AGENTS OF S.H.I.E.L.D. | Discussão T05 E21

O penúltimo episódio!

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Por Gui Santos escritor/a em SOMOSGEEKS.PT
Sou um cinéfilo viciado em narrativa, dado a devaneios pretensiosos, e a ficar constrangedoramente entusiasmado com tudo.

“The Force of Gravity”

Várias coisas interessantes a acontecerem logo no início deste episódio, com a Daisy a ser aliciada pelo Taryan da Casa Kasius, que lhe diz que ela como Inumana merece melhor do que a vida que teve com os humanos. Isto contrasta com o que o Kasius do futuro fazia, que era raptar Inumanos e pô-los em combates gladiatoriais, e justifica o cepticismo da Daisy. O Taryan continua a tentar apelar ao ego da Daisy, dizendo-lhe que os poderes dela estão desperdiçados, e oferece-lhe um lugar como sua discípula. Quando a Daisy recusa, e tenta usar os seus poderes, descobre que não consegue e que afinal toda esta conversa aconteceu com ela estando inconsciente e com uma coisa qualquer na testa a controlá-la.

Entretanto na nave dos Remorath, a May e o Coulson estão prisioneiros, e o Qovas vai lá vangloriar-se um bocadinho, ameaçar o Lighthouse com mísseis e acusá-los de serem fracos por usarem armas. É hilariante e assustador sempre que ouço o Talbot dizer que sabe o que está a fazer. Ele menciona que sabe de alguém que os pode ajudar a obter mais gravitonium, e invade o Zephyr para roubar um quinjet e voar para a Terra. Enquanto estão na cela a May e o Coulson têm uma conversa que está bem escrita, em que falam explicitamente sobre o Talbot, sobre como as pessoas mudam e evoluem, e mesmo aí às vezes não é possível salvá-las, mas que ainda assim é preciso tentar, que é implicitamente também sobre o próprio Coulson e a relação que tem com a May.

Enquanto isso, no Lighthouse, a Jemma e o Fitz estão de volta à sua dinâmica cientistas-no-laboratório (que é onde eles são mais engraçados) e estão a tentar obter o factor regenerativo do esqueleto da mãe da Daisy para curar o Coulson. Isto volta a entrar em conflito com o aviso da Yo-Yo do futuro que era de que tentarem salvar o Coulson é o que leva ao fim do Mundo. A Jemma sugere que eles até agora estiveram a interpretar essa frase mal, e que a solução para sair do loop temporal é de facto ter sucesso a salvar o Coulson. Isto faz algum sentido, na medida em que de facto o Coulson não existe no futuro, e fazer com que ele viva é uma maneira de quebrar a causalidade. Até o Fitz parece concordar com esta estratégia, mas aquilo a que ele chama de audácia eu chamo desespero.

Usando o código genético da mãe da Daisy e a tecnologia da Centipede, eles aparentemente conseguem encontrar uma solução para curar o Coulson (yay!). Quando o Mack chega para lhes pedir ajuda com o Talbot, há claramente tensão entre ele e o Fitz. Adoro como estas duas personagens, que sempre representaram pólos ideológicos opostos (o Fitz sendo o cientista pragmático e o Mack como o homem de fé optimista) estão agora abertamente em desacordo e o seu conflito ideológico tornou-se pessoal para os dois. A maneira como este conflito se vai resolver vai dizer muito destas duas personagens. Resolver o problema do Talbot não é assim tão simples, dado o poder dele, e a Jemma e o Fitz debatem-se não só com a moralidade de ter de matar um homem que era bom, mas também como fazer isso acontecer. A ideia a que chegam é usar o soro Centipede para injectar o Odium directamente às células dele. Relembro que o Odium mata quem o toma, mas apenas depois de induzir um estado de raiva e fúria associadas a uma exacerbação dos poderes físicos. Portanto esta estratégia mata o Talbot, mas não sem antes o deixar ainda mais descontrolado e poderoso.

