As Velas Negras foram hasteadas e a série veio para ficar.
O ano passado quando estreou Velas Negras, o mercado televisivo estava a precisar de algo assim. Histórias de piratas eram inexistentes e a série teve um bom começo por isso mesmo. Mas não convenceu. O desenvolvimento foi lento, a história demorou a arrancar e as personagens não eram bem desenvolvidas. A primeira temporada só arrancou nos últimos dois episódios. E desde aí que não parou mais.
A segunda temporada de Velas Negras, foi um dos melhores produtos televisivos da temporada de inverno. Que maravilha é sermos presenciados com uma temporada destas. E que abismo separa a primeira temporada de Velas Negras, da segunda.
A história arranca imediatamente a seguir do fim da primeira temporada. Flint e a tripulação encontraram o ouro espanhol; em Nassau, Vane aproveita a sua nova posição na ilha, ao controlar o forte; Max tenta gerir o bordel e Eleanor é confrontada com uma ameaça perigosa. É-nos apresentado o passado de Flint e Ms. Barlow, e é esse o fio condutor da segunda temporada. Ao mesmo tempo temos o conflito entre personagens, mas sem nunca sairmos do núcleo que é Nassau.
O universo de Velas Negras é rico e na segunda temporada é muito bem explorado, finalmente. As personagens ganham substância e até mesmo as mais secundárias são muito bem desenvolvidas. Todos têm um papel a cumprir em Nassau. A história em si não avança muito mas a mestria dos criativos da série foi desenvolver um argumento tão forte que no fim da segunda temporada as personagens estão muito longe do que eram no principio da mesma. Velas Negras tira vantagem nos micro conflitos. No relacionamento entre personagens. Só nos últimos dois episódios é que a história avança e a terceira temporada promete ser explosiva. Até já está confirmado que o Barba Negra vai aparecer.
Os diálogos estão afinadíssimos. Não há melhor do que encostar no sofá e ver diálogos tão bons a se desenrolarem à nossa frente. A segunda temporada está absolutamente bem escrita e os diálogos não são excepção.
A segunda temporada de Velas Negras, antes de tudo, é política. Os jogos de poder e de influência imperam em Nassau e não só. Os meandros das alianças frágeis, parcerias por interesse, desconfianças e traições é o mote desta temporada. Ninguém é de confiança em Velas Negras e ninguém é quem diz ser. As personagens deambulam nestes jogos de sedução estratégicos e interesses ocultos. Nunca sabemos o que vai acontecer porque não há personagens planas. Todas elas têm várias camadas. Até a mais secundária das personagens.
Velas Negras perdeu muitos espectadores na primeira temporada. Quem resistiu até ao fim não podia ter melhor recompensa do que esta segunda temporada. Velas Negras cresceu, em tudo. É agora uma série forte. Poucas séries têm segundas temporadas melhores que a primeira. Velas Negras conseguiu ser melhor, mas acima de tudo conseguiu afirmar-se como uma das melhores séries da actualidade. E isso sim, é o grande feito desta segunda temporada.
Agora só falta que os espectadores que desistiram da série, a voltem a redescobrir, porque Velas Negras vale a pena e merece.
Resististe à primeira temporada? O que achaste da segunda?
Classificação: 5/5
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