“Book of the Stranger”
Tantas coisas importantes aconteceram neste episódio! Desde o início até ao fim foi uma mostra constante de eventos importantes que vão certamente influenciar o futuro da série.
O episódio começou logo com um momento do qual temos estado à espera desde a primeira temporada: a reunião de dois Starks (bem, mais ou menos). A Sansa chega finalmente a Castelo Negro e cai nos braços do Jon Snow. Podemos imaginar que, nas fantasias da Sansa, este fosse o último irmão que ela quisesse reaver, aquele com quem ela menos ligação tinha durante a sua infância em Winterfell. Mas, depois de tudo o que lhe aconteceu entretanto, o Jon é a sua maior ligação ao passado, e a relação entre ambos torna-se intensa imediatamente.
Já não falta nos fóruns quem diga que eles vão ser mais do que irmãos (já que, de facto, ele gosta de ruivas!) depois de ver a intimidade entre eles e a cena em que a Sansa agarra na mão do meio-irmão, mas a mim isso não me parece provável. Eles formaram uma espécie de aliança e a Sansa tenta convencer o Jon a marchar para Winterfell numa desvantagem numérica enorme. Parece-me que é mesmo isso que ele vai fazer, e que vai cumprir a profecia da Melisandre: “uma grande batalha na neve”, na qual ela viu o nosso Comandante a passear-se no castelo tomado.
Deixem-me apenas mencionar que a conversa casual entre a Sansa e o Jon me pareceu ligeiramente forçada. Não acreditei muito nas piadas e brincadeiras deles, a recordarem a comida em Winterfell e os arrufos da infância. Compreendo que era necessário criar um novo elo entre eles, mas isso poderia ter sido feito de uma forma mais gradual e natural.
Já agora, quem mais acha que vai haver um romance entre a Brienne e o Thormund?
A morte da Osha impressionou-me imenso, não estava mesmo nada à espera de que isso acontecesse. Ela sempre soube manipular os homens tão bem, mas não tinha ainda conhecido o Ramsay, que como psicopata que é sabe ver através dos esquemas das outras pessoas. Não pensei que as coisas fossem correr bem para ela, mas pensei ao menos que ele lhe fosse dar uma hipótese, tê-la presa durante algum tempo para lhe conseguir tirar informações. Foi triste, os Stark perderam uma das últimas pessoas que lhes era realmente leal. Só ela e a Brienne é que são servas verdadeiras, que dariam a sua vida pelo Rickon e a Sansa. É uma grande perda para a série.
Em Porto Real, a Margaery está a fazer um grande papel, tanto a actriz como a personagem. Ela está a tentar entrar no jogo duplo do Alto Pardal, parecendo doce e submissa, mas sem se deixar quebrar pelo jogo psicológico. Já o Loras não se está a dar tão bem. A Margaery sempre foi muito mais forte do que ele e, de resto, fazem parte da família Tyrell, na qual as mulheres são muito mais inteligentes do que os homens, e têm nas suas mãos os destinos da família – é a Lady Olenna quem toma conta dos negócios em nome do filho, tal como o fazia antigamente em nome do marido, e foi ela que arquitectou todo o plano de casar a Margaery com o Rei Joffrey, e de depois, claro, matá-lo e casá-la com o Rei Tommen. Podem ser mulheres inteligentes, mas não sabem, certamente, esquivar-se ao perigo, e põem-se em situações absurdas para chegar ao poder e à riqueza. Talvez não fizesse mal à Margaery confessar alguns pecados ao Alto Pardal, afinal de contas.
Também em Porto Real, a Cersei e o Jaime decidiram fazer-se ouvir à força e unir o seu poderio ao dos Tyrell para acabar com o reino de terror do Alto Pardal. Segundo percebi, o plano é que os Tyrell tragam o seu exército para a capital e que detenham os fanáticos religiosos antes do início da caminhada da vergonha de Margaery, que deve estar para breve. O papel das tropas Lannister será não impedi-los, e deixá-los libertar a carnificina que certamente será necessária. Não esqueçamos que o Alto Pardal tem uma força militar considerável, feita de irmãos da sua ordem, e que tem também o amor do povo, que vai acorrer a defendê-lo. Prevejo uns próximos episódios muito difíceis para esta cidade, com muitas mortes desnecessárias!
O Mindinho, novamente a fazer das suas, chegou ao Ninho de Águia e conseguiu tomar em mãos o poder num instante. O poder, claro, está em controlar o jovem Lord Robyn, que adora o “tio Petyr” porque este lhe traz prendas.
