DRAMACON | Crítica Do 1º, 2º, e 3º Volumes

É inspirador!

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Gostas de convenções de anime? Aprecias a mistura entre comicidade, romance e uma pitada de drama? Permite-me que te apresente Dramacon, um mangá publicada em 2006 da autoria de Svetlana Chmakova. Um mangá capaz de me pôr os olhos a brilhar mesmo após onze anos de existência. Dramacon tornou-se um dos meus mangás prediletos e como tal decidi dedicar-lhe algumas palavras de apreço.

O mangá escrita e ilustrada por Svetlana Chmakova é composto por três volumes. Cada história tem lugar um ano após a anterior, na mesma convenção de anime. A protagonista é a jovem Christie Leroux e é essencialmente através da sua perspectiva que o leitor é convidado a conhecer as restantes personagens e a vivenciar uma série de situações caricatas. Os três volumes focam-se maioritariamente na relação entre Christie e Matt, um cosplayer misterioso por quem a adolescente se apaixona na sua primeira convenção de anime. Porém, esta trilogia oferece mais do que os simples clichés de uma comédia romântica.

Os clichés existem, sim, e sem dúvida tornam Dramacon deliciosa, mas há algo de mais importante a absorver. Desde o primeiro volume, Svetlana centra a sua atenção em tópicos como a batalha diária dos artistas para alcançarem as suas aspirações e serem reconhecidos, o choque cultural que uma convenção de anime poderá despoletar num primeiro impacto ou a agressividade no namoro. Além da comédia, romance e drama, existem uma série de mensagens subliminares repletas de ânimo, encorajamento e positividade. Nenhuma situação ou personagem é desperdiçado. Todos têm um propósito. Seja para representar uma situação ou pessoa específica em contexto real, seja para enriquecer o enredo principal, todas as peças pertencem ao mesmo puzzle.

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Ao longo do primeiro volume de Dramacon, Christie vê as suas inseguranças ampliadas por um namorado manipulador e agressivo. Será graças a Matt e a novos amigos que a jovem conseguirá experienciar a sua primeira convenção de anime de modo positivo. Nos dois anos seguintes, Christie regressa à convenção mas desta vez acompanhada pela artista Bethany. Nestes dois volumes, a relação entre Christie e Matt conhecerá diversos obstáculos, assim como adoráveis desenvolvimentos. Bethany, por sua vez, ganhará também um lugar de destaque. Esta personagem representa o esforço, dedicação e coragem necessários para seguir um sonho, mesmo que tal implique enfrentar a desaprovação da família.

Dramacon é um mangá muito simples de se ler, compreender e absorver. Aí reside parte da sua beleza. Podemos identificar-nos facilmente com as personagens ou com o contexto em que se inserem. E podemos fazê-lo por mérito de Svetlana Chmakova. A autora conseguiu capturar a essência de uma convenção de anime, ora explorando o fascínio, nervosismo ou curiosidade do público, ora expondo a luta constante e paixão dos artistas – desde desenhadores a cosplayers.

É um mangá adorável que incentiva qualquer artista a lutar pelos seus sonhos. O preconceito, a incerteza e a rejeição são reais e Dramacon traz, de alguma forma, conforto e incentivo. Embrulhado em diversão, momentos de tensão emocionantes, bonitas cenas românticas e um incentivo à arte, Dramacon é um mangá inspirador!

Como foi a tua primeira convenção de anime?