Estamos na presença de uma nova temporada de séries anime. Aqui entro eu e deixo-te as minhas primeiras impressões de algumas delas.
One Punch Man
Já algum vez pensaram como seria a vossa vida se apenas com um soco pudessem derrotar qualquer adversário? Certamente seria aborrecida, não é verdade? Pois bem, é essa a temática de One Punch Man. Saitama é um jovem desempregado que, certo dia, depois de outra entrevista de emprego falhada, conhece o Giant Enemy Crab, o Crablante. Por envolver-se demasiado no salvamento do miúdo Buttface, Saitama recorda-se que sempre quis ser um super-herói e começa a treinar seriamente. Treinou tanto, que ficou com um físico e força sem paralelo! Mas ficou também careca no processo. No entanto, agora como herói super-poderoso que derrota tudo com um soco, Saitama sente uma incrível falta de entusiasmo.
Eu já sabia o que esperar, por isso, sem surpresa, leva a minha recomendação desta temporada. Dotado de uma animação muito característica da Madhouse. Traços carregados e detalhados, com grande destaque para o jogo de sombras. O que também achei surpreendente e assenta muito bem foram os momentos Trigger. Aquela animação exagerada e espectacular também está aqui presente. Se procuram um anime com a filosofia de parodiar o universo Tokusatsu ou Super-Herói mas numa perspectiva japonesa, sem destaques a vidas escolares e acção espectacular, não procurem mais.
Sinceramente, não dava absolutamente nada por este anime. Depois de uma experiência semelhante com o Naruto e com resultados pouco positivos, Shingeki! Kyojin Chuugakkou mostra a filosofia que devemos ter quando produzimos produtos desta natureza.
O Eren, a Mikasa, o Armin, a Saha e todas as personagens de Shingeki no Kyojin estão aqui. Mas, ao invés de todo aquele ambiente idade média, militar e dramático, temos um ambiente escolar nos tempos presentes muito divertido. Certamente já sabíamos isto. Mas Shingeki! Kyojin Chuugakkou conseguiu surpreender, pegando em todo o universo que conhecemos de Shingeki no Kyojin e parodiando-se a si próprio, e aqui está a diferença da já referida paródia a Naruto.
A história já a conhecemos, mas aqui os Titãs não comem humanos, mas sim os almoços destes. Todos os momentos que conhecemos da serie original estão aqui, como aquele momento da Sasha a comer uma batata em frente ao general, ou a morte da mãe do Eren.
Além disso, Shingeki! Kyojin Chuugakkou está muito atento ao seus fãs e algumas das situações que tivemos parodiaram o que os próprios fãs criaram, tais como divisões entre Humanos e Titãs dentro da Wall Maria, casalinhos forçados, e o Eren a ser um dos piores personagens principais da história com Shingeki! Kyojin Chuugakko ainda mais a sublinhar esse facto.
Claro que não podia de deixar de falar da abertura que é basicamente um Gurren no Yumiya, ainda muito contagiante e com todos os seus momentos muito bem adaptados a este lado B de Shingeki no Kyojin.
Por alto, Shingeki! Kyojin Chuugakkou deve ser visto como um extensão do que conhecemos, mas penso que só deve desfrutar desta série quem ainda tiver bem presente na memória a obra original.
Mobile Suit Gundam: Iron-Blooded Orphans
Admito que fiquei surpreendido pela positiva e parece que à semelhança de Tengen Toppa Gurren Lagann podemos estar na presença de um mecha também com uma forte componente nas suas personagens e ambiente.
Mikazuki Augus é um membro da força de segurança marciana Chyrse Guard Security (CGS), e tem a missão de proteger uma jovem que pode agitar as relações entre Marte e a Terra. No entanto, uma força conhecida como Gjallarhon unit, usa esta situação em seu proveito, como forma de se livrarem dos revolucionários. Durante a batalha, Mikazuki acciona uma arma adormecida desde a última guerra que apenas estava a ser usada como gerador, o poderoso Gundam Barbatos.
Vindo de um Gundam, podem contar com intrigas políticas, guerras e um tipo de máscara que pilotará uma mobile suit vermelha. O que Mobile Suit Gundam: Iron-Blooded Orphans teve de tão especial foi um grande ambiente, que pode evoluir para uma grande história, não se focando numa personagem específica, mas num grupo, como Gundam 8th MS team. Estas personagens já têm uma personalidade definida – até temos um pseudo Kamina -, algo muito raro num anime deste género.
