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Ao analisar o primeiro episódio de Falling Water, percebi que algo de novo e interessante irá surgir. Creio, estamos a entrar numa era em que as séries televisivas irão cada vez mais explorar cenários alternativos. Quando digo alternativos, não me refiro somente aos cenários de ficção científica e de animação, mas sim, aos cenários que exploram o nosso íntimo. Os sonhos são talvez a área da psicologia com maior dissonância. Logo, a liberdade existente nesta temática, leva-nos a crer que tudo pode ser verdade. Até mesmo aquela velha questão filosófica pode ser colocada: “será que a nossa vida não passa de um sonho?”. Quem sabe…

Mas deixemos estas questões para outra altura. Vamos lá então esmiuçar o primeiro episódio desta série.

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A primeira personagem a ser apresentada foi Tiess (Lizzie Brocheré). Tiess, é uma criativa e fotógrafa de tendências. O seu trabalho é merecedor de reconhecimento. Contudo, a sua vida pessoal é perturbada. Um sonho que a acompanha diariamente, leva-a a acreditar que deu à luz um bebé, que na realidade, nunca existiu. A insistência deste sonho na sua vida está a torná-la obscura. Porém nem sempre as loucuras são solitárias. Tiess, após alguma salvaguarda, aceitou experimentar uma técnica nova de análise de sonhos. Esta técnica consiste numa ligação neuronal entre duas pessoas onde o intuito é comprovar a existência de um inconsciente colectivo – uma teoria desenvolvida por Carl Jung – onde o elo de comunicação entre as pessoas seriam os sonhos. O autor desta experiência é Bill – uma personagem ainda pouco desenvolvida. Bill, conseguiu convencer Tiess a testar esta técnica, pois tal como ela, ele acredita que possa existir o tal bebé que, até a data, era apenas um delírio. Bill torna-se assim a única esperança de Tiess em descobrir a verdade.

O mundo inconsciente que partilham é constituído por metáforas

A segunda personagem a ser apresentada foi Burton (David Alaja). Burton, é um advogado/consultor de uma correctora. A sua função passa por investigar fraudes realizadas por colaboradores da empresa. Tal como acontece com Tiess, Burton também é reconhecido pelo seu excelente desempenho. No entanto, algo de estranho apodera-se da sua mente durante a noite. Um sonho sistemático leva-o a questionar a existência de uma mulher com quem partilha a sua intimidade. A mulher em causa, aparenta ser a sua namorada desaparecida. Todavia, a dúvida fica no ar. Burton, para além desta inquietação provocada pelo sonho, está a investigar um colega de trabalho que é suspeito de fraude. Esta investigação, porém, torna-se surreal. Visto que, durante a investigação, Burton, conjuga a possibilidade de o seu colega ser o responsável pelo desaparecimento da sua suposta namorada – a distinção entre o sonho e a realidade, nesta personagem, é complexa.

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Discussão l Falling Water - T01 E05

A terceira e última personagem principal a ser apresentado foi Taka (Will Yun Lee). Taka, é um polícia de investigação criminal que tem em mãos um caso obscuro de homicídios. Para além desta profissão electrizante, Taka tem a seu cargo a sua mãe que está, aparentemente, doente e imobilizada. Tal como as outras personagens apresentadas, Taka também sonha com frequência. Os seus sonhos são um pouco diferentes dos das outras personagens. Neste caso, os seus sonhos são baseados em cenários que se relacionam com o caso de homicídios que investiga. Contudo, existe um pormenor interessante nos seus sonhos: a sua mãe aparece com a cara desfocada e amarrada a uma cadeira – uma das características dos sonhos é de não conseguirmos focar com precisão o rosto das pessoas.

Analisando minuciosamente as personagens, creio que todas são portadoras desta condição – sonhar obsessivamente – porque na sua vida real possuem profissões que obrigam a uma procura e a uma investigação constante da verdade. Tendo em conta que os três são exímios nas profissões que desempenham, concluo que os três possuem características de personalidade que favorecem a sua condição – são “os escolhidos”. A curiosidade de ambos serem solitários na sua vida pessoal, leva-me a reflectir sobre a hipótese de que aquilo que os une, de certo modo, é a ausência de amor e de partilha. Em ambos os casos, os seus sonham remetem-se sempre para a procura de algo que na realidade eles não possuem mas que gostariam de possuir.

será que a nossa vida não passa de um sonho?

O mundo inconsciente que partilham é constituído por metáforas. O desafio será interpretar cada uma delas para chegar a uma conclusão. Porém, acredito que nos primeiros episódios as personagens fiquem somente presas àquilo que lhes é próximo e que ignorem os outros estímulos. O facto de os sonhos se entrelaçarem, só será explorado a partir do momento que tomarem consciência de tal. Até lá, Tiess, Burton e Taka, vão apenas querer perceber a razão de sonharem com o que sonham e se aquilo que sonham pode, ou não, ser real.

Fica atento à palavra “TOPEKA”.

O que achaste deste começo? Promete?

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