Oh My!… A produção da série A Lenda de Korra, continuação de Avatar: A Lenda de Aang, foi muito atribulada. O tratamento que a Nickelodeon deu foi simplesmente vergonhoso, principalmente na última temporada, naquela que é uma das suas franquias mais populares de sempre. É para levares Spongebob pela garganta abaixo e vais gostar! E o facto dos criadores terem seguido para outros projectos completamente diferentes não ajudou muito na fé que algum dia iríamos ver algum tipo de continuação.
Mas felizmente esse não é o caso, a Dark Horse Comics começou a publicar a continuação desta história e ao contrário dos volumes focados no Avatar Aang que são escritos por Gene Yang, The Legend of Korra: Turf Wars é da autoria de Michael DiMartino, um dos criadores da franquia original. Mais oficial que isto não pode haver!
O livro começa após o fim do desenho animado onde Kuvira é finalmente derrotada, Varrick e Zhu Li decidem “fazer a coisa” juntos para o resto das suas vidas e Avatar Korra partiu para umas férias românticas com Asami para o mundo dos espíritos. O volume serviu mais para mostrar como as coisas ficaram após o conflito com o Império da Terra e introduzir os novos antagonistas.
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Principalmente, usado para fechar a maior parte das pontas soltas que não se conseguiu apresentar na televisão. Como por exemplo, o que aconteceu a Bolin depois da queda da organização na qual ele virou traidor? É um bom incentivo para qualquer fã querer devorar estes quadradinhos para preencher os buracos que sentiu há anos atrás.
No lados dos vilões, contamos agora com a presença de um magnata sem escrúpulos chamado Keum, que tem um historial desagradável com os Sato. E agora os vários gangs criminosos estão em guerra uns com os outros devido à sua perda de território na cidade, que envolve os famosos Triple Thread, sob a nova liderança de Tokuga, um artista marcial bem experiente.
A história ficou orientada com a ideia que este líder será o novo antagonista principal desta parte. No pouco tempo que ele esteve presente durante o volume, ele não se destacou em nenhuma característica nova particular que fosse interessante. Foi um pouco uma repetição do que já conhecíamos. Não achei que tivesse chegado sequer aos calcanhares de Zuko, Ozai ou Zaheer. Mas no cliffhanger acontece algo muito interessante a Tokuga que poderá influenciar a narrativa a percorrer caminhos desconhecidos na ligação entre o mundo normal e o dos espíritos. E se há mesmo algo que A Lenda de Korra precisava, era disto.
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Mas o que mais me surpreendeu, em contraste com a ambiguidade do desenho animado, foi o quão aberto a relação entre a protagonista e a sua amada foi explorada. Foi recapitulada através do dialogo como as duas se aproximaram uma da outra na 4ª temporada. As suas inseguranças perante sair do armário aos seus familiares e amigos. E mostrar como a homossexualidade é lidada nas varias nações do mundo de Avatar. Um tópico controverso, mas que precisa mesmo de ser falado.
E claro gostei de ser relembrado o quão charmosas são as personagens secundárias deste universo. Achei piada a uma cena particular, onde revemos Ping que está muito orgulhoso por o nosso segundo par de irmãos favoritos, que ele conhece desde miúdos, seguirem agora uma vida honesta… Enquanto ele está algemado no banco de trás do carro patrulha que está a ser conduzido pelo Mako.
Apesar de ter sido apenas o inicio de uma nova narrativa, começamos com o pé direito e fiquei ansioso por ver onde isto vai parar. E espero que, sem a limitações da cadeia televisiva, o autor consiga oferecer um nível de qualidade equiparável à Lenda de Aang, porque Korra bem merece.