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O Caso Spotlight, é um filme que me interessou bastante desde o seu primeiro trailer pelo seu conteúdo, e o importante aqui é de facto estarem cientes que este não é um filme que se veja por entretenimento mas sim para conhecimento.

É um filme com poucas paragens mas que vem em boa dosagem para o espectador se integrar no meio da acção e com um ritmo descompassado que dá às cenas o tempo suficiente para atingirem todo o seu impacto. Daqui é logo de se louvar a dupla de edição de Tom McArdle e direcção de Tom McCarthy que como noutros trabalhos como O Visitante e A Estação, conseguem captar o espectador dentro do filme com um enredo excelente que está sempre a desenvolver-se e a acrescer nas nossas expectativas!

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O Caso Spotlight passa por um filme biográfico com uma transparência como não é muito típico de um filme estadunidense. O que quero dizer com esta última parte é que não há mais nada que componha o enredo a não ser o objectivo dos Spotlight trazerem a público os ficheiros sobre os casos de pedofilia na igreja. Quase não se notam personagens “principais” e nem a estas são conferidos backgrounds e profundidade suficientes para se entenderem muito bem como estas se relacionam umas com as outras ou como vivem as suas vidas. São simplesmente jornalistas que estão sempre à carga a investigar o caso.

O guião consegue estabelecer os conflitos e desenvolvê-los de modo a embrenhar muito bem o espectador numa espiral de entraves que afectam esta investigação ao passo que os membros do Spotlight vão escavando alternativas. Estamos sempre a evoluir neste filme. Nunca ficamos parados à espera de uma solução! De facto, Josh Singer (O Rosto da Mentira) permite-nos acompanhar muito bem a progressão dos conflitos que com o toque na edição no filme,está mesmo a roçar a perfeição!

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É de destacar a interpretação de Mark Ruffalo (Hulk)que se apodera totalmente da personagem e sente-se que está perfeitamente confortável a vestir a pele de um dos jornalistas do Spotlight. Michael Keaton depois da sua excelente interpretação em Birdman, deixou-se ficar à quem das expectativas, nunca embrenhando mesmo na personagem. Rachel McAdams (Red Eye, Sherlock Holmes) é um dos nomes mais falados deste filme mas não sinto que a interpretação desta esteja à altura de tantas expectativas, pois a sua personagem parece interessante mas com uma falta de desenvolvimento que me deixa a desejar ter visto mais dela.

Outro destaque mais que merecido neste filme é o grande, o excelentíssimo Howard Shore  (Senhor dos Anéis) que compõe a banda sonora. Certas composições estão tão boas que é de emocionar o toque e a atmosfera que ele traz ao filme!