As Ilhas de Ferro são uma área constituinte de Westeros, fazendo parte dos Sete Reinos. Porém, a distância geográfica e o difícil terreno no qual vivem tornaram-nos completamente diferentes dos habitantes do continente, tendo eles um modo de vida e uma religião separados dos do resto. Neste artigo tentarei explicar algumas destas diferenças, apresentar ou relembrar algumas das personagens que apareceram no último episódio (Ep. 2 – “Home”), e o conceito de “Kingsmoot”, a cerimónia que foi anunciada a Yara Greyjoy e que certamente se dará no próximo episódio, ou no seguinte. Deixo em baixo um mapa para tornar a localização deste arquipélago mais fácil de compreender, tal como as distâncias. No primeiro mapa, vemos o posicionamento das Ilhas em relação ao continente de Westeros; no segundo, o arquipélago em si, sendo que o governo é feito a partir de Pyke. Circulei o arquipélago a vermelho, Winterfell a laranja, as Gémeas (onde se deu o Casamento Vermelho) a verde e Porto Real a azul.
Modo de Vida
As Ilhas de Ferro são um território muito pouco fértil, o que dificultou desde sempre a vida dos seus habitantes. As duas actividades económicas de maior importância são a pesca e as incursões violentas a outras populações, os “raids”. As quintas existentes oferecem uma fracção mínima dos produtos de uma quinta do continente, após o triplo do trabalho. As quatro maiores ilhas (Grande Wyk, Harlaw, Orkmont e Pyke) têm minas de ferro, chumbo e latão, sendo provável que o nome das ilhas venha tanto desta abundância de ferro como da vontade e do carácter férreo do seu povo. Porém, os “ironborn” consideram o trabalho agrícola e mineiro abaixo de si, e utilizam para estes fins escravos que capturam durante as suas incursões. Juntamente com as “esposas de sal”, escravas sexuais obtidas da mesma maneira, estes escravos têm o estatuto mais baixo na cultura das Ilhas. O povo destas ilhas é independente, prático e vive sem sentimentalismos. O seu maior trunfo é a navegação. Têm várias frotas de navios e vivem tanto no mar como na terra. A sua maior vitória histórica foi a invasão das terras fluviais, tendo construído o castelo de Harrenhal.
Religião
Os habitantes das Ilhas de Ferro adoram o Deus Afogado. Acreditam que este Deus criou o fogo a partir das águas do mar, criando subsequentemente os “Ironborn” para pilhar, destruir e matar. É considerado um acto religioso matar um inimigo, e um rapaz só se torna um homem depois de matar pela primeira vez. Neste sistema de crenças, o Deus Afogado, que vive em palácios debaixo do mar, está em constante luta com o seu arqui-inimigo, o Deus da Tempestade, que habita os céus. Algumas práticas comuns desta religião incluem a bênção com água do mar, a recitação da prece “o que está morto não pode morrer”, a prática de afogar os inimigos para os oferecer ao Deus, e a curiosa instituição de afogar os adeptos do Deus e de os trazer de novo à vida através da reanimação cardiorrespiratória, de modo a torná-los “Homens Afogados”, sagrados aos olhos do Deus.
Euron Olho de Corvo
Euron é a personagem que apareceu pela primeira vez no episódio anterior (“Home”), aquele que aparece a Balon, o Rei, na ponte suspensa, e que acaba por matá-lo. Mas quem é ele? Euron é o irmão mais novo de Balon, tornando-se agora, convenientemente, num forte candidato ao trono. Sendo considerado por todos como uma pessoa desequilibrada, Euron passou os últimos anos como um pirata, saqueando cidades tão longínquas como Qarth. É dito que foi ainda mais longe do que isso, e que perdeu a sua sanidade algures no Mar de Jade, durante uma tempestade. Durante esta tormenta, a sua tripulação teve que o atar a um mastro para evitar que ele saltasse pela borda fora, e, quando recobrou os sentidos, Euron arrancou as línguas de todos os tripulantes, porque precisava de silêncio. É considerado um homem imprevisível, e vai certamente ser uma personagem fantástica.
Aeron Greyjoy
É o padre da religião do Deus Afogado que preside ao funeral de Balon Greyjoy no final do último episódio. É também o seu irmão mais novo, o último dos filhos de Quellon Greyjoy, conhecido na sua juventude pela sua falta de respeito à religião e pelo gosto pela bebida e pelas mulheres. Foi depois chamado pelo Deus Afogado quando o seu navio naufragou numa tempestade. Aeron foi poupado, tendo ido dar à costa a salvo, e dedicou a partir daí a sua vida à religião. Apoia ferozmente as tradições do seu povo e opõe-se à mudança.
Kingsmoot
Este é o nome dado a uma tradição única das Ilhas de Ferro. Enquanto que, antes da instituição dos Sete Reinos conjuntos, as monarquias individuais dos reinos eram hereditárias, nas Ilhas de Ferro temos uma monarquia diferente, na qual o rei é escolhido por votação dos capitães de navios. Qualquer capitão de navio pode concorrer a rei, já que segundo as tradições “cada capitão é um rei no seu próprio navio”. Cada candidato deve escolher três campeões para o apoiarem e representarem. Durante o evento em si, os candidatos farão discursos e darão ofertas à multidão para demonstrar a riqueza que adquiriram com as suas incursões ao continente (normalmente três ofertas diferentes: ouro, pedras preciosas, armas…). No final, os capitães ali reunidos erguerão as vozes e elegerão o novo rei por maioria. Como é óbvio, as mulheres não têm o direito ao voto, e muito raramente são capitãs de navio, mas, como já percebemos, Yara (Asha nos livros) não é uma mulher comum. Para além do facto de ser mulher, tudo nela encarna o homem de Ferro ideal: forte, destemido, um líder infalível, um guerreiro invicto. As incursões ao Norte deram-lhe muita popularidade, e todos sabem que o seu amado Rei Balon a elegera para o suceder. Poderá ser a primeira mulher na história das Ilhas a sentar-se no trono por seu próprio direito?