A título de nota introdutória ao tópico, para quem desconhece, o Virtual Console é um serviço de distribuição de jogos antigos introduzido na loja online da Wii original. Ao longo do tempo, múltiplos jogos de várias consolas dos anos ’80 e ’90 foram disponibilizados, satisfazendo a saudade da porção mais velha do público, e ao mesmo tempo, dando a conhecer aos mais jovens a fonte de entretenimento dos seus pais ou parentes mais velhos. Este serviço acabou por transitar para a geração de consolas subsequente, tanto para a Nintendo 3DS, como para a Wii U, e continuou até este ano a ser a única forma de compra da vasta maioria da biblioteca digital da Nintendo.
Mas eis senão quando surge algo das trevas, um novo guerreiro na batalha pelo dinheiro do jogador sedento de nostalgia e entretenimento. Nintendo Classic Mini: Nintendo Entertainment System (posteriormente referida por NCM:NES), este é o nome da nova aposta em termos de hardware, por parte da Nintendo, dirigida à época natalícia deste ano.
Munida de trinta jogos lançados primeiramente para a sua versão original, várias opções de apresentação gráfica, e uma dimensão suficiente para caber na palma da tua mão, esta miniatura é ainda assim, mas não desvalorizando a mesma, só mais uma ceifada no campo de trigo já colhido por muitas outras companhias, como a SEGA, que já lançou múltiplos sósias, produzidos por terceiros, da consola clássica da década de ’90, a Sega Mega Drive, com dezenas de jogos integrados. Apesar do conceito não ser algo original, este levanta uma série de questões existenciais relativamente ao já referido Virtual Console, que iremos agora esmiuçar.
Vamos colocar-nos na posição de um comprador de carteira cheia, com tempo livre, vontade de experienciar os clássicos, e indeciso sobre adquirir alguns jogos de NES na loja virtual da Wii U, ou em comprar uma NCM:NES. Comecemos pela primeira coisa que um consumidor enfrenta na compra do que quer que seja, o preço. Tendo em conta que ainda não se conhece o preço a que a miniatura será vendida cá em Portugal, utilizaremos os preços no Reino Unido, onde esta custa 49.99£, perfazendo assim um valor arredondado de 1.67£ para cada um dos trinta jogos incluídos. Por outro lado, cada jogo de NES comprado na Wii U custaria 3.50£ (mais do dobro), sendo que até aqui a questão passa por se queremos apenas uma mão cheia de jogos particulares, ou uma dose concentrada de anos 80.
O próprio nome Nintendo Classic Mini sugere a possibilidade de vermos num futuro não muito distante mais versões miniatura de consolas Nintendo, como uma SNES Mini, ou uma Nintendo 64 Mini.
Quanto à função de pontos de suspensão, a NCM:NES mantém-se a par da Wii U, partilhando as duas esta funcionalidade, e em termos de apresentação visual, a NCM:NES dá um passo em frente quanto à Wii U, disponibilizando várias opções, como a de exibir o jogo da forma mais fidedigna possível ao original numa televisão CRT.
“Uau, a NCM:NES é só vantagens! A Nintendo com certeza vai investir nisto à séria!” é o que estamos todos a pensar certo? Chegamos então ao primeiro solavanco desta história. Quando se pensava na possibilidade revolucionária de uma nova NES chegar ao mercado, deparamo-nos com o facto de que esta não terá qualquer tipo de loja ou serviço online. Trinta jogos é o conteúdo oferecido, e trinta jogos serão, pondo de fora qualquer tipo de compra adicional de mais jogos para a mesma, e a possibilidade da reviravolta completa ao Virtual Console se realizar de uma forma tão breve, debaixo dos nossos narizes.
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Mas o que é certo é que estes eventos nos puseram a pensar nesta hipótese. Como seria se de facto a Nintendo reformulasse completamente todo o conceito de Virtual Console? O próprio nome Nintendo Classic Mini sugere a possibilidade de vermos num futuro não muito distante mais versões miniatura de consolas Nintendo, como uma SNES Mini, ou uma Nintendo 64 Mini.
Se uma destas consolas não fosse limitada e dispusesse do mesmo catálogo disponível hoje em dia na Wii U, via compras online, ou quem sabe, até numa reedição dedicada a estas de cartuchos, à semelhança do que ocorre regularmente com álbuns de música, deparar-nos-íamos com uma época em que podíamos adquirir consolas novas de múltiplas gerações numa só loja, quase como um ponto de confluência temporal das últimas décadas de videojogos.