Crítica| Monster Musume no iru nichijou

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    Bem vindos a uma casa habitada por criaturas monstruosas mas sem a Teresa Guilherme! 

    Imaginem que os vossos monstros de Final Fantasy ou Soul Series adoptaram a forma de lindas raparigas a desejam namorar convosco? Assim é Monster Musume no iru nichijou. Certo dia a sorte ou azar batem à porta de Kurusu Kimihito e terá de educar uma lamia a viver em sociedade, enquanto este tenta sobreviver dia após dia.

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    Antes de mais Monster Musume no iru nichijou, abreviado para Monmusu começou por ser uma série hentai one-shot (história imediata) pelo autor Oyakado, originando depois uma adaptação manga e finalmente agora em formato anime. Começo por este ponto porque muito do que podem ver pelas imagens sugestivas e o trailer talvez possa parecer um pouco estranho, mas sim foi transmitido em canal aberto. Mesmo com censura as situações foram muito extremas e bem estranhas acreditem. Monmusu é por excelência um harém, protagonizado por monstros, neste caso monstras. Ainda bem que assim é, imaginem se tivéssemos Minotauros! Eventualmente o protagonista ia-se agarrar ao…agarrar ao…agarrar aos chifres, oh valha-me Santa Catarina seus perversos o que estavam pensar? Precisamente criei este momento de humor, para mostrar-lhes que em Monmusu tudo e todas as situações, que mesmo encobertas revertem para a perversidade por vezes até sacrificando a acção em prol disso.

    No entanto como a história foi leve, e fortemente focada nas suas personagens, até teve um certo valor dentro do seu género. O personagem principal não é um louco pervertido, mesmo partilhando o seu dia-a-dia com estas, apenas preocupa-se com o seu bem-estar, as monstras sim essas fazem de tudo para conquistar o seu Darling e quando digo de tudo não exagero. Temos aqui um índice de frescura neste tipo de séries, um protagonista complemente, o inverso do que conhecemos, ou seja este não procura as situações simplesmente estas vêm ter consigo. Como se não fosse suficiente o seu amado tem de ajudá-las nas tarefas próprias da sua espécie. Tarefas lúdicas e divertidas, como uma Harpia dar à luz, remover peles mortas de uma lamia, hidratar uma slime ou até montar literalmente uma centauro.

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    Sim porque o nosso Darling- kun (representado por Majima Junji), um sujeito que perdeu as pupilas, recebe da esbelta agente Smith (interpretada Yuu Kobayashi), uma humana que não tem nada a ver com Matrix embora use óculos escuros e vista também um fato parecido, uma Lamia chamada Miia (representada por Sora Amamiya).

    A Smith indica-lhe que foi seleccionado para participar no programa de intercâmbio de espécies, no qual terá de educar a Miia a comportar-se em sociedade. Pensavam que o nosso Darling-kun só partilharia o seu lar com esta jovem monstra? Nada mais longe da verdade! Rapidamente na casa mais famosa do país junta-se a Papi (interpretada por Ari Ozawa), uma harpia adolescente híper-activa que adora jogar Wii sports; a Centorea (interpretada por Natsuki Aikawa) Uma centauro tradicional e devota aos valores da cavalaria; a Suu (representada por Mayuka Nomura), uma slime que partilha a aparência entre um Chao de Sonic the Hedgehog com o Gil da Expo 98, tendo tanto de adorável como de assustador.

    Será que neste lar ainda cabem mais monstras? Na verdade sim porque o nosso amigo ainda recruta a Mero (representada por Yamazaki Haruka), uma sereia que adora histórias trágicas, a Rachnera (interpretada por Nakamura Sakura) uma mulher aranha que vive e respira a arte do Shibari, e já na recta final uma Dullhan chamada Lala (interpretada por Kakuma Ai). Como se não bastasse a Smith e a sua equipa de assistentes monstras, Manako, uma ciclope tímida. Zombina, uma Zombie com bastante vida, Doppel, uma doppelganger que não sabe o que é roupa, e Tionishia, uma gigante sem senso comum (Interpretadas por Momo Asakura, Rei Mochizuki, Saori Oonishi e Yurika Kubo respectivamente), por vezes também aparecem lá por casa para causar mais problemas ao nosso amigo. Como podem imaginar Monmusu dá um novo significado ao termo monster of the week, já que por semana tivemos a adição de uma monstra nova.

    Referente ao que já sabemos faço a pergunta, não será Monsumu simplesmente uma paródia do género harém? Bem como referi acima, temos um rapaz que não é perverso, não procura as situações, os momentos ecchi são extremos muitas vezes ridículos e finalmente temos jovens monstras super estereotipadas numa tentativa até de parodiar estas troupes. Se formos mesmo analíticos temos uma referência ainda mais evidente a Miia. Por acaso esta personagem não será uma mistura de várias heroínas deste género de obras? Reparem como ela trata o Kimihito, por acaso Darling também não é como a personagem Lum da obra Urusei Yatsura trata o seu amado Ataru Moroboshi? O segundo indicio é referente o seu ponto sensível na ponta da sua causa, que é igual ao da personagem da célebre obra Toloveru Lala. Eu gosto de pensar que Monmusu é uma paródia dentro do seu género. Referente a paródias temos uma bastante evidente da série de videojogos Metal Gear Solid, na qual Miia adopta os diálogos e maneirismos do super soldado Solid Snake. Acreditem, os melhores momentos que tive com Monmusu foram fora do já mencionado extremo ecchi, o qual não vou comentar, embora por vezes fizesse uma censura inteligente dentro dos possíveis televisivos. Também apresentou personagens bem ambientadas e uma trivia interessante e crescente no final de cada semana.

    A adaptação de Monmusu esteve a cargo do estúdio de animação Lerche, achei curiosa a escolha para um anime desta natureza. Embora seja muito recente já nos brindou com obras como Ansatsu Kyoshitsu ou Danganronpa. A animação manteve-se dentro dos padrões destes, dando claro grande destaque para os momentos ecchi, cores vibrantes e muito estranhamente ambientes bastante detalhados.

    Referente à banda sonora as faixas são na sua maioria temas de personagens adaptados bem à sua personagem; por exemplo Centorea tem temas mais heróicos devido a sua natureza de cavaleira. Ainda no capítulo da banda sonora não posso deixar de referir a contagiante abertura e encerramento, que quase pedem para cantarmos também! Monsta, Monsta, Mon, Mon ,Mon, Mon, Monsta ou Hey! Hey! Hey! Hey! Smith!

    Mas haverá algum valor em Monmusu que não seja simplesmente esticar a vossa lamia? Para ser sincero existem melhores escolhas onde depositarem o vosso tempo. No entanto se assistirmos Monmusu com aquele sentimento de “desconstrução” do conceito harém em anime, com uma mente preparada para episódios leves e simples sem grandes enredos (afinal como o titulo indica dia-a-dia)  penso que aí tenha algum valor, que podia ser muito melhor se todas as situações não direccionassem para um ecchi desinspirado, situacional e a roçar níveis perigosos.

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    Já pensaste em telefonar à TVI para sugerir uma casa dos segredos com monstros? Gostavas de mais uma temporada monstruosa? 

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