O nome Wachowski é sinónimo de qualidade. Matrix irá ser para sempre um marco no cinema e os filmes que se seguiram não desiludiram. No seu mais recente filme, Andy e Lana, surpreenderam pelo seu imaginário mas falharam em tudo o resto.
Jupiter Jones (Mila Kunis) descobre, com a chegada à Terra de Caine Wise (Channing Tatum), que ela é a herdeira legitima da Terra. No entanto a família Abrasax, uma das mais poderosas do Universo, irá fazer de tudo para que ela não reclame a sua herança. Juntamente com Caine, um ex militar modificado geneticamente, Jupiter terá de lutar pela sua vida ao mesmo tempo que tenta salvar a sua família e o planeta Terra.
A história soa bem não soa? Pois, fica-se por aí. Desde o primeiro minuto que o filme é bombardeado com clichés. Não que isso seja mau. O problema do filme é que não soube usar esses clichés de forma inteligente.
A donzela cai milhares de vezes ao longo do filme e o herói salva-a no ultimo segundo. O herói está quase a morrer e salva-se milagrosamente. Algo decisivo está a acontecer e em vez de levar segundos, leva uma eternidade para que ao ultimo momento tudo mude. E muito mais. Baaaaaaaaaaaaaaaaaaaah ABORRECIDO!!!
A história tinha potencial para ser muito mais mas não tem ambição. O que é uma pena porque o universo criado pelos Wachowski impressiona. É rico, vasto e dá vontade de mergulhar nele e descobrir todos os segredos. Numa época em que a Ficção Cientifica se resume a filmes “realistas” (Gravidade, Interestelar) ou adaptações de livros ou bandas desenhadas, um universo destes é uma lufada de ar fresco. Para os fãs de Ficção Cientifica e Fantástico este filme é um festim para os sentidos. O único problema é mesmo a história. E é impossível contornar esse Jar Jar Binks.
As interpretações são medianas e um filme destes não pede mais. Todos os actores estiveram bem e há química entre a Mila Kunis e o Channing Tatum.
Os efeitos especiais são um regalo para os olhos. As imagens do espaço são lindas e no resto do filme foram usados com mestria. Quanto à edição do filme há algumas inconsistências. Algumas cenas de acção demoram demasiado e o filme tem algumas quebras de ritmo que não ajudam de todo.
Os Wachowski tentaram criar algo original e isso é de louvar, mas talvez esteja na hora de repensarem a forma como constroem os seus filmes. Estamos, por isso, perante uma pérola mal polida. Um universo fantástico que ao contrário de Jupiter Jones não está fadado a grandes feitos.