Não percebi bem como, mas o Talbot de repente chega ao hospital onde está o Creel. Da maneira mais creepy de sempre (até o Creel repara) o Talbot oferece-se para silenciar as vozes que o Creel ainda tem dentro da cabeça, mas cheira-me que isto vem com condições e/ou absorções corporais. Yup, absorções corporais! Qual será o objectivo do Talbot ao fazer isto? Será que ele está a obter os poderes do Creel? Será que ele obtém os conhecimentos e memórias do Creel, e precisa disso para obter mais Gravitonium? Será que os escritores de Agents of S.H.I.E.L.D. simplesmente não sabiam o que fazer com o Creel e isto era uma maneira simples de resolverem esse problema? Mas entretanto o Mack e a Yo-Yo continuam sem saber como encontrar o Talbot. Partem do mesmo raciocínio que complica a vida ao Fitz e a Jemma, que é que o Talbot continua a ser um homem bom debaixo do seu papel de super-vilão, e acredita que está a fazer a coisa certa, e daí deduzem que uma das coisas certas que ele vai tentar fazer é encontrar o seu filho de novo.

O encontro do Talbot com o filho corre como se esperaria. Esta cena está muito bem escrita, e mostra-nos que o Talbot que conhecíamos continua de facto ali dentro. A maneira como ele fala ao filho no início, quão orgulhoso está de estar melhor e agora ter super-poderes, e a reacção entusiasmada do filho estão excelentes, e são muito bem subvertidas momentos depois quando ele começa a ficar frustrado e começa a perder o controlo e atira a mãe contra a parede, destrói a nave de legos, e deixa o filho aterorrizado. Subitamente, no fim quando ele diz ao filho que lhe pode mostrar um nave espacial a sério, isso já não é uma coisa entusiasmante, mas sim uma coisa ominosa e carregada de ameaça. É nesse momento que chegam a Yo-Yo e o Mack, mesmo a tempo de impedir o Talbot de absorver a mulher. Eles ainda tentam conversar com o Talbot, mas ele entra em modo super-vilão a levitar carros e a impedir balas de o atingirem. A única coisa que impede que toda a situação se transforme num massacre é o próprio filho do Talbot que aparece e diz que ele é o vilão. O Talbot tenta defender-se mas isto claramente afecta-o e faz com que ele levite dali para fora.

Paralelamente a isto vamos vendo nas notícias relatos relativos ao estalar-de-dedos do Thanos, noticiando desastres a acontecerem em Nova Iorque. Também já antes no episódio tínhamos visto isto, mas parece-me que estas notícias todas parecem localizar os problemas só em Nova Iorque, o que não faz sentido nenhum dado que o estalar-de-dedos foi universal. Os desastres deviam estar a acontecer em todo o lado. Não sei se isto é uma omissão, propositada ou inadvertida, se é conveniência narrativa, mas não funciona de todo com o que sabemos de Vingadores: Guerra do Infinito. É estranho e mal executado, seja qual for o objectivo.

De volta à Daisy com o Taryan, ele continua a gabar-se de que a Daisy é prisioneira dele. Ele diz que prendê-la dentro da sua própria consciência é a melhor maneira de quebrar uma pessoa, e que não há nada que ela possa fazer acerca disso porque ele já viu isso acontecer e sabe como vai ser o futuro dela. E é neste momento que as coisas começam a ficar badass; adoro como a Daisy exerce a sua vantagem nesta cena. Ela, contrariamente o Taryan, de facto viajou para o futuro e de facto viu o que acontece aos filhos dele, o que parece desorientá-lo. Ela é de facto muito mais poderosa do que ele pensa, e ela sabe que provavelmente vai ficar ainda mais poderosa, e adoro a maneira como ela diz que é a Destruidora de Mundos, e consegue remotamente quebrar o inibidor que tem na testa! E depois vê-la a usar os seus poderes para sem esforço nenhum eliminar os seus guardas? É muito satisfatório! Mas será que é esta confiança e bravado que leva a Daisy a tornar-se de facto na Destruidora de Mundos? Será que no fim é mesmo ela e não o Talbot? Gosto como a série continua a deixar isso ambíguo, constantemente a mudar a probabilidade do desenlace final.

