“XXII.”
A Joana está de férias, por isso nesta discussão vão ter de levar comigo. E eu não tenho gostado desta temporada. A segunda temporada foi o pícaro da perfeição em termos de escrita mas esta temporada tem sido preguiçosa. Mas pronto, juízos de valor fazem-se na crítica, vamos lá discutir o episódio.
Flint e a restante tripulação estão na ilha a recuperar as forças. Silver ganhou a confiança de Flint depois da sua viagem de bote até à carcaça da baleia, e isso leva-o a estar mais solto junto de Flint. Partilha o que tem andado a magicar sobre os perdões reais e acerta em cheio. Silver está-se a tornar numa personagem sólida e com real relevância. Não que não tivesse relevância antes mas agia um pouco como uma criança mimada que só pensava em si. Agora é um verdadeiro pirata, com honra e respeito pela sua tripulação, e o mais fascinante é que conseguiu ficar em pé de igualdade com Flint.
Os nativos aparecem e lá vão todos para a sua cidade. E que linda paisagem, paradisíaca mesmo, pena que a mulher no comando não seja nada angelical. É giro a série aumentar a sua área de intervenção e introduzir novos pólos de conflito mas não vejo onde este pólo seja relevante para a história. Tudo o que está a acontecer ao Flint e à tripulação é só para os retirar de Nassau e isso é o que eu chamo de escrita preguiçosa. Quando a rainha(?) dos nativos disse que o seu marido navegava no mundo dos piratas pensei logo no Mr. Scott e acertei em cheio. O que se segue é previsível, Scott volta para a ilha, ferido ou mesmo morto, Flint convence os nativos a lutar contra os ingleses e partem todos para Nassau.
Houve um momento que gostei. Flint conta a Silver porque é que veio para Nassau. Estou a gostar do desenvolvimento do Flint. A sua crueldade foi aumentando mas chegou a um ponto em que teve de se desmoronar e isso é evidente quando se despe de todas as mentiras e falsidades que tinha dentro de si. Já não há dois Flints, agora só há um. E, como vimos, a sanidade de Flint está praticamente restaurada, pois o bote onde vai com Miranda está quase a chegar à costa.
Em Nassau, Rackham ajuda Vane a fugir. Rackham tornou-se, à semelhança de Silver, numa personagem louvável, com valores e honra. Só me pergunto onde anda Max. Eu sei que ela fugiu mas já não a vamos ver? Se assim for, foi demasiado repentino. Eleanor continua com Woodes (a sério Daniel?) e desconfio das suas intenções. Cá para mim está a fazer jogo duplo mas ainda só vamos no quarto episódio. Woodes, por seu lado, está apaixonadíssimo por Eleanor e isso vai ser a sua desgraça. Como é com todos os homens (e mulheres) que se apaixonam por Eleanor.
Vane descobre que Eleanor está a trabalhar com os ingleses e espero que finalmente deixe de estar na palma da mão de Eleanor. Acredito que vê-la a bordo do navio inglês o libertou de vez. A fuga do Barba Negra e Vane foi magistral e preocupa-me que os ingleses sejam retratados na série como estúpidos porque na realidade não foi bem assim. Espero que os nossos piratas estejam em verdadeiros apuros, e acho que veremos isso no decorrer desta temporada.
É certo que ainda só vamos no quarto episódio. Muito já aconteceu em apenas quatro episódios por isso estou confiante para os restantes seis. Quero é que a linha narrativa do Flint seja bem resolvida porque tem sido o calcanhar de Aquiles deste ano de Velas Negras.