“Life of the Party”, “Monsters”
UAU! Agora é que esta série está a acelerar! Tanta coisa importante que acontece nestes dois episódios!
Dado que são dois episódios, não vos vou maçar com uma descrição das cenas e sequências. Em vez disso, aqui vai uma lista de coisas que fui pensando enquanto os via, em nenhuma ordem em particular.
A Whitney Frost é uma personagem fascinante e brilhantemente construída, e está lentamente a ganhar terreno aos melhores vilões do MCU. Como eu já tinha dito antes, é extremamente interessante vermos que os vilões também têm direito a arcos narrativos e a desenvolvimento de personagem. A Whitney começa esta série como uma actriz que está a perder popularidade por estar a envelhecer, cuja genialidade é ignorada e desvalorizada por todos, que tem de recorrer à figura patética do marido para poder ter qualquer tipo de influência, e que é quase abusada pelo seu agente.
Vê-la a eliminar, sem misericórdia, a liderança do grupo mais poderoso da série até agora, e intimidar os restantes a aceitarem o controlo dela, e de todos os seus recursos, é extramamente satisfatório. Ficamos na dúvida se isso se deve à influência maléfica da Zero Matter, ou se é algo que já fazia parte da Whitney Frost e que ela simplesmente agora tem oportunidade de pôr em prática.
Uma das melhores coisas destes episódios é, definitivamente, a Dottie Underwood. Apesar de perceber perfeitamente que o papel dela nesta temporada teria de ser limitado, sinto que agora é que realmente a personagem está a esticar as pernas, e quero ver muito mais dela.
Adoro a relação que ela desenvolve com a Peggy Carter, e os diálogos entre elas estão fantasticamente bem escritos. É muito revelador da personagem de Dottie que ela tenha sido uma pessoa que viveu tão isolada e sozinha a vida toda, que qualquer figura mais permanente, mesmo a sua arqui-inimiga Peggy Carter, seja capaz de criar nela uma forma de ligação emocional.
Ela é incrivelmente competente, badass, parece fazer tudo com uma facilidade enorme, e o seu desligamento humorístico de tudo o que lhe está a acontecer, por pior que seja, é muito mais assustador do que se poderia pensar ao início para uma personagem que está sempre a fazer piadas.
Claro que esta imagem de badassery e de não se importar com nada existe exactamente, para que quando a Whitney Frost a consegue intimidar, isso seja ainda mais impressionante e demonstrativo do poder de Whitney. Um excelente pedaço de escrita.
O desenvolvimento da personagem do Jason Wilkes está a ser tão interessante. Ele começa por ser o tipo bonzinho, que só quer ajudar toda a gente, e nestes dois episódios começa a tornar-se mais impaciente, irritável, quase agressivo, até no fim já parecer estar quase preaparado para se juntar à Whitney Frost.
Gosto muito da maneira como esta série consegue abordar problemas sociais como o sexismo e o racismo de uma forma tão minimalista e directa. Basta a Whitney Frost a dizer que ele não foi contratado pela sua inteligência, e toda a mensagem implícita nisso fica firmemente implantada na cabeça do espectador, sem que seja preciso transformar isso numa catequese.
Adoro heróis que se transformam em vilões, e seria muito interessante que isso acontecesse ao Wilkes.
Tenho de dizer, no entanto, que todo o triângulo amoroso entre a Peggy, o Wilkes e o Sousa, é a pior parte desta temporada para mim. É completamente desnecessário, parece forçado, e está completamente desligado do enredo principal. Nem é como se as emoções que as personagens têm umas pelas outras influenciassem as suas decisões. Pelo menos, dessa maneira, o enredo romântico teria algum impacto no enredo principal, e justificava a sua existência, mas nem isso.
O Jack Thompson (esse bandido corrupto!) parece estar completamente a mando do Arena-Club-que-não-é-a-HYDRA, e responsável por parar a Peggy Carter. Tenho muita curiosidade em saber o que vai acontecer a esta personagem, e só vejo duas possibilidades: ou se redime até ao fim da temporada (provavelmente morrendo no processo), ou se torna líder do Arena-HYDRA-Club, e transforma-se no Big Bad da próxima temporada.
Um excelente momento premonitório: quando a Anna está a dizer ao Jarvis para não se magoar, eu comecei a preocupar-me se o Jarvis iria morrer neste episódio ou até ao fim da série. Fiquei genuinamente surpreendido quando a Anna levou um tiro, e sinto imensa empatia pelo sofrimento que o Jarvis mostra quando está na sala de espera.
Este é definitivamente um momento baixo para os heróis desta série. A Anna está gravemente ferida, e o Jarvis está numa angústia terrível até que ela melhore, o Wilkes foi raptado, o Sousa foi removido da sua posição, o Howard está na América do Sul, e a Peggy ainda está a cuidar da sua ferida.
Vai ser extremamente interessante e entusiasmante ver como os heróis se recuperam desta posição, a um ponto em que consigam fazer frente à força, cada vez mais imparável, da Whitney Frost.
Talvez o Howard Stark regresse? Isso seria divertido, porque eu nunca me canso do Howard Stark.
https://youtu.be/ChSlP4R-b4E