“Failed Experiments”
Este é capaz de ser o episódio mais pesado da série até agora (por um instante pensaste que eu ia dizer que era o melhor, não pensaste?)
Está tudo a correr mal à SHIELD.
Depois de Lincoln experimentar, contra todas as recomendações, o antídoto que é suposto curar a infecção do Hive, este afinal não funciona. Será que é só um contratempo, e o Fitz e a Simmons (cuja relação se vai desenvolvendo nas entrelinhas) ainda vão conseguir descobrir alguma solução ardilosa? Tudo parece apontar para que sim, caso contrário não recuperamos a Daisy.
E por falar no Lincoln, afinal já não gosto dele outra vez. Eu até quero gostar dele, acho que a personagem tem imenso por onde evoluir, e tem definitivamente um dos poderes mais fixes da série. Mas toda esta cena do amor adolescente trágico pela Daisy já começa a irritar. Numa série onde a maior parte das personagens acaba por tomar decisões racionais, o Lincoln é aquele que parece ser incapaz de não agir impulsivamente sempre que alguém lhe diz para não agir impulsivamente.
Entretanto o Hive está a intimidar o Professor Holden Radcliffe para este recriar a experiência que os Kree fizeram para transformar Humanos em Inumanos. A propósito disso o Hive conta a história de como os Kree o raptaram originalmente, e temos uma cena de flashback engraçada. E ora reparem lá nas pinturas/tatuagens que aquele nativo tem. Será que faz parte da tribo original que deu origem a Wakanda e ao Pantera Negra?
Eles testam o processo nos últimos chefes da HYDRA que restam, e a coisa não corre bem. E por não correr bem, entenda-se que as caras deles derretem como as caras dos nazis quando vêem a Arca da Aliança no Indiana Jones e a Arca da Aliança.
Como isso falha, o Hive decide que vai finalmente usar os artefactos que têm andado a ser ameaçados durante os últimos episódios, e que aparentemente funcionam mesmo como uma espécie de alarme para avisar que a experiência deles falhou. O Hive activa o artefacto e em poucos minutos chegam os Kree! Dois deles, para ser exacto.
Eu honestamente estava à espera de uma invasão inteira, mas suponho que não tivessem orçamento para tanto. Mas mesmo assim só dois parece pouco impressionante. Hive justifica isto dizendo que eram só guardas que estavam estacionados fora do sistema solar, como empregados da limpeza para o caso de a sanita começar a transbordar.
Mas dito isto, temos Kree a darem porrada ao Hive! Que mais é que poderíamos querer?
Entretanto, a SHIELD aproveitou o momento para entrar com uma equipa de novas personagens secundárias que eu estava absolutamente convencido que iam morrer todas. Mas não, estão a dar-lhes nomes e falas apenas para nos importarmos quando de facto as matarem eventualmente.
Gostei imenso da cena da May a dar a volta ao James (Hellfire) no bar. O diálogo deles estava muito divertido, e para uma relação de cinco minutos em que a May lhe está a mentir, conseguem ter mais química do que a Daisy alguma vez teve com o Lincoln. O James continua a ser um fanfarrão divertido, e a May continua a ser fria e implacável, recomendando a toda a gente para não se envolver pessoalmente nas decisões que tomam. Cheira-me que vai ser a May a morrer no fim da série.
Entretanto os Kree são grandes e maus e muito poderosos, e dão porrada com imensa facilidade a uma data de gente até chegarem ao Hive. O Hive por sua vez, depois de levar uns murros, decide desfazer o soldado Kree. Nesse momento uma das novas agentes dispara um míssil ao Hive, mas ele fica melhor.
Aparentemente vai ser preciso mais do que explosivos para destruir o Hive.
A Daisy também despacha o seu guerreiro Kree com uma eficácia bruta, arrancando-lhe a coluna.
A Daisy está cada vez mais creepy, a falar de querer converter toda a gente ao culto do Hive. A interpretação da Chloe Bennet está cada vez melhor, e sempre que a vemos a tentar convencer o Mack ou outras pessoas de que juntarem-se ao Hive é a melhor solução, há uma incerteza misturada com o seu entusiasmo exagerado que deixa transparecer um conflito interior.
Esta dúvida sobre se é mesmo a Daisy que está a tomar estas decisões ou não, é aparente também aos outros membros da equipa, e o Mack parece estar com dificuldade em aceitar que ela não esteja a ser controlada, ou que pelo menos não seja possível convencê-la a resistir. Já por outras vezes o Mack serviu de substituto da audiência, e mais uma vez ele está a ecoar o que nós sentimos como espectadores.
Por um lado, ela parece genuinamente sincera quando diz que é mesmo ela a falar, e que não está a ser controlada, e que quer mesmo que os seus amigos se juntem ao Hive, e isso magoa o Mack mais do que a tareia que ela lhe dá a seguir. Por outro lado, a sua vontade de querer convencer toda a gente parece febril, e cada vez que se vê numa posição em que tem de lutar contra os seus amigos, como fez com o Mack, conseguimos ver que há algo dentro dela que está a ficar muito magoado.
É uma excelente maneira de desenvolver a relação entre o Mack e a Daisy, mostrando que ela está controlada/perdida o suficiente para estar disposta a tentar matá-lo, e que ele mesmo assim se recusa a lutar contra ela.
No fim, o fanatismo da Daisy atinge o seu pico quando ela se voluntaria para se sacrificar para terminar a experiência! (gasp!)
De que maneira é que a Daisy se vai libertar do controlo do Hive?
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Daniel Álvares