Crítica | The Walk – O Desafio

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Robert Zemeckis faz bons filmes. Isso é um facto. Mas The Walk – O Desafio não me chamava minimamente. Foi, portanto, com relutância que fui ver o filme. E gostei muito!

The Walk – O Desafio é bastante directo naquilo que pretende abordar. A realização do sonho do francês Philippe Petit. O filme é apenas isso. Não perde tempo com desenvolvimento de personagens, nem com a exploração da sociedade na época, nem entra em grandes dramas. Tudo é sublime e o filme resulta por isso mesmo.

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A sinopse diz que é a história verídica de um jovem sonhador, Philippe Petit, e um grupo de improváveis aliados que juntos conseguem o impossível: colocar um fio ilegal no tremendo espaço entre as torres do World Trade Center, em Nova Iorque. Com pouco mais do que coragem e ambição cega, Petit e o seu pouco convencional grupo ultrapassam intimidantes obstáculos físicos, traições, inúmeras tentativas falhadas e probabilidades esmagadoras na sua luta para vencer o sistema e executar o seu louco plano…

O filme tem na sua simplicidade, o seu trunfo. A história é bastante básica e tudo se resume ao momento em que Petit anda na corda entre as duas torres do World Trade Center. Para colmatar isso, o filme é-nos apresentado de uma forma bastante ligeira. O facto de Petit narrar todo o filme não é ao acaso. A narração tira o envolvimento do espectador e o mesmo passa a ser de facto um espectador. Esse distanciamento não prejudica o filme porque somos presenciados com excelentes representações e uma realização sublime. Mas essa simplicidade não torna o filme menos profundo. De vez em quando The Walk – O Desafio toca um pouco mais fundo e temos relances da obsessividade, controlo e compulsividade de Petit. Só os loucos conseguem realizar os seus sonhos. Alguém uma vez disse. O filme não desenvolva esse, e outros, temas mas podemos ver que a realidade não foi tão simples como foi relatado no cinema.

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O filme é uma viagem e essa viagem culmina na cena em que Petit atravessa as duas torres do World Trade Center. Os nossos corações param. A cena é vertiginosa e bastante bem feita.

Joseph Gordon-Levitt tem uma interpretação espectacular. É impressionante a sua transformação e quem não o conhece nunca diria que o actor não é francês. Dando-lhe suporte temos um elenco maravilhoso, começando pelo Ben Kingsley e passando pela Charlotte Le Bon, Clément Sibony, James Badge Dale, entre muitos outros.

Robert Zemeckis dá uma estética própria ao filme e trabalha muito bem com a profundidade de câmara. Há cenas que são um assombro. Ajuda muito, também, os efeitos especiais que estão irrepreensíveis.

The Walk – O Desafio foi uma surpresa. O filme é bastante singular e consegue trabalhar muito bem com o material de origem. O resultado é compensador. No final ficamos com uma homenagem a este momento que ficou para sempre na história e que se traduz numa homenagem às próprias torres. Recomendo!

Já tinham ouvido falar deste feito?