THE UNWORTHY THOR | Crítica Do 1º Volume

Um pouco cliché.

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O primeiro volume de The Unworhy Thor compila cinco capítulos de uma história nada arrepiante. A trama chega-nos contada através de uma perspectiva principal – do protagonista – e de uma pequena participação de um vilão há já muito conhecido. Desconsiderando esse vilão que já deu tudo o que tinha a dar, Thor vive uma crise um pouco, para não dizer muito, cliché.

Todos os heróis se questionam a um certo momento se deveriam continuar a esforçar-se ou se nem vale a pena toda aquela preocupação. A tudo isso podemos juntar aquilo ao que me pareceu ser uma depressão. Após o tenebroso sussurro que se espalhou pela web e chegou àqueles que nem seguem a personagem nas BD’s, Thor não é mais capaz de elevar o seu martelo e como tal, não se acha mais digno de possuir qualquer outro ou até mesmo merecedor do seu próprio nome. O facto de Thor passar a grande maioria dos capítulos com picos de força de vontade e outros momentos em que as suas atitudes se traduzem em, “Que se lixe a vida!”, leva-me a crer que a revelação que lhe foi feita, para além de uma crise existencial, também provocou uma depressão. É algo que praticamente todos os heróis já sofreram e que os autores pensam ser essencial, apesar de extremamente aborrecido, o herói viver para que perceba o seu verdadeiro propósito.

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Uma personagem que me surpreendeu foi Betta Ray Bill. Para além de me ser totalmente desconhecido até ao momento, só prova a minha teoria de que a Marvel tem mais ramos do que árvores. Não sei a origem do ser, mas também não me interessei em adquirir esse conhecimento, até porque mais um Thor saiu desta BD (como se já não fossem suficientes…). E o que achávamos que ia ser o ponto alto da história, a primeira aparição do vilão, não o foi. O autor utilizou uma personagem, que agora só pode utilizar os seus ressentimentos contra Thor como desculpa para lutar. Estando ele preso, tem mesmo que usar alguns “extraordinários” servos para o ajudar. Bem, um deles é mesmo inesperado… Porém, gostava que tivesse usado outro bad guy ou até mesmo elaborado um propositadamente para esta história, uma vez que estar a ver sempre as mesmas caras já se torna cansativo. Apesar de tudo, Thor continua na comum bad. Nem é por amor, é mesmo porque não se acha capaz de nada. Após colocar no lugar algumas coisas que foram roubadas, é-nos divulgado um novo Thor. Então, se existirem 1500 martelos, 1500 Thor’s serão inventados?

A arte é algo em que tenho sempre alguma dificuldade em criticar, pois normalmente não gosto dos traços das bandas desenhadas no geral. Até podes pensar: “Epá, esta não gosta de nada!”. A verdade é que não me agradam os traços de quase nenhum BD que li e de algumas tão aclamadas que por aí vejo. Acabo por lê-las pela história e não pela arte. Os robustos desenhos que nos são dados por Aaron Kim Jacinto acompanham-nos por cinco capítulos com um belíssimo contraste de cores. Os fundos castanhos utilizados acabam por se tornar bastante importantes para os habituais tons de Thor: azuis metálicos e vermelhos. As capas ilustradas por Olivier Coipel trouxeram um brilho ao traço que faltou nas restantes páginas, para além de um je ne sais quoi ao tons.

The Unworthy Thor Vol. 1 está disponível desde 25 de Maio de 2017 e compila do número #1 ao número #6. Muito provavelmente, a história continuará no mesmo título ou em All-New Ultimate Thor.

Qual achas que será o próximo passo de Thor?