Quando vi que o 7º número de Snotgirl estava disponível, algo que ainda estou a tentar ler porque sou fã do autor, tive alguma esperança que a qualidade da história fosse melhorar… E foi então que me deparei com aquela bela primeira página cuja escrita me deu vómitos. No geral este foi um número que continuou o que estou a achar do segundo volume, a história perdeu o pouco lustre que tinha quando a componente criminal acalmou. Mas seria injusto dizer que não houve méritos nenhuns desta vez.
O’Malley recomeçou a introduzir novamente elementos narrativos que mostram que algo de errado se está a passar. Nada que explica realmente o que está a acontecer, mas deixa aquela sensação de desconforto propositado que alimenta a minha curiosidade mórbida sobre os estranhos eventos que se estão a passar à nossa “Snottie”.
E por falar na protagonista, foi aqui que finalmente clicou na minha cabeça sobre as queixas que ela tinha da vida que tem e com as pessoas que a rodeavam. Ela está realmente rodeada de gente louca, que em combinação com a sua obsessão de imagem, estão a fazer mal à psique da pobre rapariga. Lottie está a pôr a Coolgirl num pedestal que não merece e a projectar as suas expectativas nela. E qualquer piada inocente que a faz lembrar a sua alergia vinda de pessoas (relativamente) mais normais incomoda imenso. Admitir as suas inseguranças poderá ter ajudado um pouco nisto.
Charlene acordou do seu coma, algo que achei ao inicio que foi cedo demais e não deu para criar nenhum drama com isso, mas depois percebi que foi algo mesmo necessário. A sua obsessão pela Lottie está a níveis ainda mais anormais que nunca. Que faz também entender que Sunny, o namorado, também não bate bem dos carretos com a protagonista. E mais importante, ela sabia de algo que se passou naquela noite na casa de banho onde se achava que Caroline tinha morrido.
Virgil está em cima desta situação de forma extremamente doentia, espia de forma anormal todos os movimentos da nossa miúda de cabelos verdes e ainda por cima até se disfarçou do fisioterapeuta da Charlene… Sempre a apontar tudo no seu bloco de notas. Estará ele à procura da verdade para fazer justiça? Ou simplesmente quer apagar o rasto de um possível criminoso? E isto tudo acontece com a policia por perto…
Mas já consigo apontar sem qualquer dúvida qual é o maior pecado desta banda desenhada. Não acontece o suficiente na história para o espaço de tempo morto que existe entre os lançamentos dos números. Eu quero explicações e é agora!