Warcraft
Ação, Aventura, Fantasia
M/12
09 de junho de 2016
EUA | 2016
123 min
O pacífico reino de Azeroth está à beira da guerra quando a sua civilização enfrenta uma temível raça de invasores: Orcs guerreiros que abandonam o seu lar em ruína para colonizar outros lugares.
Quando um portal se abre para ligar os dois mundos, um exército enfrentará a destruição e outro a extinção. De lados opostos, dois heróis são colocados numa rota de colisão que irá decidir o destino das suas famílias, dos seus povos e das suas casas.
Duncan Jones
Duncan Jones, Charles Leavitt, Chris Metzen
Paula Patton, Travis Fimmel, Ben Foster, Dominic Cooper, Toby Kebbell, Robert Kazinsky, Daniel Wu, Clancy Brown, Burkley Duffield, Rutger Hauer, Daniel Cudmore, Ben Schnetzer, Callum Keith Rennie, Ryan Robbins, Donnie MacNeil
Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos era uma das grandes promessas cinéfilas desta entrada de verão, atraindo à partida, e em especial, toda a comunidade adepta de videojogos, com destaque para os admiradores da franquia lançada há mais de 20 anos.
Esta aventura desenrola-se num universo extremamente vasto e de riqueza informativa na linha de aventuras épicas como Senhor dos Anéis ou A Guerra dos Tronos que, comandada pelo realizador de Moon – O Outro Lado da Lua, Duncan Jones, revela uma clara intenção de não defraudar as expectativas dos fãs do universo já criado de Warcraft. Destes, eventualmente nem todos adorarão o filme, mas a sua maioria compreenderá algumas adaptações e sentirá uma conexão íntima à história, às personagens e ao próprio desenvolvimento do argumento.
É inegável que, até à data, poucos foram os videojogos que geraram filmes de qualidade razoável e que isso se assume como uma indubitável injustiça, havendo jogos com histórias verdadeiramente fantásticas que merecem, há muito, um trabalho cinematográfico condizente. Warcraft é, provavelmente, nesse sentido, um dos melhores esforços conseguidos até hoje.
Há alguma mestria na forma como Duncan Jones maneja os sentimentos que vão brotando do filme, nomeadamente a incapacidade absoluta de escolhermos um lado bom e um lado mau. Esse modelo clássico de histórias de aventuras dá lugar à relação que um jogador de Warcraft sente quando inicia a sua campanha: há que escolher o lado dos Orc’s ou dos Humanos, havendo razões válidas para escolher qualquer um deles. Essa inteligência na forma de expor a narrativa contribui para que várias personagens tenham uma preponderância enorme na história – uma vez mais, à semelhança das característica do videojogo.
A nível gráfico, Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos tem momentos de autêntico deleite, deixando-nos de queixo caído com o preciosismo digital que a equipa responsável pelos efeitos especiais conseguiu transpor para o ecrã.
A aventura é cativante, as razões apresentadas como origem do encontro entre as duas espécies são credíveis, as emoções que as personagens emanam prendem-nos de forma muito bem conseguida.
Ainda assim…parece que falta qualquer coisa.
A impressão com que se fica no fim do filme é que…tudo passou demasiado depressa. A narrativa está tão célere, em alguns momentos, que rouba a oportunidade de mergulharmos emocionalmente nos problemas apresentados e, se para os que já conhecem a história esse será um problema menor, para os que vão virgens para o seu visionamento talvez fiquem com um ligeiro amargo de boca. Chega a ser difícil evitar de pensar o que seria desta exploração cinematográfica se lhe tivessem dado o mesmo tempo que, por exemplo, o Senhor dos Anéis teve para nos contar, com maior detalhe, uma vasta panóplia de informações. Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos merecia isso. O espectador merecia ter a oportunidade de ter tempo para absorver toda a riqueza e informação com mais calma.
Diga-se, também, que algumas das escolhas de casting são, pelo menos, susceptíveis de alguma dúvida. Eventualmente um Medivh de ar mais forte e sapiente ou um Khadgar mais espevito e excêntrico lhe retirassem algum ar de produção Disney e trouxessem mais qualquer coisa às personagens. Não são todas, claro. Travis Fimmel como Lothar, e Paula Patton como Garona, por exemplo, dão muito bem conta do recado.
Algumas das críticas de relevância internacional têm sido um pouco implacáveis com Warcraft e, a esse capítulo, creio que há alguma falta de tacto para compreender as mais valias do filme sem nos deixarmos poluir pelas suas lacunas. É uma película que se associa directamente a uma comunidade que há muitos anos faz existir e alimenta a realidade Warcraftiana, não procurando ser algo que se apresenta como a origem clássica de uma franquia comercial e, por isso, compreende-se a sua abordagem. – se o quiser ser, porém, creio que poderá falhar em deixar plantada a semente do desejo de sequela em todos aqueles que, até aqui, ignoravam concepções como Azeroth, Fel, Lothar ou Durotan.
O tempo o dirá.
O filme foi tudo aquilo que estavas à espera?
Aspeto gráfico arrebatador
Universo expansivo e rico
História intimamente ligada à sua origem: jogo e jogadores
O ritmo narrativo demasiado acelerado pode colocar em causa a ligação emocional que o espectador cria com os variados personagens e tornar elementos da história demasiado repentinos.