Se havia dúvidas quanto ao potencial de uma equipa de heróis vigilantes urbanos entre os títulos da Marvel, estes cinco números têm vindo a desmistificar essas questões. A equipa criativa de Brian Michael Bendis e David Marquez faz justiça à série homónima da Netflix. Com o mesmo rooster da série e com Diamondback como vilão, este número conseguiu deixar qualquer leitor em pulgas para saber como se irá concluir o primeiro arco de histórias. Vamos por partes:
O Justiceiro, que já havia aparecido nos últimos dois números, faz a recapitulação dos números passados. Logo depois vemos a Enfermeira da Noite, Linda Carter, a ajudar Danny Rand, o Punho de Ferro, a recuperar dos ferimentos causados por Diamondback, que no último número lhe danificou a coluna (de um modo estranhamente semelhante a como Bane magoou o Batman na história Knightfall). Um belo toque, adicionar a Enfermeira da Noite como personagem recorrente, para enfatizar a semelhança com a série de TV d’Os Defensores, e mostrar que estes heróis são vulneráveis e necessitam de cuidados constantes. A compra do prédio por Danny Rand indicia que este local será frequentemente usado no futuro. Estaremos perante a nova base dos Defensores?
Diamondback, que havia sido detido juntamente com o Justiceiro, escapou, deixando o futuro do Justiceiro incerto. A equipa trata de o localizar, procurando pistas do seu paradeiro. Jessica Jones encontra-se com Raindrop Lilly, uma espécie de sabe-tudo de super-heróis. Esta personagem já havia sido introduzida na primeira banda desenhada solo da Jessica Jones, o que, depois do Blade, dá legado a cameos de personagens B da Marvel. Sinceramente, espero que Raindrop Lilly só tenha mesmo esta participação: uma personagem deste calibre, com todo o tipo de informações relevantes para a narrativa, pode começar a tornar-se repetitivo e virar um Deux Ex-Machina para situações difíceis.
Os diálogos continuam muito bons. Na minha humilde opinião, este têm sido um dos pontos altos destes cinco números: diálogos dinâmicos, mas não em demasia, e as personagens bem representadas. Consegue-se sentir a intimidade de Jessica Jones e Luke Cage, e continua a piada recorrente da possibilidade de o nome verdadeiro do Demolidor ser Gary. Algo que aparece frequentemente são referências a histórias individuais de cada personagem. Consegues adivinhar qual é a da imagem ali em cima? Uma pista: Frank Miller ehehe…
E a Gata Negra foi o grande cliffhanger desta edição. Elektra, que já havia sido mencionada no último número , também parece estar envolvida na narrativa central, apesar de ainda não ter interagido com nenhum dos Defensores. Será que vai aparecer no próximo número? Ainda fará parte da equipa? E o Justiceiro? Que é feito dele?
Defenders não será afectado com a renumeração do Legacy. No entanto, já se sabe que o Deadpool aparecerá no número seis. Depois dos X-Men e dos Vingadores, nem os Defensores se safam do Mercenário Tagarela. De tanta personagem que podia aparecer, será esta a melhor escolha? Onde é que pára o Aranha nestes dias?