“Smoke and Mirrors”
Mais um excelente episódio de Agent Carter, mas não pelas razões que poderíamos estar a pensar.
Este é um episódio semelhante ao anterior no sentido em que a acção não avança assim tanto, e é dado mais ênfase ao desenvolvimento e construção do mundo da série. No entanto, e contrariamente ao episódio anterior que era sobretudo para estabelecer as complicações, este é para desenvolvimento de personagens. Mas já lá vamos.
Na realidade a acção neste episódio avança pouco.
Vemos Peggy e Sousa, que conseguem capturar o Rufião do Chadwick e extorquir-lhe informação acerca do que se passa no Arena Club, obtendo nomes dos membros e até onde poderão estar a esconder informações secretas.
Ao mesmo tempo vemos Whitney Frost a começar a experimentar com os seus poderes. Há um pormenor em particular que eu achei interessante que é quando a vemos a iniciar um registo das suas experiências a absorver os ratinhos. É perfeito para construir Whitney Frost como uma vilã fria e calculista.
Entretanto Jason Wilkes continua a tentar descobrir o que se passa consigo, e apesar de não avançar muito com as suas teorias, começa a ver buracos no espaço que são conspicuamente semelhantes à cicatriz negra na testa de Whitney Frost. Revela também que se vai sentindo cada vez mais fraco e que há alguma força a puxá-lo. É uma excelente deixa para ter uma conversa de encorajamento da Peggy, aumentando a tensão romântica entre os dois, o que deixa o Agente Sousa cada vez mais desconfortável.
Quando Peggy e Sousa se estão a preparar para invadir o Arena Club, são subitamente interrompidos por Vernon Masters – o protector de Jack Thompson, e membro da não-Hydra – que lhe diz que vão ser auditados e por isso não podem fazer as suas buscas no Arena Club.
Tanto Peggy quanto Sousa percebem perfeitamente que ele está ligado ao Arena Club e que a auditoria é apenas uma manobra para permitir à não-Hydra esconder qualquer prova que os pudesse incriminar. Achei particularmente interessante a conversa de Vernon acerca da onda imparável que aí vem e de que Peggy e Sousa não querem ser rotulados como comunistas, numa alusão inteligente ao McCarthyismo que se viria a sentir nos anos ’50 e ’60, e que aparentemente teria sido orquestrado pela não-Hydra.
Vemos depois que Peggy e Sousa deixam escapar o Rufião de Chadwick com um microfone escondido para poderem descobrir mais acerca do que se passa. No entanto quando o Rufião chantageia Chadwick ameaçando revelar os seus segredos ao Arena Club, Whitney Frost mata-o com os seus novos poderes, absorvendo-o de forma fria e calculista (viram o que eu fiz?).
Portanto no fim do episódio não conseguimos descobrir mais nada acerca do Arena Club, e a verdade é que a acção não avançou quase nada. Mas isso não importa, porque a parte mais interessante deste episódio é o desenvolvimento das duas personagens principais, Peggy e Whitney.
Vemos cenas de flashback que nos mostram a origin-story de Peggy e Whitney. É-nos mostrado que tanto Peggy como Whitney cresceram em ambientes que as queriam obrigar a conformarem-se com o papel que a sociedade lhes queria impor enquanto mulheres.
Mas enquanto que Peggy consegue escapar a esse papel, aceitando a proposta da Special Operations Executive (uma instituição verdadeira) para ser uma espia e infiltrar-se em território inimigo, Whitney desiste do seu sonho de ser cientista e em vez disso decide usar a sua beleza para vencer na vida.
Este episódio está brilhantemente escrito, e consigo finalmente perceber o que é que faltou à temporada anterior que fez com que eu não estivesse assim tão entusiasmado com ela. Uma vilã.
Whitney Frost, como reflexo corrompido de Peggy, é a némesis perfeita.
Jarvelous!
Tenho a impressão que agora que já temos as complicações devidamente expostas, e o desenvolvimento das personagens principais adequadamente construído, o ritmo dos próximos episódios vai começar a acelerar imenso!
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