Esta é uma das críticas mais difíceis que fiz pois sendo um momento tão importante na história das BDs, a entrega é tão pouca que deixa a desejar. Sempre fui um grande fã do Super-Homem, não pelo facto de ganhar sempre ou de ser super poderoso mas antes pelos ideais que transmite. Acho que muita gente desvaloriza esta personagem devido aos seus poderes mas não nos podemos esquecer que Kal-El chegou sozinho a um planeta novo e teve de aprender a lidar com as suas capacidades sozinho, o que revela muita perseverança e força de vontade.
The Death of Superman foi uma história dividida em sete partes distribuídas por 5 números entre Outubro e Novembro de 1992. Não é uma história ao nível de The Dark Knight Returns ou de Superman: Red Son. Apesar dos visuais serem apelativos e o diálogo corresponder perfeitamente a cada personagem, a história em si é que não corresponde ao maior acontecimento (na altura) das bandas desenhadas.
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O desenho e a ilustração por parte de Dan Jurgens e Brett Breeding está muito bem feita para uma BD que saiu na altura, traz consigo agressividade nas cores mas ao mesmo tempo cuidado no desenho de forma a realçar todos os pormenores possíveis, consegue com sucesso transmitir a verocidade de Doomsday e o sentido de honra de Super-Homem através das feições.
Relativamente à história, como já disse, não é uma boa história. São cinco números de pancadaria entre a Liga da Justiça (não aparecem todos os membros fundadores) e o Doomsday. Este Doomsday aparece assim do nada, a partir do momento em que o vemos sabemos que veio para matar o Super-Homem, sendo que só tem esse propósito. Não sabemos de onde veio nem o seu nome, apenas recebe esse nome por parte de Gladiador Dourado.
Algo que gosto muito nesta história é o facto de poder dizer que ele derrotou a Liga da Justiça com um braço atrás das costas, porque realmente aconteceu. Sim, é verdade que a Liga da Justiça na altura era composta por Gladiador Dourado, Besouro Azul, Guy Gardner, Fogo, Gelo, Maxima e Bloodwynd, mas mesmo assim fazem parte da equipa mais forte do mundo. Sabes aqueles heróis que sempre vimos vencer e ajudar toda a gente serem tratados como bonecos de trapos em minutos? Aconteceu, e gostei muito. Não é que goste de ver heróis a perder, mas convém manter uma perspectiva realista, algo que valorizo muito na DC Comics.
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Apesar de gostar da maneira como enfatizaram a força de Doomsday, é só isso que sabemos, que ele é forte. Não sabemos de onde vem, só sabemos que chegou numa cápsula, vestindo um fato verde e óculos steampunk vermelhos. O que faz com que a morte de Super-Homem se assemelhe mais a uma tragédia natural como um tsunami do que contra um inimigo. O que transmite a mensagem de honra que o Super-Homem sempre prestou ao povo de Metropolis (e do mundo). A batalha entre os dois é épica mas não há qualquer tipo de antecipação, sabemos que Doomsday está ali para matar Super-Homem e é isso. Doomsday quer fazer o que todos os vilões de Super-Homem querem, só que este conseguiu.
Como já disse, creio que Dan Jurgens criou aqui uma atmosfera muito intensa, apesar de ao início Doosmday parecer apenas mais um vilão, à medida que este vai destruindo tudo o que encontra à frente sabemos que vai ser sério. Chega a ser sério ao ponto de vermos a cabeça de Gladiador Dourado ser esmagada pela porta de um carro.
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Com uma apresentação destas a Doomsday, constantemente perguntei-me como é que o Super-Homem o derrotou. Então vemos esta aberração da natureza levar uma Liga da Justiça à frente com um braço atrás das costas, manda o Super-Homem a voar com um soco (o que também estranhei foi o facto de isto acontecer e ele não rebentar com a cabeça do Besouro Azul quando também lhe desferiu um murro) e é derrotado numa luta de socos na Terra? Porque não mandar o Doomsday para o espaço? Vimos que Kal-El tem mais que poder para pegar nele e levá-lo para outro planeta. Porque não o fazer?
Esta história dá-me a sensação que vai em piloto automático até chegarmos a um ponto em que Dan Jurgens decide contar a história numa splash page (uma página nas bandas desenhadas ocupada por uma só imagem ou um painel) de forma a tentar dar mais importância à mesma mas sai pela culatra. Pois era como pegarmos em Hush (Batman, aconselho a leres) e metermos todos à pancada, explicando numa página quem é Hush e o que quer, se bem que a comparação entre The Death of Superman e Hush é um bocado desproporcional pois Hush está noutra liga.
Creio que podiam ter feito muito mais com esta história, tinham tudo nas mãos para levarem este arco ao panteão das BDs, mas ao concentrarem-se na acção, esquecendo o desenvolvimento do vilão e da ligação entre protagonista e antagonista tudo o que transmitiram foi um monte de pancadaria de um ser que não se sabe de onde veio nem o seu nome, apenas veio para destruir. Sendo que esta última foi atingida com sucesso, destruição gratuita.