Deixando para trás qualquer semelhança com os livros de James Patterson, Zoo inventou um novo enredo para esta terceira temporada, baseando-se na criação e invasão dos híbridos de forma mundial, algo sobre o qual já tinha sido levantado o véu na temporada anterior. Adicionando várias novas personagens e mais mistérios para serem desvendados, Zoo arrancou a nova temporada com potência.
Nesta temporada, seguimos a equipa do custume, ao qual se junta Clementine, a filha de Mitch. Os Pastores ainda querem destruir toda a humanidade, e só os nossos heróis podem deter a ameaça emergente e fazer com que a raça humana possa voltar a ter filhos. Passaram-se 10 anos desde a segunda temporada, e a equipa está separada, por isso antes de enfrentarem os perigos deixados pela nova vilã de serviço (Abigail), terão de se voltar a reunir e trabalhar em equipa.
É nisso que os primeiros episódios são focados. Antes de voltarmos à acção, temos de reunir a equipa que irá parar o Apocalipse. Claro que isto irá envolver uma série de twists atrás de twists, cada um pensado com o intuito de espantar o espectador. O problema quando se atiram 50 reviravoltas inesperadas por cada episódio é que têm de ser cada vez mais insanos. O que faz com que todo o passado de uma personagem tenha sido alterado, falando de algo que nunca tinha sido mencionado em temporadas anteriores.
[irp]
Zoo consegue sempre manter o interesse do espectador. A história desenvolve-se a bom ritmo ao longo da temporada, sempre com boas doses da acção pelo meio. É pena, no entanto, que os argumentistas já sem livros nos quais se basear, não tivessem qualquer ideia de como encerrar os grandes plot points da temporada, deixando a maioria em aberto e sem qualquer tipo de resposta à vista.
Isto sempre me chateou em séries. Especialmente sabendo que as audiências já não foram nada de especial no ano anterior, porquê deixar tudo em aberto? É um problema geral, e não apenas de Zoo. Parece existir uma obsessão em que o final seja um cliffhanger gigantesco sem qualquer tipo de resolução para o espectador, que tem simplesmente de rezar para que a série não seja cancelada.
Em termos de elenco, Billy Burke continua a ser o ponto alto. O arrogante e sarcástico Mitch Morgan é a melhor personagem da série, com as suas piadas no ponto, expressões faciais hilariantes e o seu humor deadpan. Muitas vezes, também é a única personagem self-aware na série. James Wolk como um Jackson Oz de 42 anos tem a sua piada por vários motivos, que não vou spoilar aqui. No entanto, ele continua a ser um confiável e carismático protagonista. A Jamie Campbell de Kristen Connolly é agora uma espécie de super espiã milionária, a série só tem a ganhar com isso. Nonso Anozie e Alyssa Diaz (como Abraham e Dariela) funcionam como o principal casal da série e são atirados alguns problemas para o seu caminho, que demonstram a qualidade de ambos os atores.
[irp]
Grazie Dzienny e Athena Karkanis são as novas adições com mais destaque. Grazie interpreta Clementine, a filha de Mitch, misteriosa ao início mas que evolui para se tornar um membro chave da equipa. Athena é a vilã de serviço Abigail, que também está envolvida em cerca de 400 twists, tem uma arte de teletransporte fenomenal para estar onde é necessária no momento certo e é louca. A atriz faz um bom trabalho a mostrar o lado insano de Abigail e a ser ameaçadora quanto baste, provando ser uma adversária à altura. Delon de Metz como Sam Parker é uma adição na parte final da temporada, e é francamente terrível.
A acção em Zoo até costuma ter bom aspecto, e eles fazem os possíveis para esconder o mau CGI nos monstros que surgem ao longo dos 13 episódios que compõem a temporada, e existem algumas boas cenas de acção bastante intensas que nem envolvem as criaturas mutantes de Abigail. As reviravoltas são absolutamente insanas na maioria dos casos, e os argumentistas não usam explicações demasiado profundas ou aborrecidas na maioria dos casos, o que é bom porque neste tipo de séries não é isso que se quer.
Zoo é como aqueles blockbusters de verão. Tem acção, um enredo que envolve o Apocalipse mundial, um elenco diverso de atores que deverão agradar a todos os públicos e muitas reviravoltas para manter o espectador sempre surpreendido com os eventos do episódio. Será uma pena se esta for mesmo a temporada final. É de qualidade? Não. Entretém para caraças? Podes crer que sim.