Nesta semana que passou o Cubo Geek foi convidado pela Bigmoon Entertainment a ter o hands on do seu videojogo mais ambicioso até a data: Dakar 18. Ao serem feitas as introduções, senti-me bastante orgulhoso da minha nacionalidade, ao saber que este videojogo foi feito por uma developer totalmente portuguesa! Composta por uma equipa de cerca de 50 pessoas, esta empresa provavelmente será a primeira a lançar um produto deste calibre em Portugal.
Dakar 18 não o teu videojogo tradicional de rally. Se estás com ideias que vai ser mais um Colin McRae Rally, ou um Dirt ou algo desse género, acredita que não é. É muito, muito mais que isso! Enquanto que esses videojogos se focam num percurso já delineado pelos seus criadores com curvas e rectas já feitas, a Bigmoon não segue essa estrada. Alguma vez quiseste sair desses percursos fechados para explorar o mapa porque simplesmente estava cansado do mesmo percurso repetitivo? Alguma vez quiseste ter a verdadeira experiência e liberdade do rally? Então este videojogo é mesmo para ti!
O videojogo traz vários modos, sendo o principal o “adventure”. Aqui tu podes escolher o teu veículo, mas além de uma grande variedade de carros, o videjogo também traz motos (simples e quads), SxS e camiões. Passando depois para o menu onde vês que tens 14 etapas à tua frente, começas a tua primeira corrida no Dakar 18.
O videojogo não tem mapa, nem sinais brilhantes à vista, nem nada que te tire da verdadeira experiência de Rally. Ao invés disso, o videojogo opta pelo caminho do realismo em todos os seus aspectos, usando road book no canto no ecrã (que só se pode ver no início a sua totalidade) e um co-piloto a dar-te as informações. Usando essas duas ajudas, tens que te orientar pelo mapa extenso que tens à tua frente, indo de waypoint em waypoint. Um detalhe que gostei é que se escolheres uma moto como veículo não terás um co-piloto, como na vida real. Portanto estarás a sacrificar um aspecto que te dá informações em troca de andares de moto.
A minha primeira reação ao jogar este videojogo foi de surpresa, pelo tamanho de detalhe que puseram em cada especto visual. Tal como disse, a Bigmoon está a apostar totalmente no realismo, e nada demonstra isso melhor que quando te apercebes que ao longo do percurso o teu veículo vai ficando mais sujo e danificado. E isso é um detalhe mínimo num videojogo com 180.000 Km2 de pura liberdade rally! Com algumas referências dos sítios reais da zona, imagens satélites e ajuda de participantes do próprio Dakar, foi possível criar mapas visualmente apelativos e credíveis.
Quanto à minha experiência do jogo em si, preferia não falar muito para não baixar mais ainda a minha reputação. Eu saltei o tutorial à frente e fui logo direitinho parar às corridas, pensando que “ia me adaptar”. Depois de muito tempo a andar às voltas, voltar ao waypoint anterior, tentar seguir os outros corredores, etc, cheguei ao final da primeira corrida! É então que vejo que, em tempo de jogo, eu demorei cerca de 2 horas e 30 minutos a completar o percurso quando os npc’s que estavam a participar demoraram menos que 25 minutos…
Ao acabares cada corrida, o teu carro é levado para um bivouac (imagina uma pit stop para todos os concorrentes). Aqui podes reparar as partes danificadas do teu carro, reabastecer de gasóleo e ver o road book da próxima corrida. Se o teu carro ficar sem gasóleo ou se estragar-se a meio de uma corrida (dependendo da dificuldade) perdes a partida. Este é um videojogo que dá uma experiência completa do Rally Dakar ao jogador e entrega-a na perfeição. Um rally verdadeiro não é pêra doce e este videojogo demonstra exactamente isso.
Ao falar com as outras pessoas que estavam na sessão, percebi que toda a gente sentiu, em geral, o mesmo. O videojogo mesmo tendo 3 dificuldades, é bastante difícil. Portanto, prepara-te para gastares um bom bocado do teu tempo a compreender o que realmente se passa nas corridas. Pessoalmente nunca fui adepto de videojogos de corridas de carros realistas. Nunca gostei muito de videojogos como Forza, ou F1, mas com este videojogo isso é diferente. Se calhar tem a haver com a dimensão do mapa em si, ou da sonoridade que está perfeita, do ambiente que conseguiram capturar, ou talvez ainda se deva mesmo ao facto de se quiseres, poderes sair do teu veículo e explorar o mapa a pé. Não consigo dizer uma razão ao certo, mas fiquei sem dúvida rendido ao videojogo.
Mas além de realismo em single player o Dakar 18 também te oferece uma experiência split-screen para jogares com uma pessoa ao teu lado. Também tens a possibilidade de jogares contra outros jogadores online em multi-jogador, ou participares num modo de jogo chamado “Treasure hunt”. Neste juntas-te com os teus amigos, e exploras o mundo à procura de certos itens especiais deixados pelo o pessoal da Bigmoon Entertainment.
O mapa é enorme, como já disse, e a informação que tens é suficiente para conseguires te orientar um bocado, mas fica já o aviso. Vais te perder. Muitas vezes. E mais uma vez isso faz parte do realismo do videojogo. Ao ir pesquisar informações para escrever isto, vi uma notícia que dizia que: “Só cerca de 55% dos participantes iniciais acabam o Rally Dakar” e depois de jogar este videojogo não me surpreende. Prepara-te para este desafio! Prepara-te para o Dakar 18!
Dakar 18 tem data de lançamento marcada para 11 de Setembro para Playstation 4, Xbox One e na Steam para PC.