Saltar, partir caixas, apanhar frutas wumpa, rodopiar… Está no hora de voltar a jogar Crash Bandicoot: A fúria de Cortex!
Este título foi o segundo da série a não ser produzido pela Naughty Dog, e o primeiro da Traveler’s Tails com parceira da Konami, e para ser sincero apreciei-o bastante – sem querendo ser mau, para mim, foi o “último” Crash Bandicoot, antes que a série morresse (algo que já foi admitido pela própria Sony).
Voltar a pegar nesse jogo depois de jogar Ratchet & Clank para a Playstation 4 foi… nostálgico! Já tinha saudades do Crash, a sério… e da simplicidade dos jogos de plataforma desses tempos – para ser honesto acabei por fazer o download da série toda na minha PSVita.
Quem conhece os jogos de Crash sabe que não há muito que saber sobre eles… a nossa missão é simples: apanhar os 25 cristais de poder! Um pouco repetitivo, mas qual o jogo de plataformas que não o é (por exemplo, quando penso sobre Mario Bros., questiono-me sempre acerca da inteligência da princesa Peach, que consegue ser capturada em quase todos os jogos!). De facto, o único que abriu mais o mundo de plataformas, na minha opinião, foi Spyro the Dragon, uma saga que evoluiu juntamente com Crash Bandicoot.
A fúria de Cortex tentou pegar em vários elementos do “grande” Crash Bandicoot: Warped! da Naughty Dog. Podemos encontrar-nos rapidamente nas profundezas do oceano ou a fugir de um tsunami numa trotinete. A versatilidade de Crash nunca esteve tão grande num jogo e… é algo que apreciei bastante. Para um jogo de plataformas, é fundamental não cair na rotina (como era observado nos primeiros títulos) – diversos ambientes: desde locais gelados, desertos, selvas, China; e vários veículos para controlar: como um jipe, snowboard, avioneta, entre outros; este jogo promete não saturar o jogador!
Crash foi sempre conhecido pelo seu humor, algo que foi logo introduzido no primeiro título pela Naughty Dog e que evoluiu ao longo dos tempos. Pode parecer um pouco macabro, mas até morrer tem piada neste jogo: um Crash espalmado, um anjo voador, um Crash cortado ao meio… Os gags são tantos e estão genialmente introduzidos – talvez um pouco para desdramatizar a morte aos olhos das crianças. De certo modo, podemos até afirmar que se trata de uma “assinatura” da produtora, visto o mesmo estilo de gags aparecer em Jak and Daxter e também em Uncharted (no entanto, de uma forma mais madura).
Nesta aventura, começamos por descobrir um novo plano maquiavélico de Cortex e Uka Uka: destruir o mundo graças ao poder das 4 máscaras dos elementos, que aparentemente Aku Aku e o seu irmão já conheciam e que teriam provocado o fim das Eras passadas do nosso planeta. De modo a selar cada máscara, Crash tem que apanhar 5 cristais e utiliza-los contra elas. A aventura conta com várias caras conhecidas como a de Coco (aka mana loira irritante), Aku Aku, Dr. Neo Cortex, Dr. N Gin, Tiny, Dingodile, Dr. N Tropy, Uka Uka que farão tudo ao seu alcance para impedir o sucesso da nossa aventura. Poderão também ter a oportunidade de conhecer o novo membro Bandicoot, Crunch (digamos que não são muito criativos com os doces nomes dos personagens).
O bom deste título é que, tal como os anteriores, poderemos contar com várias horas de jogo, visto que apanhar os 25 cristais não é à única coisa que podemos esperar do jogo. Ainda há 42 gemas e 27 relíquias (um artefacto ganho ao completar o time attack do nível), algo que promete proporcionar-nos diversão por mais umas horas, como também desafiar-nos… A frustração que era não obter a relíquia de platina por causa de um mísero segundo!
Por incrível que pareça, a nível gráfico não foi uma tortura para os meus olhos. O estilo de arte utilizado envelheceu muito bem e não tem tendência a “despixelizar” tanto em televisores HD – o que por acaso é fantástico! A banda sonora que acompanha o jogo também é agradável, verificamos uma nova assinatura por detrás da mesma havendo mais variedade do que nos episódios anteriores da série, o que torna a nossa experiência ainda mais diversificada. Se te lembrares bem, nos jogos da Naughty Dog, tinhas três níveis por cada cenário (isto é, 3 níveis no gelo, na selva, entre outros) e cada cenário tinha a sua música – pelo que levávamos com a mesma música de fundo pelo menos umas três vezes no jogo – algo que não aconteceu com A fúria de Cortex, embora tenhamos na mesma três níveis por cenário, cada nível tem uma música e concepção diferente.
Jogar este título trouxe-me duas emoções: alegria, por relembrar aquilo que me fez crescer; e tristeza, por recordar no que se tornou esta série. Apenas espero que o facto da Sony ter recuperado os direitos de Crash Bandicoot faça com que a série volte e que brilhe como brilhou nos anos 90. Será que o facto do lançamento Ratchet & Clank para PS4 ter sido um sucesso vai fazer com que antigos jogos de plataformas voltem para as nossas consolas? Agora que penso nisso… não me recordo de ver muitos jogos “AAA” de plataforma para a Playstation 3 – os últimos que me lembro foram mesmo para a PS2 e a PSP.
Crash foi, sem dúvida, um ícone da Playstation, a sua mascote, amado por muitos e que fez parte da infância da maior parte dos gamers. Os tempos não foram simpáticos com o pequeno marsúpio, e acompanhar as suas aventuras começou a demonstrar-se… agonizante – só de me lembrar do Crash TwinSanity até me vêm arrepios à espinha, acredito que foi neste exacto momento que pudemos afirmar que Crash Bandicoot tinha morrido. Só espero que um dia ele volte a iluminar as tardes dos nossos domingos e que nos faça saltar de caixa em caixa para apanhar os cristais!
A partir de agora, esta crónica vai ser moldada com a tua ajuda! Sim, tu! Poderás sempre escolher um dos três títulos (que tenha jogado) que tenho para te propor. O jogo mais votado será a estrela da próxima edição. Para a primeira votação, decidi escolher:
- Resident Evil 2
- Final Fantasy XII
- Kingdom Hearts
Que recordações tens de Crash?
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Priscila Sousa
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Manuel Perez
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