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“Se conheces o meu nome, sabes que não sigo as regras de ninguém.”

Esquece tudo o que conheces sobre Natasha Romanoff caso queiras realmente conhecer a Viúva Negra. Nesta história emocionante cheia de mistério, jogos de espiões e acção, Edmondson, Noto e Cowles mostram-nos tudo o que precisamos realmente saber através do trabalho da provavelmente mais famosa espiã da história da Marvel. Em The Finely Woven Thread, no idioma original, o primeiro volume desta história, vemos exactamente no que consiste o seu trabalho quando não passa por salvar o mundo junto com os Vingadores ou ao serviço da S.H.I.E.L.D..

A narrativa da história concentra-se muito pouco em desvendar a história da personagem ou porque ela procura redenção pelo seu passado – ainda que o leitor o conheça ou não. O foco principal aqui, claramente, passa pela missão, tanto pessoal como profissional, e pelos métodos utilizados por Natasha ao resolver os casos que escolhe a dedo com a ajuda do seu advogado, Isaiah. Ao estilo de James Bond e com um toque inconfundível de femme fatale, Black Widow cativa desde o seu primeiro número, entregando-nos imediatamente à acção na primeira cena desta história:

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Um bombista suicida ameaça puxar pelo gatilho enquanto, do outro lado da porta, uma voz (que o leitor pode correctamente assumir que se trata da nossa heroína) conta a história de como em criança foi treinada para se tornar assassina a mando, começando com o homicídio dos seus próprios pais. A história parece convencer o bombista o suficiente para que ele destranque a porta, deixando assim com que Natasha o entregue às autoridades – e, por entregue, entendamos que o atire janela fora a vários andares de altura para um trampolim na rua. Estes são os tipos de métodos que a Viúva Negra usa e, ao mesmo tempo, os seus melhores trunfos: mentira, dissimulação e jogos psicológicos. Métodos, estes, que por vezes não só levam aqueles à sua volta a questionar a sua honestidade, bem como ao leitor.

No entanto, este primeiro volume leva-nos a crer que, embora questionáveis, estes métodos mostram-se eficientes. Além do mais, os critérios com que escolhe cada contrato levam o leitor a perceber que, qualquer que seja o passado de Natasha, o seu esforço vai além do normal para tentar devolver algo de bom ao mundo. Para ela, ser uma Vingadora ou membro da S.H.I.E.L.D., salvar o mundo ocasionalmente, não lhe basta para cobrir todos os erros do seu passado. O seu interesse também não passa pelo lucro que poderia obter com o seu trabalho. Em uma das suas conversas com Isaiah, este diz-lhe que poderia aumentar a sua cota por trabalhos que, claramente, colocam em risco a sua própria vida:

“[…] Eu quero ter a certeza que, independentemente do que faça, isto não vai ser sobre os meus benefícios… Eu não posso começar a pensar nisto como um risco com fins lucrativos. Isto é a minha…”

“Expiação. Sim, já me tinhas dito.”

Caso após caso, embora isento de perfeição, conseguimos perceber que Viúva Negra é uma espiã sem igual e que a sua nova vida como freelancer está longe de ser calma. Tanto para seguidores dos anteriores números com o mesmo título, como novos leitores que apenas conheceram Natasha dos filmes da Marvel, Edmondson e Noto re-introduzem a história da Viúva Negra com um equilíbrio que irá deixar ambos os grupos satisfeitos.

“Nunca ninguém saberá a minha história completa”

Após alguns números onde o foco principal é este trabalho extra-curricular de Natasha, ela volta a ser contactada pela S.H.I.E.L.D. e muito rapidamente percebemos que ambos os mundos começaram-se a colidir: tanto no seu trabalho sozinha como a mando da S.H.I.E.L.D., a nossa heroína encontra um inimigo em comum, ainda que a este ponto a sua identidade não seja totalmente desmascarada.

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Não poderíamos, como é claro, deixar passar sem mencionar a arte desta saga! Phil Noto é um já conhecido entre os seguidores ávidos de banda desenhada, tendo como reportório histórias como: Vingadores: A Origem (2010), Thunderbolts (2013) e Uncanny X-Force (2013). Black Widow (2014-2015) não lhes fica atrás. Noto joga de uma maneira cuidadosa e visualmente apelativa com os cenários e a acção dentro desta história. O movimento não se perde dentro das cenas de luta e, ao mesmo tempo, ganha vida com a beleza nos cenários pintados, ao que parece ser, aguarela. Por vezes tendo páginas inteiras dentro da mesma tonalidade, com destaque no contrastante vermelho, a famosa cor do cabelo de Natasha, Black Widow torna-se também, em termos de arte, uma peça coerente e bonita. E temos também de falar das capas destes 6 números iniciais! A capa do volume, bem como do primeiro número, por si só é quase uma introdução à história: tendo como Natasha em plano de fundo em contraste com o branco, do que podemos entender, tratar-se tanto da sua terra mãe (Moscovo) como do seu novo lar (Nova Iorque). Embora Natasha afirme que “não pertence a lado nenhum”, estas duas cidades são a perfeita representação do seu passado e presente, dos seus erros e da sua redenção.

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