O que será que se passa com o Lord Robyn? Será apenas uma criança (agora já um adolescente) muito mimado e protegido pela mãe, ou terá algum desequilíbrio mental? Não parece ter noção das consequências de nada, e não parece sentir-se apegado a seja quem for. Estava disposto a atirar o coitado do Lord Royce pela porta da lua um instante depois de terem estado a treinar, só porque o Petyr sugeriu que este pudesse ter dado informações aos Bolton.
O Petyr salvou o Lord Royce, para lhe mostrar que podia fazê-lo, que tinha a sua vida nas mãos e podia mandá-lo matar num abrir e fechar de olhos. Agora ele quer levar os cavaleiros do Vale para Winterfell e tomar o castelo aos Bolton. Qual será o objectivo final dele? Não consigo perceber por que razão poderá estar a fazer tudo isto. Talvez seja para ficar com a Sansa para si, já que esteve apaixonado pela mãe dela durante toda a vida.
O Theon chegou a Pyke. Deixem-me só dizer que o tempo das viagens em Westeros está seriamente mal calculado. Recordo, nas primeiras temporadas, que eles demoravam meses e meses a ir de um sítio ao outro, e agora não só Theon só demora um episódio a chegar a Pyke (deveria demorar meses!), como Jorah, Daario e os Dothraki atravessam metade de um continente do tamanho da Ásia em poucas semanas. Algo me parece um pouco diferente nisto tudo. Mas enfim, o Theon chegou a Pyke, e ofereceu a sua ajuda à irmã para ganhar o Kingsmoot, que virá proximamente. Poderá a ajuda de um eunuco traidor valer de algo? Não quero soar cruel, mas é assim que ele será visto em Pyke. Na sociedade das Ilhas de Ferro, nada tem tanto valor como a força e a masculinidade, e o Theon ainda tem muito do Reek. Poderá vir a ganhar algum respeito por parte dos seus conterrâneos?
E, claro, a melhor parte do episódio (ou segunda melhor, para quem adorou o reencontro da Sansa com o Jon): Daenerys pega fogo a mais coisas. É, de facto, o que ela faz melhor. Vemos também que Daario descobre o segredo de Jorah, a sua doença terrível: a Escamagris, ou Greyscale, que o transformará num “homem de pedra”, um ser horrível e assassino sem recordações da sua vida passada. Como um zombie, basicamente, que vive para infectar e matar as pessoas saudáveis. O Daario não faz alarido – sendo um homem do mundo, já viu todos os horrores que há para ver, mas podemos ter a certeza de que não vai deixar que o “velho” se aproxime da sua Rainha naquele estado terrível.
Todas as minhas previsões para o desfecho do enredo de Dany em Vaes Dothrak estavam mais do que erradas, não poderia ter imaginado nada como o que realmente aconteceu. Ela é de facto muito Targaryen, habita a linha entre visionária e louca.
Em vez de tentar fugir e ser salva pelos seus cavaleiros andantes, ela decide ir pela piromania. Declara aos Grandes Khals reunidos para decidir o seu destino que ela deveria liderar os Dothraki, ao que eles se riem a bom rir, e a informam do terrível destino que a esperará. Ela recorda a noite na qual cumpriu a sua cerimónia naquela mesma sala (da qual falei no artigo sobre Vaes Dothrak), mas já não parece a mesma pessoa que era nessa altura, parece extremamente calma e concentrada nalgum desígnio maior que nós não conseguimos ainda compreender. Dany pega fogo ao edifício (feito todo de palha e madeira, arde rapidamente) e aos Khals com ele. Ela, sendo a Mãe dos Dragões, sai ilesa (e nua), e todos os Dothraki são agora seus.
Penso que veremos uma enorme procissão de Dothraki a chegar a Meereen e subsequentemente, talvez mais cedo do que esperamos (já que faltam poucos episódios para o final da série e as coisas estão a acontecer muito depressa agora), a irem para Westeros, para conquistar o Trono de Ferro.
Queres ver o Jon e a Sansa a marchar sobre Winterfell nos próximos episódios? Achas que a Dany ainda volta para Westeros nesta temporada?
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inês
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Sofía Galego Silva
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Priscila Sousa
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Sofía Galego Silva
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Priscila Sousa
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inês
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Sofía Galego Silva
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inês
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