Facebook
Twitter
ReddIt
Tumblr

“Better Angels”

Bem vindos à discussão do mais recente episódio de Agent Carter. Depois de um excelente início, este novo episódio desacelera um pouco, de maneira a permitir um pouco mais de desenvolvimento.

Faz todo o sentido, dado que no segundo episódio tivemos a exposição do conflito da série e a apresentação do principal vilão, e agora a série precisa de começar a desenvolver as complicações que vão permitir o desenrolar da acção nos próximos episódios.

Apesar de um ritmo ligeiramente mais lento, este episódio está cheiíssimo de pormenores verdadeiramente deliciosos para quem estiver à procura deles.

Parece que alguém me ouviu lá em cima (nos estúdios Marvel, o panteão de Deuses que inclui o Kevin Feige e o Louis D’Esposito) e o Howard Stark volta à série, interpretado mais uma vez por Dominic Cooper. Howard Stark está a realizar um filme sobre um herói de Banda Desenhada chamado Kid Colt, que é na realidade um herói da Marvel.

14110-1199-15788-1-kid-colt-outlaw

É sempre um gosto ver o Howard Stark, que com a sua faceta de realizador fica ainda mais parecido ao magnata/inventor/realizar Howard Hughes. Num momento de verdadeira geekice, a Peggy Carter chama atenção ao facto de que fazer filmes a partir de bandas desenhadas é um bocadinho tolo.

AC Kid COlt

Entretanto, o Agente Jack Thompson chega de Nova Iorque para visitar o Arena-Club-que-definitivamente-não-é-a-Hydra, e receber ordens dos seus superiores para incriminar o Jason Wilkes como um espião comunista, e recuperar o vídeo que mostra a explosão da Zero Matter. A Peggy Carter mostra um interesse em proteger o bom nome de Wilkes, que parece ir um pouco para além do estritamente profissional.

Gostei muito da interacção entre o Jack Thompson e a Peggy Carter, porque se por um lado a Peggy tem toda a razão em acusá-lo de ser um cobarde que está a tentar agradar aos seus superiores, ele também não deixa de ter razão ao acusá-la de ser impulsiva, de quebrar protocolo e de não conseguir apresentar provas concretas para as suas acusações.

sh05EXp

Num bom bocadinho de narrativa vemos que os objectos à volta de Carter aparentam flutuar desafiando as leis da gravidade. Recorrendo à ajuda de Howard Stark, que vemos pela primeira vez no seu modo génio em vez do seu habitual modo de mulherengo, e consegue, com um bocadinho de ciência-de-hollywood, revelar que AFINAL O JASON WILKES ESTÁ VIVO!

Mas está incorpóreo? Existe mas não consegue tocar em nada. Será isto mais uma referência ao Doctor Strange, que tem o hábito de andar de um lado para o outro em projecções astrais incorpóreas? Só o tempo o dirá.

O Howard Stark anuncia, depois de uma noite em claro alimentada a café, que precisa da ajuda de um antigo professor que está no Peru. Pelo meio, temos outra agradável referência ao Iron Man, com um vitral do Arc Reactor no laboratório do Howard Stark.

CZsdPD8WAAAE0ok

Entretanto, a Peggy Carter vai confrontar a Whitney Frost, que anda a esforçar-se para deixar crescer a franja para tapar aquele buraco para outra dimensão que tem na testa. Este confronto foi uma das melhores interacções entre personagens na série até agora, e é extremamente satisfatório ver personagens femininas tão bem escritas a degladiar-se verbalmente.

Assustada com o confronto, a Whitney Frost manipula o marido a enviar um rufião musculado para matar a Peggy. O rufião ataca a Peggy, com o resultado que já estaríamos à espera, e isso estimula o Jarvis a instalar um novo sistema de segurança que usa a sua própria voz.

Jarvis – “I would hate to be a disembodied voice for the rest of time”

Ah, Jarvis, mal tu sabes…

O ataque impulsiona o Agente Sousa a investigar o passado da Whitney Frost, o que o leva a descobrir que  seu nome verdadeiro é Agnes Cully, e que era uma cientista brilhante cujo trabalho inovador pôs a Isodyne na vanguarda da investigação científica durante a guerra. Ficamos assim a perceber como é que a Whitney Frost sabe tanto acerca da Zero Matter.

Temos, assim, a última referência deste episódio, no sentido em que a personagem da Whitney Frost é claramente inspirada na Hedy Lamarr, uma actriz de Hollywood dos anos 30-50, que também era uma cientista, e cujo trabalho durante a Segunda Guerra Mundial em sistemas e torpedos rádio-guiados, espalhamento espectral e espectro de difusão em frequência variável viriam a ser as bases para a tecnologia do WiFi e Bluetooth que hoje usamos.

Hedy_Lamarr_in_a_1940_MGM_publicity_still

Num comentário inteligente ao sexismo, apesar de ser uma cientista genial e uma actriz de sucesso, Whitney Frost ainda assim é assediada pelo seu agente, que quer abusar dela depois dos estúdios a quererem substituir por uma actriz mais jovem.

Claro que a Whitney Frost, contrariamente à Hedy Lamarr, tem a Zero Matter imbuída no seu corpo, e quando o seu agente lhe toca, fica envolvido pela Zero Matter, e é absorvido para o corpo de Whitney, o que faz com que a cicatriz na sua testa aumente de tamanho!

AC Whitney

Portanto, as coisas começam a compor-se para os próximos episódios, o conflito começa a tornar-se mais claro. Temos o Jack Thompson a tornar-se cada vez mais ambivalente em relação à não-Hydra, a Peggy Carter começa a aproximar-se cada vez mais da Whitney Frost, e a Whitney Frost cada vez mais assustada com os seus poderes!

Mal posso esperar pelo próximo episódio!

[youtube url=”https://youtu.be/GjKMb4bMpps”]

Qual foi a vossa referência preferida neste episódio?