É com grande alegria que volto a Lordran! Após sete playthroughs, dou por mim a regressar ao fatídico mundo onde tanto choro após cada morte. No entanto, mantendo a positividade, é o mundo de Dark Souls. Com direito a efeitos novos, mais ajuda dos fiéis companheiros Iron Tarkus e Solaire of Astora, e mais invasões…Já sei já sei, “git gud”.
Nesta crítica irei apenas descrever as melhorias e actualizações feitas neste videojogo, visto que já fiz uma crítica a Dark Souls, o meu primeiro artigo no Cubo, para terem noção de quantos parafusos tenho a menos.
Para quem é um fã acérrimo da série Souls, como eu, que gosto de sofrer, jogar esta versão remasterizada é um alívio em termos mecânicos, pois a jogabilidade é muito mais fluída. No regresso a Lordran encontramos texturas redesenhadas, ou parte delas, transmitindo um visual renovado ao mundo mórbido que nos suga a alma com o seu secretismo e paisagens deslumbrantes.
O secretismo é provavelmente o maior motivo que eu tenho para gostar tanto de Dark Souls. Na altura em que o videojogo saiu (2011), ninguém sabia o que havia ou o que procurar. Criaram-se fóruns para desmistificar certos objectos, como o Pendant que Miyazaki disse ser importante e que acabou por ser uma partida, ou até mesmo dicas para derrotarmos certos bosses. Estes na altura faziam qualquer um arrancar cabelos pelas fraquezas que não se conseguiam detectar.
O facto de Dark Souls ser um livro tão fechado foi em parte o que o tornou tão popular. Num ano em que saíram videojogos como The Elder Scrolls V: Skyrim, Portal 2, Batman: Arkham City, Uncharted 3: Drake’s Deception, L.A. Noire, Deus Ex: Human Revolution, Super Mario 3D Land,The Legend of Zelda: Skyward Sword, existir um videojogo que não nos dá a mão em nada, deixou bastantes jogadores perplexos, motivando assim a procura.
Mesmo com este mistério dissipado, não é difícil perdermo-nos no mundo criado pela From Software. Um mundo tão silencioso e imersivo que é mais relaxante que muitos feitos para tal propósito
É verdade que esta remasterização é um fan service, mas ao menos é um fan service bem feito! Praticamente todos os problemas latentes foram resolvidos, mas ficaram alguns que não prejudicam a experiência do jogador. Não consigo dar a nota máxima pois, por muito que adore esta saga e principalmente este videojogo, existem problemas como por exemplo o facto de um hacker chamado Malcolm conseguir invadir-nos e fazer com que levemos um ban da Valve. Apesar de ser um softban continua a ser incomodativo e perturbador da experiência.
Apesar de não terem sido incluídos conteúdos ou novas quests no videojogo, as melhorias feitas ajudam imenso! Desde os idiomas que acrescentaram, puxando mais pessoas que não falam tão bem inglês, os controlos podem ser personalizados, temos uma bonfire nova, que são os checkpoints do videojogo, ao lado de Vamos, um dos ferreiros do videojogo, e podemos mudar de covenant (culto/pactos). Algo que dá bastante jeito caso queiramos invadir ou jogar com amigos online, pois cada covenant propicia a esses modos de jogo.
É com grande alegria que voltei a este mundo para sofrer! Considero Dark Souls um dos melhores Role Playing Games alguma vez feitos, elevando a fasquia para qualquer videojogo que pretenda ser um desafio para o jogador. Ninguém nos dá a mão quando viajamos sozinhos pelo mundo sossegado, mas mortífero de Lordran.
Dark Souls Remastered já está disponível para Steam, Xbox One, Playstation 4 e tem lançamento marcado para este Verão na Nintendo Switch.