VIDA INTELIGENTE | Crítica

Um tiro ao lado.

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Vida Inteligente é o novo trabalho de Daniel Espinosa, sendo o terceiro que o sueco realiza esta década, após Detenção de Risco (2012) e A Criança n.º 44 (2015). Já habituado a trabalhados bem regados com um suspense incrível, volta a 2012 e trabalha novamente com Ryan Reynolds, num elenco que conta ainda nos principais papéis com Jake Gyllenhaal e Rebecca Ferguson.

Estes dois últimos já têm uma vasta experiência em filmes de suspense, Jake conta no seu CV experiência em filmes como Donnie Darko (2001), Zodiac (2007) e Nightcrawler – Repórter na Noite (2014); já Rebecca participou no mais recente A Rapariga no Comboio (2016). Um realizador com experiência e um elenco que não é novo nestas andanças, mas afinal, poderá não ter sido suficiente.

O argumento original ficou a cargo da dupla composta por Rhett Reese e Paul Wernick, uma equipa que já foi responsável por trabalhos como G.I. Joe: Retaliação (2013), Bem-vindo à Zombieland (2009) e Deadpool (2016). Tudo filmes bastante diferentes daquele aqui criado. Sentiu-se que não estavam a jogar em casa. 

Vida Inteligente conta-nos a história já vista e revista aos olhos de tantos, sobre como poderia ser o primeiro contacto da raça humano com qualquer tipo de vida extraterrestre. Sem surpresas, o primeiro acto desenrola-se sobre um vasto leque de elementos-chave (forma simpática de denunciar clichés) que este tipo de filmes nos tem dado. Personagens de pouca profundidade passeiam-se pelo espaço para seguir uma narrativa que não nos apresenta nada de novo.

O cenário que nos é pintado é fiel àquele que acreditamos que pudesse ser o real. O cinema fez um bom trabalho em ensinar-nos como é o imaginário por detrás de uma história de ficção cientifica, o que poupa ao realizador algum trabalho de ambientação do público. Mas essa vantagem não tarda em tornar-se em desvantagem quando deixamos de sentir que o realizador nos tentou levar MESMO para dentro da, neste caso, estação espacial. O decor é giro e realista, mas continuamos a olhar para um quadro e não somos levados para dentro da pintura.

Claro que a prestação do elenco, já “batido” nestas andanças, dá uma certa profundidade ao desenrolar da história, mas com um fraco argumento para trabalhar, acabam por deixar um sabor agridoce aos espectadores; se por um lado estamos perante actores que entregam o necessário no filme, aqui a destacar-se Jake Gyllenhaal, por outro, a falta de motivações coerentes nas personagens, pouca personalidade em cada uma delas e não mais que uma camada de emoções, tornam toda a experiência deste filme muito pior do que poderia ser.

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A banda sonora, como qualquer bom filme de ficção cientifica e/ou suspense (neste caso, ambos) está repleta de música intensa, instrumentais fortes e efeitos sonoros que servem de sinalização para o ambiente que se quer retratar. Nada a apontar neste campo, cumprem com o necessário e colaboram para melhorar o trabalho que já tem uma vertente de imagem muito forte. Vida Inteligente tem uma imagem espacial não futurista, acreditamos nela sem nos impressionarmos nem nos deixarmos envolver no ambiente que recria.

Vida Inteligente tinha tudo para ser um tiro certeiro, mas acabou por ser um tiro ao mesmo alvo a que todos apontam. O resultado final não é fraco, atenção! O filme está longe de ser uma falha e certamente que irá entregar, numa noite de filmes com uma manta, momentos intensos que nos fazem mudar de posição algumas vezes. Porém, não esquecer que uma história como esta pode ser encontrada em vários clássicos, e que, por isso mesmo, devemos ter em conta que por muito que mudemos o tamanho ou a côr, uma roda será sempre uma roda.

És fã deste tipo de filmes?