O Deke, depois de escapar por um triz quando o Talbot roubou o Quinjet, consegue atordoar o guarda da cela da May e do Coulson no preciso momento em que eles conseguem abrir a porta. Adoro a maneira como eles continuam frustrados com os conhecimentos limitados dele, por ter crescido num futuro distópico. Quando acidentalmente se cruzam com dois guardas Remorath, a Daisy aparece fortuitamente e salva-os. No entanto eles não podem fugir enquanto não neutralizarem os mísseis do Qovas. A discussão cresce em intensidade quando a May ordena ao Coulson voltar para a Terra com a Daisy enquanto ela e o Deke vão desactivar os mísseis. O Coulson não gosta de receber ordens, e no momento em que parece que a discussão vai escalar, e enquanto simultâneamente estão a ser atacados por Remorath, o Coulson levanta o seu escudo e beija a May! Finalmente aconteceu! Nas circunstâncias mais inesperadas e improváveis, mas eles finalmente beijaram-se! Chiça que isto estava para acontecer há imenso tempo, e foi mesmo tão satisfatório como eu queria que fosse. Adoro as reacções de toda a gente nesta cena, e especialmente a cara do Deke.

O Deke e a May chegam à sala de controlo dos Remorath, e há ali na May uma satisfação muito palpável quando finalmente tem oportunidade para dar uma tareia aos Remorath. O plano deles é surpreendentemente espertalhão! Não só vão obter as coordenadas do Lighthouse a partir do sistema de controlo dos mísseis, como vão dar um alvo novo aos mísseis! Mas mesmo antes de conseguirem meter o último número no teletransportador, aparece o próprio Qovas para justificar uma luta badass entre ele e a May! A luta progride de uma maneira muito interessante, com o Deke a tentar lembrar-se dos símbolos para os números e a tentar metê-los num teletransportador alienígena, enquanto a May luta contra o Qovas. A luta está agradavelmente coreografada, e no fim quando o Deke finalmente mete as coordenadas todas, percebemos que a May estava só a fazer tempo e a chatear o Qovas para o manipular a disparar os mísseis ele próprio. Mísseis esses que agora foram reprogramados para destruir a nave dos Remorath enquanto a May e o Deke se teletransportam de volta para o Lighthouse!

Entretanto a Yo-Yo e o Mack também voltaram ao Lighthouse, e parece que está tudo a resolver-se, quando o Coulson colapsa por causa dos seus ferimentos, algo que está claramente ligado ao facto de ele estar lentamente a morrer por dentro. De volta ao Lighthouse a Jemma explica a situação sucintamente. Eles têm duas opções: usar o que lhes resta do Soro Centipede combinado com o Facto Regenerativo para salvar o Coulson, ou usar o que lhes resta do Soro Centipede combinado com o Odium para matar o Talbot! É este o grande conflito final da temporada, moralmente e para resolver o loop temporal. O que a Yo-Yo do futuro sugeria era que tentar salvar o Coulson levava à destruição do mundo, o que parece sugerir que em todos os loops eles decidem salvar o Coulson e permitir que o Talbot destrua o mundo.

Mas ainda é possível interpretar a profecia da Yo-Yo de outras maneiras. Mais uma vez é possível que eles no passado tenham tentado salvar o Coulson e falhado, e daí resulta a destruição da Terra, mas que se tiverem sucesso a salvá-lo, isso salva a Terra. Por outro lado, tentarem matar o Talbot e deixar o Coulson morrer continua consistente com o facto de o Coulson não existir no futuro, o que sugere que essa também não é a opção correcta! De uma maneira ou de outra, eles só têm mais um episódio para resolver esta embrulhada em que se meteram, e é bom que seja uma solução satisfatória!

Achas que no fim isto vai fazer algum sentido?

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COMENTÁRIOS
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1 COMENTÁRIO

  1. Mijei-me todo quando o objecto na testa da Daisy se parte. Mas que cena brutal e tão badass!!!

    Mas enganaste-te numa cena. Os relatos que aparecem nas televisões sobre Nova Iorque não é o estalar de dedos do Thanos, mas sim o ataque dos Filhos de Thanos. É muito provável que algumas personagens de AOS desapareçam com o estalar de dedos e não vimos nada disso a acontecer.
    E agora um teoria minha. E se todas aquelas pessoas que estão a fugir na cena pós créditos de Vingadores: Guerra do Infinito, estão de facto a fugir do Talbot e ao mesmo tempo estão a desaparecer?

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