OLD MAN LOGAN | Crítica Do 4º Volume

Muita confusão.

100

Old Monsters

Os níveis de estranheza neste volume atingem níveis estratosféricos e é difícil perceber exactamente qual é o objectivo do argumentista com a narrativa que se vai desenrolando à nossa frente.

Sabemos que zombies, lobisomens e vampiros são coisas que estão na moda e que nenhum vampiro alguma vez será maior do que o mundialmente famoso Drácula. Porém, não há muita necessidade de colocar esse tipo de criaturas numa história centrada em torno de Logan. As criaturas originais criadas pela Marvel nunca precisaram deste tipo de adição para nos surpreender e prender a nossa atenção e dentre elas os inúmeros mutantes talvez sejam das mais interessantes. As mutações são como as estrelas, praticamente infinitas, tendo como único limite a imaginação humana. Assim sendo, não se compreende o porquê de ter de incluir criaturas tão habituais e já batidas como os lobisomens e vampiros. Guardem esses para aqueles filmes pouco interessantes para se ver domingo à noite.

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Mais interessante do que esse enredo em torno das criaturas míticas habituais, é a narrativa a vários tempos em redor do espaço. Podia ter saído da pena de Christopher Nolan, mas não, vem do mesmo tipo que escreveu a primeira parte do volume, Jeff Lemire. O muito experimentado argumentista da Marvel, que também já colaborou na DC e na Vertigo. Infelizmente, neste volume a personagem de Logan torna-se um pouco desinteressante, sobretudo na primeira parte, e não há grande acrescento à dinâmica geral da narrativa. Parece que estamos colocados diante de um mero enchimento de chouriço para acrescentar alguns números antes de entrar na sequência final.

As narrativas a vários tempos e onde a ilusão e a realidade se misturam por vezes podem ser complicadas de gerir. É necessária uma grande mestria no domínio da construção de enredo para não se gerar uma imensa confusão e evitar que o leitor se perca. Jeff Lemire tem sem dúvida essa capacidade, mas ela não é totalmente utilizada neste volume, que por vezes surge como confuso, bastando o leitor distrair-se por breves momentos para perder por completo a noção do que está a suceder, do que é realidade e o que é fantasia. Todos os grandes génios têm momentos de menor qualidade e sem dúvida o argumentista de Old Man Logan é um excelente construtor de enredos, mesmo que por vezes falhe um pouco. Claro está que estamos diante de uma opinião pessoal, outros podem considerar que estamos perante um conjunto de números de grande qualidade. Podemos entender-nos na pluralidade com bastante facilidade.

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Todavia, toda esta reflexão não quer dizer que a qualidade esteja totalmente ausente deste volume. Como já foi dito, Lemire é um excelente argumentista e existem sempre bons toques nas suas construções narrativas e textos que merecem ser lidos pela sua qualidade intrínseca. Por outro lado, a sinergia com as ilustrações está muito bem desenvolvida e essas, como tem sido habitual nos vários volumes de Old Man Logan, são absolutamente fantásticas. Afinal não seria possível à Marvel manter-se durante tanto tempo no topo, se não houvessem sempre momentos de grande qualidade nas suas bandas desenhadas.

Nos últimos tempos têm surgido muitas críticas à Marvel, com alguns a argumentarem que a descida nas vendas se deve ao excesso de heterodoxia dos heróis do seu universo, por exemplo, ao termos uma mulher a desempenhar o papel de Thor. Enquanto outros dizem que o problema está na repetição até à exaustão das mesmas histórias. Certamente não é por causa de Old Man Logan que estas críticas são tecidas. A reinvenção de Wolverine como um ancião e as narrativas que o envolvem são uma interessante forma de inovar no desenvolvimento das personagens, sem perder as suas características próprias e facilmente reconhecíveis pelo que faz, sendo por elas que os nossos heróis se tornaram famosos.

Old Man Logan Vol. 4 compila do número #14 ao número #18.

Ficaste confuso com o enredo do quarto volume de Old Man Logan?