Gakkou Gurashi! não é só uma história de raparigas fofinhas, mas sim uma história num mundo pós apocalíptico cheio de zombies!
Oh, esperem. Não, é só uma série sobre raparigas fofinhas que por acaso tem zombies.
Podem discordar, principalmente quem leu o manga, que deve avançar muito mais a história, mas é esta a impressão que tenho do anime.
Começamos com um primeiro episódio onde nos são apresentadas as personagens e vemos toda a escola, muito bonita e tal, até chegarmos ao fim do episódio, onde vemos que tudo aquilo se passa na cabeça da Yuki, e que na verdade a escola está toda destruída, com vidros partidos, sangue por todo o lado, zombies no recreio e barricadas nas escadas, para manter aquele piso livre dos zombies.
A Yuki é uma rapariga muito animada, que faz muitas asneiras e vem sempre com ideias para passarem o tempo, mas que claramente não está saudável; ela não consegue enfrentar a realidade do que se passou, e as colegas parecem perfeitamente bem com isso, usando como desculpa que a Yuki é quem as anima e ajuda a superar a situação em que se encontram.
Temos então a Yuuri, que faz papel de mãe. Ela é uma rapariga certinha, muito simpática e preocupada, que cuida das outras e, tal como uma mãe, consegue ser “assustadora” quando se trata de pôr alguém na linha.
A Kurumi é a lutadora do grupo, que usa uma pá para se livrar dos zombies. É a mais violenta e está sempre pronta a entrar em combate. Agora, porque raio é que a deixam lutar sozinha?
Finalmente, a Miki, uma rapariga tímida, que é a última a juntar-se ao grupo e demora um pouco a adaptar-se. Ela é quem mais vemos questionar a situação da Yuki, mas rapidamente passa a concordar com a Yuuri e a Kurumi.
Temos ainda duas personagens mais secundárias importantes: a professora Megumi, que é a imrã mais velha da Yuki e se preocupa muito com as alunas; e o Taroumaru, o cão que chegou ao grupo com a Miki e é adorado por todas as raparigas.
A história em si é pouco desenvolvida. Juntamente com a professora, as raparigas criaram um clube, Clube da Vida Escolar, que acaba por explicar nas ilusões da Yuki o porquê de passar todo o dia na escola, dormir e comer lá, e realmente não ir a casa, nem ao fim-de-semana.
Este clube acaba por tornar-se a base de toda a história do anime, pelo que acabamos a seguir a o dia-a-dia das raparigas; a partir de flash-backs, vamos descobrindo mais sobre elas, mas isto só contribui para o desenvolvimento das personagens, e pouco ou nada contribui para o avance da história dos zombies.
As personagens em sim são todas rapariguinhas fofinhas, constantemente coradas, que seguem as ideias da Yuki por mais mirambulantes que sejam.
Uma vez a Yuki decide fazer uma excursão ao centro comercial, e lá vão elas. Está tudo cheio de zombies, não é uma ideia inteligente, e a única explicação lógica é reabastecerem as reservas de comida, principalmente enlatados. Quando vão ver roupas, em vez de levarem algo útil, escolhem bikinis, que obviamente acabam por usar mais à frente, quando a Yuki decide fazer uma dia de piscina. Nessa ocasião, gastam tempo e recursos a limpar uma tanque de criação de peixes para usar como piscina (peixes que por acaso nunca as vemos comer).
Porque, por estranho que pareça, a escola está cheia de recursos. Isto também é justificado no anime, a certo ponto. Digamos que tudo é muito conveniente.
Finalmente, nos últimos dois episódios vemos realmente alguma acção, mas mesmo aí não conseguimos livrar-nos das cenas inúteis que nada contribuem para a acção. Aqui também há demasiadas coisas muito convenientes, principalmente a forma como o Taroumaru e os zombies agem. Vá lá, se o que a Yuki faz no último episódio é suficiente para os zombies saírem da escola, bastava falar com eles para existir algum entendimento. Além disso, se adoram tanto a escola que não se esquecem de lá ir, não deviam lembrar-se também de que os humanos não são comida? Parece-me algo muito mais enraizado do que a vida escolar.
Realmente, se alguma coisa salva este anime é que tem uma animação muito boa, porque nem os grunhidos dos zombies são algo de espectacular. São mesmo só grunhidos, às vezes acompanhados por música de fundo, para criar um ambiente mais “assustador”. A abertura e o encerramento são muito vivos, e combinam perfeitamente com a imagem das raparigas que a série transmite. Até dá para esquecer os zombies.
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Só gostava de saber como é que as personagens principais estão sempre tão impecavelmente limpas e de roupa arranjada, com excepção dos momentos óbvios para estarem sujas, porque mesmo com os recursos da escola, as roupas não deviam estar tão impecáveis num mundo daqueles.
No fundo, só acabei de ver Gakkou Gurashi! para poder escrever uma crítica completa, e não por interesse na história, que me desiludiu. É um anime fraquinho, que se não fossem os zombies só tinha visto o primeiro episódios, e que me parece dirigido apenas ao público que teria se não tivesse zombies.