard), uma sobrevivente da resistência francesa anti-nazi. Ambos têm um objectivo comum: erradicar o nazismo. Desta maneira, são ambos destacados para uma missão conjunta. Até aqui tudo bem. Ambos trabalham juntos durante alguns dias e aí a coisa deu-se. Tornaram-se um casal sensação e eram, supostamente, inseparáveis. Tiveram um filho e ainda mais apaixonados ficaram.

aliados

Tudo um mar de rosas, portanto. Até ao dia. Num belo e normal dia de trabalho, Max é informado que a sua mulher pode, ou não, ser uma espia infiltrada. Max refuta tudo o que lhe dizem, claro. Faz tudo para provar o contrário e é assim que começa finalmente o bocadinho de acção do filme, depois da grande parte romântica do mesmo. É que para chegar a esta parte, que era a que mais queria ver, é preciso saber esperar entre diálogos que pouco ou muito pouco interessam e um número recorde de frames do rabo de Brad Pitt e algumas cenas de nudez da bela Marion Cotillard, especialmente para agradar a algum público e para desviar a verdadeira chatice que o filme estava a ser até aí.

A verdade é que o filme promete muito, mas pouco cumpre.

Quanto a Brad Pitt e a Marion Cotillard, formam uma boa dupla. Bem, tendo em conta que a actriz atrás mencionada é acusada de ser o motivo da separação do super-casal Brangelina, é melhor que façam uma boa dupla. Têm uma boa química no ecrã e são reconhecidamente bons actores. No entanto, Brad Pitt devia sentir um bocadinho que ainda estava em Sacanas Sem Lei. É que apesar do seu papel ser o de um militar canadense, Brad continua a usar aquele sotaque que fica entre o do Tennessee e o do Missouri. Quanto ao sotaque, foi mauzinho. Falou um pouco de francês e safou-se bem, melhor do que esperava. Passando agora à actuação em si, não há grandes críticas a fazer.

Tirando o sotaque que é claramente a sua maior desvantagem, o actor mantém-se consistente, sendo que o seu papel não é bastante exigente. Ele também já está habituado a este tipo de papel. Quanto a Marion, é, para mim, sempre deslumbrante. A sua persona emana um certo mistério, logo este papel assenta-lhe que nem uma luva. Neste caso, não podemos criticá-la em termos de sotaque, visto que, esta é francesa e fala perfeitamente a língua, apresentando também o total domínio do inglês já há uns bons anos. Gostei do seu papel, assim como da sua performance e esta é, claramente, a figura central do filme.

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Quanto à realização de Robert Zemeckis, foi mediana. Não existiram grandes pontos fortes, mas também não notei falhas claras. A fotografia do filme chega a ser, por vezes, deslumbrante. As paisagens de Marrocos são, para mim, as mais belas do filme. Alguns sítios que se nos apresentam, romantizam algumas cenas, que não teriam metade do interesse sem eles. Falo aqui das bonitas paisagens de Marrocos ou da base aérea londrina que retoma aos tempos da Segunda Guerra Mundial. De realçar também os bons detalhes dos vestuários, das salas e restantes cenários interiores e, no geral, do ambiente, que apesar de ser no meio de uma guerra, é bastante luxuoso. Mas é verdade que é algo que já vimos a ser bem feito mais do que uma vez.

A verdade é que o filme promete muito, mas pouco cumpre. Imagino que para a maioria, onde me incluo, o que queiram ver é o que o trailer mostra: um mistério com um cheirinho romântico e uma pitada de acção. Se achas que vais ver isso, enganas-te. Aliados, acaba por ser um filme enfadonho, sem muito que se lhe diga e que já vimos muitas vezes. O argumento tinha tudo para dar certo se a ideia fosse explorada tal como é no trailer. Mas não o é, e o filme perde imenso com isso. Ganha-se um romance batido e perde-se um potencial mistério que parecia ter muito mais para oferecer. Estamos demasiado tempo há espera que algo em concreto aconteça, e quando acontece ficamos do género: ”Ok, era isto?”. Não foi bom mas também não foi mau, mas sente-se um bocadinho que foi um desperdício de tempo. E isso não costuma ser bom sinal.

Está-Quase-Lá

Vais ao cinema ver este novo filme de Brad Pitt e Marion Cotillard?