Batman #52
Batman #52
EUA | 2016
DC Comics
Um revisitar na história do Morcego de Gotham, momentos após da morte do casal Wayne.
James Tynion IV
Rafael Albuquerque
Rafael Albuquerque
Riley Rossmo
Greg Capullo
James Tynion IV
Começa uma nova Era, Capullo e Snyder mudaram-se para novas paradas e Batman é, esta semana, o domínio da escrita de James Tynion IV e arte de Rafael Albuquerque. Tynion já é um conhecido nos comics da Batfamília desde o tempo pré-52, com títulos como Detective Comics, Batman Eternal e Red Hood and the Outlaws. O ilustrador brasileiro Rafael Albuquerque é conhecido pelas ilustrações em Blue Beetle, Superman\Batman e Robin.
O issue desta semana começa com o passado de Bruce Wayne. Poucos dias depois da morte dos pais, Bruce escreve num caderno branco ”How To Move On” (“Como seguir em frente”), a sua forma de encarar a tremenda perda que culmina no enveredar pelo caminho da Justiça.
Ao longo do issue, vemos diferentes bulletpoints da lista que escreve ao longo do desenrolar da história do treino marcial dos primórdios do Morcego de Gotham. A história também apresenta um vilão, Crypsis, um mestre do disfarce e um inteligente engenheiro que desenvolveu uma tecnologia que lhe permite camuflagem e a capacidade de atravessar paredes.
De volta ao passado, um jovem Bruce mostra-se furioso com o seu mordomo Alfred quando se apercebe que este escreveu no seu caderno. Alfred justifica-se referindo que o notebook de Bruce é muito “pesado” e que este o está a utilizar para se castigar a si próprio. Bruce rapidamente rasga a página inscrita por Alfred e colericamente sai.
Crypsis depara-se com Batman, e depois de entrar num banco e após uma fantástica perseguição, este mostra o seu plano de roubar o bem mais precioso do bilionário de Gotham, Bruce Wayne. Batman esboça um sorriso e pede a Crypsis que abra a pequena caixa que roubou do Banco de Gotham. Este obedece e mostra o seu desagrado ao observar que o bem mais precioso de Bruce Wayne se trata, não de jóias ou valores, mas sim de um velho bloco de notas rabiscado.
Depois de Crypsis ser levado para Blackgate, Bruce volta à Batcaverna, onde é questionado por Alfred do porquê de, depois do incidente com o mordomo, Bruce tinha guardado o caderno. Bruce mostra o caderno com as páginas que rasgou coladas de novo, numa inscrição que diz “Lembra-te que os teus pais terão sempre orgulho em ti”, e diz que, o que lhe deu a determinação para ultrapassar a morte dos pais, foi esta mesma inscrição no caderno, feita por Alfred.
Arte
Devo dizer que continuo reticente em relação à arte de Rafael Albuquerque. Nalgumas páginas a arte é muito fluída e o movimento é fantástico, noutras as expressões faciais de Batman e a própria cor dos olhos rasteiram o leitor de uma forma quase distractiva. Alguns golpes e movimentos têm mais a graciosidade que seria atribuída a Dick Grayson do que propriamente à robustez de Bruce.
História
Gosto quando os escritores apelam ao lado mais sensível e emocional do Morcego de Gotham. O facto de Batman ser humano é uma grande variável na mitologia DC, uma variável que muitas vezes é omitida ou simplesmente esquecida. No título deste mês, Tynion consegue apelar ao lado emocional tanto de Bruce como do leitor, que segue lado a lado o treino do herói, desde a mítica morte do casal Wayne.
Tive, no entanto, problemas em compreender o vilão. A escrita deste pareceu-me, no mínimo, rebuscada. O vilão, com capacidade de camuflagem e atravessar objectos sólidos, para que necessita de uma chave para entrar no Banco de Gotham? Vemos Crypsis a atravessar paredes de metal, betão e cimento, no entanto no momento de atravessar um cofre necessita de uma pequena chave? Além disso, a capacidade que esta personagem tem torná-lo-ia, se aplicada apropriadamente, num B-leaguer na mitologia de vilões da DC, ou seja, um alvo difícil até talvez para os heróis mais renomeados da produtora. No entanto, pouco exploraram essa vertente e a possibilidade deste vilão a ser nada mais do que um meio para o fim desta história.
Achas que os títulos de Batman estão em boas mãos?
Os bons momentos da arte de Rafael Albuquerque e o conto de Bruce Wayne imediatamente a seguir à morte dos pais
Os maus momentos da arte de Rafael Albuquerque e um inimigo mal concebido