Um grande design de mechas, embora ainda só tenhamos visto grunts no primeiro episódio, muito interessantes, muito ao estilo de um Metal Gear em miniatura.
Para finalizar, não tenta ser demasiado um Gundam U/C, eu detestei ver como Gundam Unicorn tentou neste capítulo. Prevejo muitas coisas boas nesta série. Desconheço se o seu criador, Tomino, está encarregue deste também, mas sei que em Gundam Reconquista in G esteve, e todos sabemos no que se tornou.
Bem-vindos ao anime que faz do Mars of Destruction e a Isuca autênticas obras de arte. Acho que inventaram uma nova forma de tortura, porque quase não aguentei um episódio inteiro, e se tivesse com objectos cortantes por perto, coisas boas não saiam daqui.
Imaginem os vossos ícones da Tesuka productions e da Tatsunuko, tais como Black Jack, Cashern, Yatterman e Astro Boy numa espécie de Gato Fedorento sem piada NENHUMA. Em cada episódio apresentam-nos quatro sketches, que vão desde o Astro Boy destruir o laboratório, o Black Jack ir ao médico com gripe, ou uma tipa que fica com os calores ao ouvir engrish. Pode parecer divertido na teoria, mas na prática é uma autêntica tortura.
Animação por computador, histórias contadas de uma maneira aborrecida, actuação sem alma e sketches incrivelmente longos, batendo sempre na mesma tecla! QUE BOSTA, um dos piores, senão o pior anime que tive o ”desprazer” de ver! Volta Isuca, estás perdoada!
Esta foi a minha expressão…
Osomatsu-san
Já alguma vez se perguntaram como um Anime dos anos 60 sobreviveria no panorama da indústria actual? Pois bem, essa é a temática que temos em Osomatsu-san, a série estreante que achei mais divertida até agora.
Osomatsu, Karamatsu, Choromatsu, Ichimatsu, Juushimatsu e Todomatsu são seis irmãos gémeos que tiveram uma série com o mesmo nome quando ainda tínhamos televisão a preto e branco. Depressa aperceberam-se que não só a tecnologia mudou, como também as mentalidades e valores. Para singrar nesta nova série, este grupo de irmãos tem de apelar forte e feio no que é trendy agora.
Assim, os nossos amigos dão um salto entre décadas e parodiam de uma forma extremamente inteligente o panorama do anime actual, com todos os seus clichés e conceitos: boy love em animes de desporto, Attack on Titan, uma tipa que ao vê-los perde sangue e morre enquanto eles ficam felizes da vida. Não só temos divertimento garantido como um anime paródia feito da maneira mas inteligente que vi até hoje, o que custa a crer. Se fosse director desta série, criava outro Excel Saga, em que cada episódio seria este grupo de irmãos a explorar um género diferente de anime, criando episódios temáticos.
Direcção exemplar, animação mediana e conceitos muito bem adaptados fazem de Osomatsu-san, para já, a minha surpresa da temporada. No entanto, devido ao rumo das coisas, penso que só este episódio será muito bom.
Sakurako-san no Ashimoto ni wa Shitai ga Umatteiru
Como temos um Dr. House nesta temporada de animes, o Japão pensou e “vamos lá espetar também um Ossos“.
A nossa Dr.ª Temperance Brennan (Kujou Sakurako) é uma rapariga fascinada com tudo relacionado com ossos, tanto que é anti-social, e vê os seres vivos apenas como fragmentos.
Sakurako é uma antropóloga de enorme sucesso. Um dia, enquanto escavava ossos junto do seu amigo Shoutaro Tatewaki, descobre um crime de duplo suicídio. À primeira vista é o que parece, não fosse o facto de Sakurako investigar profundamente o esqueleto humano, e provar aos investigadores que não foi duplo suicídio, mas sim que foram vítimas de homicídio. Devido à sua enorme capacidade de análise acerca do esqueleto humano, os dois começam a resolver casos de investigação policial.
Tanto a personagem, como o ambiente, lembraram-me imenso Tasogare Otome X Amnesia. Sakurako também é sarcástica, brincalhona e misteriosa. Este é mais um anime de investigação, com romance e com um enredo já muito referido da série Ossos da Fox. Dotado de uma animação suave e cuidada, podemos estar na presença de um anime subvalorizado desta temporada, onde podemos participar e aprender muito acerca do esqueleto humano.
Por agora despeço-me, prometendo voltar com mais primeiras impressões.