Crítica | The Strain – 2º temporada

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    Quando li os livros há uns bons anos atrás visualizava cenas grandiosas. Os livros eram perfeitos para serem convertidos em filmes, pensava eu. Quando há dois anos saíram noticias de que os livros iam ser adaptados para série fiquei feliz. As produções televisivas dos EUA estão com uma qualidade excelente e o produto final só podia ser bom. Mas não foi. A primeira temporada foi um desastre e a segunda caminha no mesmo caminho. Mas agora que o choque já passou e interiorizei o tipo de série que The Strain é, até posso dizer que é bem decente.

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    Nesta segunda temporada Eph e sua equipa continuam a demanda contra o Mestre que foi ferido pela primeira vez em centenas de anos, a mãe de Zack está determinada a ficar com ele, Gus redime-se e um personagem dúbio chega para estabilizar a luta contra os strigoi.

    The Strain não é uma boa série e não o pretende ser. É uma série cheesy e que não se leva a sério. Dentro desses parâmetros houve uma grande evolução na segunda temporada em relação à primeira. A qualidade de produção subiu. Os strigoi estão melhor caracterizados e os efeitos especiais melhorizados. A história está mais constante e os atores fazem um pouco mais de esforço para serem credíveis, excepto o ator que faz de Zack que é simplesmente inenarrável. 

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    Mas vamos por partes. A história tem um ritmo mais rápido nesta temporada. Finalmente algo acontece e não temos a história a enrolar como no ano anterior. Temos vários flashbacks de várias personagens diferentes o que ajuda a dar peso à história e a entender as motivações de cada um. No entanto temos momentos que são completamente absurdos que cortam o realismo que às vezes The Strain alcança. São momentos que contribuem para que a série não saia do mediano e que no faz revirar os olhos. O arco da Dutch é completamente desnecessário, tal como a própria personagem. Os momentos em que a mãe de Zack aparece são muito maus e quando o Zack abre a boca é de nos deixar sem comentários. A Nora continua a não ser aproveitada, muito porque o conflito da personagem estava no facto de ter que lidar com a mãe. Conflito que os escritores decidiram descartar na primeira temporada, infelizmente.

    Por outro lado temos bons momentos, tais como os flashbacks do Tomas Eichorst, que ganha profundidade e deixa de ser mau porque sim. O Mestre está muito mais ameaçador. Temos um desenvolvimento emocional no Eldritch Palmer que é sempre bem vindo mas que no geral não contribui em nada para a história. E depois temos a Justine Feraldo, que tem grandes momentos e nesta temporada sobressai bastante. Mas o momento mais esperado dos fãs dos livros era a chegada de Quinlan. Quinlan não desiludiu nada e foi pena não termos visto mais dele nesta temporada.

    Mr_Quinlan

    A série foge muito dos livros, o que não é necessariamente mau, mas em The Strain prejudica a história. Não se percebe o porquê de haver tantas mudanças quando os livros têm uma história bastante linear e de fácil adaptação. Todas essas mudanças estragam a continuidade e personagens que tinham um peso enorme no desfecho da história perdem importância. A consequência disso é o que aconteceu no ultimo episódio, em que a série entrou numa timeline própria e já não segue minimamente os livros. A terceira temporada será interessante porque a história seguirá um caminho completamente diferente dos livros. Teremos de esperar para ver se essa decisão irá afectar a qualidade da história o que pelo historial de The Strain não é bom sinal.

    Como fã dos livros a série é uma abominação. É uma adaptação horrível mas se ignorarmos os livros e olharmos para The Strain como uma série, a mesma não é assim tão má. Temos de ter noção que é uma série leve, despretensiosa e que serve essencialmente para entreter. Nesse campo faz um bom trabalho. Entretém e quem gosta de vampiros é um universo muito rico e diferente.

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    Para finalizar tenho duas coisas a dizer. Para os fãs dos livros digo que a série podia ser muito melhor mas termos oportunidade de vermos tomar forma o que apenas imaginávamos é muito bom. Quinlan é brutal, os strigois são brutais e o Mestre está no ponto. O que aconteceu no ultimo episódio foi um choque mas a terceira temporada vais seguir um percurso completamente diferente dos livros e isso poderá ser bom. Para quem não conhece os livros digo que é uma série bem decente que não se quer levar a sério e que nós também não devíamos levar a sério. Serve essencialmente para passar bons bocados e cumpre.

    The Strain tem o seu publico alvo. É uma série de verão e dentro do seu género não é má.

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