Bem, tendo em conta que Beleza Colateral foi um filme feito quase exclusivamente para lucrar, acho que não se devia esperar nada de muito bom do mesmo. Confesso que até tinha uma pontinha de esperança por causa do elenco, que não é mesmo nada mau e que tem presente um actor que é dos meus favoritos e, para mim, é dos melhores da nossa geração: Edward Norton. Mesmo assim, o filme acaba por não fazer grande sentido e o argumento principal, no fundo, é uma chachada.
O argumento é centrado na história de Howard (Will Smith), cuja filha teria falecido há três anos, tendo em conta o tempo em que se passa o filme. Desta morte resultou a completa incapacidade deste senhor de gerir a empresa de publicidade que dividia com os outros três protagonistas: Whit (Edward Norton), Claire (Kate Winslet) e Simon (Michael Peña). Desta maneira, e tendo em conta que os restantes três sócios queriam salvar a empresa, contratam uma pessoa para seguir Howard para que possam provar que este está incapaz de exercer as funções de gestor da empresa e deixar de ser sócio maioritário. Daqui, descobrem que Howard escreve a três entidades maiores: o tempo, o amor e a morte. Estas três premissas sempre estiveram presentes nas ideias de Howard, por isso não foi algo que os surpreendesse de alguma maneira, apesar da ideia ser, no fundo, um bocado estúpida.
Não sei o que faria se estivesse no lugar da personagem que Will Smith interpreta, mas acho que escrever anonimamente a três entidades abstractas, não seria uma delas… Mas vá-se lá saber.
Desta abordagem parte-se para um filme que começa por até parecer minimamente lógico e onde o argumento parece não ser assim tão estúpido. Mas é. Percebo que nesta altura natalícia queiram tocar no coração das pessoas e que é preciso falar de amor e paz e coisas fofinhas mas fizeram-no de todas as maneiras erradas. Quando vi o trailer, nem achei o conceito assim tão mau, parecia ser decente. Nunca pareceu ser muito bom, mas nunca pensei que fosse tão fraquinho, principalmente com o elenco que tinha. O nível de cliché que se atinge é simplesmente demasiado. O guião não tem muito cabimento e ao longo do filme existem imensos buracos no enredo… Muita coisa que não faz sentido existir e que se percebe que foi posto lá, quase exclusivamente, para tentar arrancar uma emoção ou uma lágrimazinha. Só que não resultou, porque não foi feito da maneira correta. Nada correcta, mesmo. Depois, temos um dos piores plot twists que já vi na vida. E não, não estou a exagerar. Não faz sentido, apenas. O que é que estavam a pensar?
Quanto ao nível de actuação, foi uma desilusão. Tantos bons actores ali e não se retira quase nada. Irrita-me a maneira como escolhem bons actores, na sua maioria, e os põem a interpretar personagens tão vazias, tão ordinárias, que não dizem nada. As personagens quase que não têm conteúdo, percebe-se muito vagamente a sua personalidade, e mesmo assim, o que se safou melhor ainda foi Will Smith. Edward Norton, Kate Winslet e Helen Mirren foram uma desilusão, não no sentido de actuarem mal, pois nenhum deles o consegue fazer, mas no sentido de terem aceite interpretar personagens que dizem tão pouco, num guião tão fraquinho como este. Imagino o cachê.
A produção foi mais uma… Nada se destacou em especial, mas gostei do contraste das cores que eram usadas e de uma ou outra cena que era mais bonitinha e visualmente agradável. De resto, não sobra nada que possa avaliar em concreto, pois a produção acaba por ser muito mainstream. Não arriscam, logo não há nada a apontar. Também não se pode esperar muito do realizador de Marley & Eu.
Depois de tudo isto, chegamos à conclusão que há bons argumentos e boas ideias que não chegam aos cinemas para que se possam financiar este tipo de coisas. Não digo que o filme tivesse uma mensagem terrível, mas a tentativa forçada de emoção, de tristeza, de valorização da vida… É demasiado, chega a ser intragável. Quando os filmes são direccionados quase exclusivamente para o lucro, não pode sair nada de bom. Não tive pena quando sobe que este filme não estava a ter a assistência esperada. A verdade é que merece.
Eu sei que é normal haver este tipo de filme no Natal, mas acho que já chega. Já chega deste tipo de filmes que não acrescenta nada à 7ª arte, e se for preciso, ainda a denigrem. Tentam passar uma mensagem que, no fundo, é vazia e não fez grande sentido, pelo menos para mim. E se alguém acha que faz sentido, por favor que me explique porque eu não percebo donde é que vem. Só tenho mesmo muita pena de ver um elenco que poderia dar tanto numa produção que roça o muito mau, mas que se escapa porque é Natal e é bonito o amor e dar uma oportunidade à vida e mais coisas bonitas que caiem bem.
Gostei de ver esta crítica, é mesmo à português que não sabe fazer outra coisa senão criticar, nós em Portugal temos bons filmes o que é que acontece com eles?
Pois são abafados, não os deixam sair porque podem roubar umas migalhas a um bando de ladrões presunçosos e arrogantes, que passam por ti na rua e não te conhecem, não percebem que é graças a ti que eles são o que são.
Mas não estou para falar disso, vou tocar em pontos importantes.
1-o senhor que critica este filme não sabe o que é ter sentimentos e isso vesse nas suas palavras, nunca perdeu ninguém, foi criado como um rei…
2- nunca perdeu ninguém que lhe fosse próximo e começou como qualquer outra pessoa normal a questionar a razão da vida, a vida sempre lhe correu às mil maravilhas.
3- este senhor/a tem um problema a meu ver, esta pessoa não vingou no mundo do cinema, daí a sua frustração.
Eu pessoalmente gostei do filme, não digo que a certo ponto não seja um pouco enfadonho, que é mas no final a mensagem é bem passada.
Para acabar deixo apenas este pensamento que é absurdo: na América tudo mas tudo dá dinheiro eles arriscam, criticam mas o material deles é aceite no mundo inteiro, nós vivemos cada vez mais num mundo americanizado em que tudo o que vem do outro lado do Atlântico é que é bom, temos bons filmes em Portugal, mas é por causa de pessoas como este senhor que não somos da cepa torta, hoje em dia todos são críticos, analistas… sem conhecimento de causa curso de quê? Que tipo de arte? Está crítica é muito má para um bom filme.
Talvez o seu trabalho não seja ser crítico de cinema mas sim trabalhar nas obras, perder amigos pessoas que lhe são próximas, passar por momentos maus, imigrar, ai meu amigo você vai gostar do filme e verá a verdadeira ” beleza colateral” na vida aquela que é relatada no filme, não é preciso ser natal, apenas é preciso passar pelas coisas para se perceber a mensagem.
Nao concordo em parte da critica sobre o filme. Acho que precisas descobrir a beleza colateral entao das coisas, porque, achei até um pouco de choque de realidade, de perceber certos sinais e do quanto nós podemos mudar, ajustar a nossa voda, mesmo diante de situaçoes traumaticas. O facto de ser baseado noa historia do ator principal, deu mais aproximidade da realidade, portanto, gostei e recomendo. Pode ser um ponto de vista, mas pelo menos pra mim, serviu para repensar algumas coisas.