A série de videojogos Pokémon sempre teve uma fórmula sólida que nunca foi muito abalada com o decorrer do tempo. Um pouco seguindo o velho ditado que não se deve mexer naquilo que funciona (hum… isto é um ditado, certo?). Mas é talvez com essa ideia em mente que não faz mal lançar um derivado com premissas mais originais para esquentar as coisas. Tivemos direito a videojogos como Pokémon Snap, Mystery Dungeon e afins… E eis que temos outro para acrescentar agora a esta lista: Detective Pikachu para a Nintendo 3DS.
Ao contrário do tipo de jogabilidade à là JRPG que encontramos na série principal, aqui participas numa investigação como detective numa aventura com mecânicas tiradas de point and clicks e de videojogos de puzzles.
A premissa é simples: Tim chega a Ryme City com o objectivo de encontrar o seu pai desaparecido. Rapidamente forma equipa com o Pikachu que pertencia ao seu pai, para resolver o mistério por detrás deste desaparecimento. Este estranho par quebra completamente qualquer molde que estaríamos à espera deles! É uma mudança bem refrescante. Apesar de não o parecer, devido ao estilo artístico do videojogo, Tim é um jovem adulto que faz contraste aos pré-adolescentes que protagonizam os outros videojogos da série. Já o Detective Pikachu ao contrario do resto da sua espécie comporta-se como um homem de meia idade rezingão e pouco atlético.
A história está dividida por 9 capítulos. Cada um com um caso para resolver e cada um destes é uma peça do puzzle da narrativa final. O principal método de progressão envolve falar com várias personagens e registar o seu testemunho. Tim fala com os humanos e Pikachu com os Pokémon. Depois de recolhermos toda a informação é nos dado um puzzle lógico para resolver, relacionado com o caso em questão.
Tendo isso em conta, tinha começado o videojogo a achar que isto seria uma história de investigação normal que por acaso tinha Pokémon à mistura. Mas felizmente estava enganado. Estes monstros de bolso estão bem integrados neste mundo e as suas características individuais são essenciais para a solução destes mistérios. Algo que sem dúvida faz a delícia dos mais novos e dos fãs de Pokémon.
Quem não esta familiarizado com todos estes bichos (existem de momento cerca de 806 monstros diferentes em toda a franquia!) não tem motivo de se preocupar. Toda a informação necessária é facilmente adquirida dentro do videojogo. Mas em contrapartida o videojogo é demasiado fácil. Talvez com o objectivo de abranger um publico alvo maior… Idem aspas aos Quick Timer Events que ocorrem durante as cutscenes. Se queres algo desafiante então Detective Pikachu não é indicado para ti.
Em termos de aspecto gráfico, o mundo está muito mais detalhado do que o que costumamos encontrar na série principal. Apesar de estarmos confinados em áreas relativamente pequenas durante o decorrer da acção, o ambiente está sempre cheio de vida devido aos seus habitantes, quer estes sejam humanos ou não. O aspecto mais caricato assenta bem nesta consola da geração anterior que já não tem muita pedalada com a tecnologia que está disponível nos dias de hoje.
A banda sonora está composta principalmente de músicas ambiente. Nada muito marcante, mas enquadram-se bem no ambiente de videojogo, principalmente nos locais mais dramáticos da história.
É uma viagem bem agradável e refrescante, principalmente para aqueles que gostam de videojogos de investigação e mistério. É pena que seja demasiado fácil de acabar, é mesmo o problema principal que afasta um videojogo bom de um excelente. É um problema recorrente deste género que agravou desde o Walking Dead da Telltale…
Detective Pikachu já está disponível para a família de consolas da Nintendo 3DS.