Porque devias estar a ler Superman: American Alien

Cerca de uma semana depois de Homem de Aço ter chegado aos cinemas, Max Landis (o escritor por detrás do filme de culto de super-heróis found footage, Crónica) lançou um vídeo com a sua reação ao filme.

Nele, basicamente, Landis argumentava que Homem de Aço era irritante não porque o Super-Homem tinha morto Zod, ou porque Metropolis foi destruída, mas porque o filme não conseguia capturar a essência que tornava a personagem especial – ele é o raro herói que não precisa de uma razão para ajudar as pessoas. O Super-Homem não sofreu uma tragédia pessoal como o Batman, ou sente culpa como o Homem-Aranha – ele é apenas um homem banal do Kansas com poderes extraordinários e escolhe usá-los para o bem.

Bem, isto não é uma informação nova e secreta que apenas Landis foi esperto o suficiente para perceber – qualquer pessoa com interesse, por muito mínimo que seja, por super-heróis reconhece que a compaixão e o altruísmo são partes essenciais do Super-Homem. Isso infelizmente, pode tornar muito difícil escrever uma história interessante – como se escreve o herói perfeito que é todo-poderoso e sabe exatamente o que é a coisa acertada a fazer em qualquer que seja a situação?

Acontece que alguém na DC Comics ficou comovido com as palavras de Landis e resolveu dar-lhe a oportunidade de escrever uma banda-desenhada para provar que o seu rabo consegue descontar os cheques que a boca passa – e foi assim que surgiu Superman: American Alien, uma das melhores BDs do Super-Homem dos últimos tempos.

Se te sentiste desapontado com Homem de Aço ou Batman v Super-Homem: O Despertar da Justiça – ou diabos, até com o New 52 –, American Alien é a prova que Super-Homem pode ser poderoso e altruísta e ao mesmo tempo ser compreensível do ponto de vista dos humanos.

American Alien é ao mesmo tempo uma origem para Super-Homem e uma coming-of-age para o seu alter-ego, Clark Kent. Cada fascículo retrata um capitulo diferente da vida de Clark – aprender a usar os seus poderes; decidir mudar-se para Metropolis; ou usar o traje azul e vermelho pela primeira vez – e representa também novos aspetos do crescimento emocional da personagem, com Clark a passar de uma criança normal mas poderosa para um jovem bem-intencionado, e passar depois para o maior super-herói que o mundo já conheceu.

E se esta banda-desenhada só se focasse nisso, seria suficiente para ser comprada – mas os fãs irão adorar como Landis retrata os dias iniciais do Universo da DC, pois Clark é apenas uma personalidade numa nova era de super-heróis, embora aqui as personalidades sejam mais importantes que os fatos. Clark torna-se amigo de Oliver Queen durante um cruzeiro, pouco antes do naufrágio que forjou o Arqueiro Verde; ele tem um romance com Barbara Minerva muito antes de ela se tornar numa dor de cabeça para a Mulher-Maravilha; e até se pode ver o seu primeiro encontro com o Batman. (Sem dar spoilers, esse encontro explica imenso do ressentimento que o Cavaleiro das Trevas tem com o Super-Homem e porque Bruce Wayne sente que tem de ser melhor que Clark em todas as oportunidades que tiver.) Em American Alien existe um vibrante mundo de heróis e Clark é sempre o mais humilde de eles todos.

Mas também não falta escuridão e violência – no segundo fascículo há um tiroteio em Smallville que deixa várias pessoas mortas e várias famílias devastadas; o primeiro encontro de Super-Homem com um genuíno super-vilão deixa três pessoas mortas e manda mais de quarenta para o hospital; e o número final desta banda-desenhada vai ter um conforto épico contra Lobo. Mais uma vez, o Universo da DC não é um lugar muito feliz para viver.

Esta série ainda não chegou ao último fascículo e é facilmente uma das melhores BD’s do Super-Homem que alguma vez existiu – tem excelente escrita, grandes personagens, e artes maravilhosas de artistas diferentes que trabalham em cada fascículo. É discutivelmente a melhor história de origem da personagem, e é uma leitura obrigatória juntamente com All-Star Superman e What’s so Funny About Truth, Justice, and the American Way.

Nos seus dois filmes com o Super-Homem, Zack Snyder tentou representar o herói pela primeira vez numa luz que não era perfeita, realmente não perfeita e não apenas desastrado mas adorável, mas sim um humano com medos e dúvidas. Muitos gostaram deste twist na personagem, outros odiaram e para estes últimos Superman: American Alien é perfeito para tirar o sabor da boca deixado pelo Homem de Aço e Batman V Super-Homem.

Os primeiros cinco fascículos podem ser comprados imediatamente, o sexto sai dia 20 deste mês e o sétimo e último sai em Maio.

Superman: American Alien vale o teu tempo e o teu dinheiro.

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