Sabes qual é a diferença entre Cuphead e Dark Souls? Um deles é um videojogo extremamente exigente que te obriga a passar horas e horas a estudar padrões e táticas diferentes de forma a ultrapassares os níveis ou bosses finais e onde vais morrer inúmeras vezes, levando-te assim a questionares a tua própria sanidade mental e também a tua existência insignificante neste universo infinito.
E o outro é Dark Souls.
Cuphead saiu há pouco tempo e tem sido imensamente falado por toda a internet e com boa razão para isso. Nós aqui no Cubo Geek, depois de uma extensiva experiência com o videojogo, achamos que estamos prontos para te explicar porque deves ou não comprá-lo.
Antes de mais, se não sabes a história é uma cena muito simples, o nosso amigo Cuphead e o seu parceiro Mugman decidiram fazer uma aposta com o Diabo (meninos, nunca façam isso) e perderam como é óbvio. Levando-os assim numa jornada para tentar recuperar as suas almas enquanto recuperam “dívidas” para o Diabo.
Os visuais são lindos! Se te lembras do tipo de desenhos animados do rato Mickey de 1930 e gostavas disso, então vais adorar o estilo artístico de Cuphead! Os fundos são todos pintados em aguarela e as personagens e as suas respetivas animações são todas feitas à mão o que parece que no fundo estás a jogar com desenhos animados. É uma escolha super interessante no que toca ao estilo artístico e a banda sonora estilo jazz ajuda a complementar toda esta vibe de nostalgia dos desenhos animados dos anos 30.
A jogabilidade em si é muito boa mesmo! As hitbox, ou seja as caixas de deteção da tua personagem ou dos inimigos ou dos projéteis, estão super bem-feitas e super precisas! Isto leva a um sentido de justiça no que toca àquela questão que todos fazemos quando levamos na boca dum videojogo, “como é que isto me acertou?” Em Cuphead, quando fazes merda, tu sabes que fizeste merda pois não há margem para dúvida. Ao mesmo tempo quando estás a correr e a desviar-te de mil projéteis que passam a milímetros de ti, é um sentimento de “eu percebo bué disto” que acaba por ser bastante recompensador. Aliás, faz-me lembrar videojogos como Contra, até pelas mecânicas. Tens um botão para disparar, outro para saltar e outro para te esquivares e é isso só que tens direito.
Na minha opinião, a “graça” de Cuphead está aí mesmo. É um videojogo exigente que quer ser aprendido. Ele não te vai dar a mão e explicar-te como passar o nível ou dar-te dicas. Dicas são para maricas e tu és um jogador de verdade! Vais ter de morrer várias vezes até perceberes a manha da situação e quando passares o nível, vais sentir-te muito mais realizado do que se tivesses tido ajuda. E joga sempre no modo Regular, se jogares no modo Simple vou-te virar a cara quando passar por ti na rua ou fazer de conta que não te vejo enquanto mexo no telemóvel. Mas eu deixo-te usares as melhorias que podes comprar naquelas lojas, isso vai-te ajudar bastante.
Outro aspeto que é de louvar em Cuphead é o modo co-op que te permite levares um amigo para tua casa (sem abusos) e passarem por esta frustração juntos. Isto é algo que se vê pouco nos dias de hoje. Poder ligar um segundo comando e partilhar uma aventura com outra pessoa. Claro que tens sempre videojogos de futebol ou de luta, mas acho que me estás a entender.
Nesses videojogos tu competes contra alguém, em Cuphead tu vais colaborar com essa pessoa para atingir um objetivo em comum e isso sabe muito melhor. Se bem que também seria ótimo poder partilhar uma partida com alguém que está longe através da internet, pode ser que adicionem isso num patch futuro. Mas não te iludas, não é por teres um parceiro que as coisas ficam mais fáceis, aliás, com outra pessoa a disparar no mesmo ecrã, fica cada vez mais difícil estar atento a tudo o que se passa.
Não é de estranhar que o videojogo esteja tão bem conseguido, tem estado a ser trabalhado há algum tempo e despertou bastante interesse quando surgiu na internet há alguns anos. Além disso, depois de ter sido escolhido pela Microsoft como seu exclusivo, só está disponível para Xbox e PC, também me pareceu óbvio que o resultado final seria bom.
Claro que existem algumas críticas no que toca a questões técnicas, como por exemplos alguns bugs em alguns níveis. Bugs como por exemplo, os bosses durante alguns segundos ficam parados e não te atacam, isto aconteceu-me mais que uma vez no mesmo boss, ou o teu comando começa a vibrar feito louco e só pára quando o desligas do PC, já vi isto a acontecer a streamers por isso concluo que não seja só eu. Se isto chateia um pouquinho? Se quisermos ser muito mesquinhos, então sim. Se retira a jogabilidade/diversão de Cuphead? Nem de sombras.
Por isso sim, Cuphead vale definitivamente os teus 20€ pois acredita que o valor que estás a pagar justifica a diversão que vais ter, assim como a longevidade do mesmo. Isto está incluído para jogadores mais “hardcore” assim como jogadores mais casuais pois existe sempre o modo Simple para estes que queiram apenas disfrutar do videojogo e não testar os seus dotes de gaming. Digo isto pois partilhei Cuphead com pessoas diferentes de forma a perceber quem gostaria mais e a verdade é que todas divertiram-se imenso, algumas com mais dificuldade, outras com menos, mas todas adoraram.
Cuphead continua disponível para Xbox One e PC e está à tua espera!