Rokka no Yusha foi uma série estranhamente divertida de se ver, o que não estava à espera.
Começamos por ter uns episódios introdutórios, talvez meio aborrecidos, onde ficamos a conhecer o Adlet, que se acha o homem mais forte no mundo, a Nachetanya, princesa do reino onde a história começa, e a história dos heróis das seis flores.
O Adlet usa várias técnicas de luta, que se podem resumir ao uso da espada e de armadilhas. Estas armadilhas vão desde coisas que parecem brincadeiras de crianças a coisas realmente bem pensadas, e geralmente revelam-se úteis. Ele às vezes faz um pouco papel de idiota, mas a personagem está bem desenvolvida, com o seu passado reflectido nalguns comportamentos actuais.
A Nachetanya, santa das lâminas, parece muito uma menina mimada no início, que nunca viu o mundo e está desejosa de viver aventuras. A personagem dela não é quase nada desenvolvida, apesar de nos primeiros episódios ter muito tempo de antena.
Mais tarde durante a viagem do Adlet e da Nachetanya conhecemos os outros heróis.
Temos a Flamie, santa da pólvora, que é apresentada como a assassina de pretendentes a heróis. A personagem dela começa por parecer muito secundária, mas acaba por tornar-se numa personagem central, que é bastante bem desenvolvida.
O Goldof, um guerreiro muito forte, que é fiel à Nachetanya. A personagem dele é muito pouco desenvolvida.
A Chamot, santa dos pântanos, que tem um poder assustador, muito contrastante com a aparência dela, que ainda é uma criança.
A Maura, santa das montanhas, que é uma pessoa muito séria e decidida a encontrar o impostor e matar o impostor.
E o Hans, um sujeito duvidoso e bastante forte, que imita o comportamento dos gatos até certo ponto, supostamente em agradecimento, já que baseia as suas técnicas nos felinos.
Pode-se dizer que todas as personagens estão bem desenvolvidas, apesar de forma bastante superficial, excepto o Adlet e a Flamie. Mas se isso está bem, já o vestuário das personagens parece-me algo de fútil. Tanto a Flami, a Nachetanya e o Goldof têm roupas que pouco tapam, bastante inúteis portanto, e a Flamie e o Goldof até capas têm. Não me lembro de uma história em que usar uma capa fizesse mais bem que mal.
A história do anime está bem escrita, no sentido que nos deixa na expectativa no fim de cada episódio. É muito interessante ver o Adlet tentar desvendar quem é o 7º, e as várias reviravoltas, de que não estamos mesmo à espera, surpreenderam-me.
Só acho negativo que uma série em que o objectivo das personagens é derrotar o rei demónio se prenda tanto tempo na resolução de um enigma, que ocupa toda a série, só para no fim nos deixar de novo com um enigma em mãos. Os heróis passam mais tempo a lutar entre si do que com os demónios.Mas também foi este enigma que me fez ver todos os episódios, e desta maneira Rokka no Yuusha consegue não ser uma simples série de acção.
O outro aspecto que se destaca em Rokka no Yuusha é o óptimo desenho e animação, com excepção de um conceito que me pareceu muito deslocado: o poder das montanhas da Maura é demasiado diferente de tudo o resto na série, e não me parece ter nada a ver com a natureza na forma como se manifesta.
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Um outro aspecto interessante é o encerramento, com imagens diferentes conforme o episódio; se num episódio aprendemos o passado de alguma personagem, esta vai aparecer em quase todo o encerramento, os que às vezes consegue prender-nos ao ecrã até ao fim.
No geral Rokka no Yuusha é uma boa série, acima da média nalguns parâmetros, apesar dos aspectos negativos.