O francês Jacques Tardi, criador de Adèle Blanc-Sec (adaptada ao grande ecrã em 2010 pelo realizador Luc Besson) vê mais uma das suas obras chegar aos cinemas. Desta vez não se trata da adaptação de uma das suas novelas gráficas, mas da criação de um universo gráfico que tinha o cinema como destino definido à partida: Abril e o Mundo Extraordinário.
Em jeito de sinopse, surge-nos o ano de 1941. O mundo é radicalmente diferente do descrito na História habitual. Napoleão V reina em França, onde, como em todo o mundo, durante 70 anos os cientistas desaparecem misteriosamente, privando a humanidade das grandes invenções. Sem rádio, televisão, eletricidade, aviação ou motores de combustão, é um universo preso a uma tecnologia ultrapassada, como que adormecido no conhecimento do século XIX, governado pelo carvão e pelo vapor. É nesse mundo estranho que uma jovem, Abril, parte em busca dos seus pais, dois cientistas desaparecidos, na companhia de Darwin, o seu gato falante, e de Julius, um jovem das ruas. O trio vai enfrentar os perigos e mistérios desse Mundo Extraordinário.
Neste projeto cinematográfico, Tardi colaborou com a produção na definição das personagens, das suas atitudes, movimentos e esboços. O autor elaborou ainda um storyboard com base na última versão do argumento do filme, definindo assim os espaços e ambientes do filme. Segundo o próprio, tratou-se de uma oportunidade única de ver o seu trabalho transposto para outro meio, mantendo-se a dimensão gráfica e sem a necessidade de atores e adereços como intermediários.
Abril e o Mundo Extraordinário teve antestreia no nosso país na edição deste ano da MONSTRA – Lisbon Animated Film Festival, onde venceu o Prémio do Público, atribuído pelos espectadores do festival. Estreia nas salas de cinema a 20 de Outubro.