Histórias de um Píxel está de volta! E é tempo de revivermos os grandes momentos que a geração de ’90 nos proporcionou com este grande clássico que viu a sua vida aparecer em diversas plataformas!
Como se diz… para se aperfeiçoar uma receita é preciso experimentar, experimentar e… experimentar, e isso foi o que aconteceu com Resident Evil 2, que viu várias versões antes da final. Todos os grandes fãs de Resident Evil certamente ouviram falar de Resident Evil 1.5, que nunca viu a luz do dia. A história era diferente, a arte utilizada também, os sons eram parecidos aos do primeiro Resident Evil e a Claire não existia… No lugar dela tinha-mos a Elza, uma universitária que se encontrou presa em Raccoon City durante o incidente.
Sinceramente, tenho muita pena que esta versão não tenha saído, porque parecia ser bastante boa… Mas no ponto de 70% da produção do jogo, a Capcom (obrigado Shinji Makami) decidiu atirar tudo para o lixo e recomeçar com aquilo que conhecemos hoje.
Como podes ver no vídeo do jogo, que foi recuperado por fãs, os cenários eram muito diferentes… A esquadra da R.P.D. era mais moderna, o desenho menos cuidado, os “gritos” de Leon eram os mesmo que de Chris, a roupa deles rasgava-se… Bem, do 8 ao 80! Quanto à história, do que se vê é que o Tony, que morre no início de Resident Evil 2, é uma personagem secundária que acompanha Elza e Sherry na aventura de Resident Evil 1.5 e que ambos os protagonistas fogem de William Birkin, que pelos vistos continua atrás da filha!
“A Elza foi meio rasgada para a festa de ontem” … “Ahh não te preocupes, foi atacada por um zombie!”
Em 1998, a versão final de Resident Evil 2 viu a luz do dia. Para muitos, considerado o melhor da série (pessoalmente, é o meu preferido). Este título conseguiu levar o terror do primeiro episódio da série para outro nível – os gráficos, a banda sonora, os sistemas… Tudo o que não estava polido em Resident Evil e Resident Evil 1.5 foi retrabalhado para nos proporcionar uma experiência inigualável!
Os diálogos de Resident Evil 2 continuam a não ser o forte da série, a sério… Quem é que escreve esses argumentos? De vez em quando parece-nos tudo muito bem, até que chegamos a uma fala que não faz sentido nenhum, se bem que os actores que deram voz ao jogo fizeram um óptimo trabalho, principalmente os zombies. Sim, os zombies, que parecendo que não, falam… Ou nunca reparaste que quando os matas eles gritam “Nooooooo” enquanto caem?
Nunca me cansei de jogar este videojogo, porque tem muito para oferecer! Cada uma das nossas personagens tem dois cenários, que acabam por se completar um ao outro. Isto é, ao completar o cenário A com Leon, vamos poder ter a oportunidade de saber o que Claire fazia através do cenário B e vice-versa. Claro que para além disso há todos os desbloqueáveis que têm sido tradição na série: novas roupas, armas com munições ilimitadas, modos secretos – Resident Evil foi sempre perito em dar-nos um replay value, porque há muito por descobrir, e muitos segredos por desvendar. É evidente que passado um tempo, acabas tudo em 1h30, sem usar First Aid Sprays, nem gravar e sentes-te satisfeito com o Rank S (se não tiveres usado mais do que 3 ervas verdes – ainda não percebi a mania das ervas no jogo, mas é melhor não pensar nisso!), isto porque acabas por saber tudo de cor.
Na minha opinião, Resident Evil 2 foi um videojogo que envelheceu bastante bem e um videojogo que percorreu um enorme número de plataformas: desde a Playstation à Dreamcast, Nintendo 64, GameCube, PC e, por fim, PS3/PSVita – para além do remake que está a ser feito para a actual geração. O jogo continua a ter aquela essência que entregou em 1998 e continua a fazer melhor, no departamento de terror, que muitos tentam hoje em dia – por ironia do destino, alguns da mesma série. Acho que este título é uma prova que antigamente fazia-se melhor do que hoje em dia… Um pouco como os filmes! Agora só nos resta esperar pela nova versão desta história que promete ser grande.
