Este ano, a Square Enix veio encher a nossa colecção com produtos Final Fantasy XV. Entre o jogo (que sai dia 29 de Novembro), o anime Brotherhood: Final Fantasy XV, o jogo de pinball, as apps para smartphone e, por fim, o filme, que saiu a 30 de Agosto deste ano, Kingsglaive: Final Fantasy XV, a produtora não tem descansado para tornar esta experiência a melhor que tivemos até agora.
Quando vemos um filme da saga Final Fantasy ficamos um pouco com a sensação de “meh… lá vão eles tentar de novo”. Com o primeiro, Final Fantasy The Spirit Within, a empresa entregou-nos um filme com um traço a pãozinho sem sal, que foi esquecido pelos fãs (há até vários vídeos a fazer troça do mesmo); depois veio Final Fantasy VII: Advent Children, um filme em que a história não foi o ponto principal do mesmo mas sim a acção, uma pena para quem nunca jogou o jogo e um desastre para quem jogou e sabia que este mundo tinha tanto para dar…
Este ano chega-nos Kingsglaive: Final Fantasy XV e bem… é algo que tens mesmo de ver! Desde a direcção artística, à banda sonora, ao mundo que foi criado e… à história! Sim, é verdade! Finalmente a Square Enix conseguiu fazer um filme com um início, meio e fim – tendo uma muito boa história cheia de acção.
O filme veio para servir como prólogo ao jogo Final Fantasy XV, que tem data de lançamento prevista para dia 29 de Novembro deste ano. Tal como Tabata, director de Final Fantasy XV, indicou, quem está a pensar jogar o jogo deveria ver o filme antes, uma vez que é uma perfeita introdução ao novo episódio da saga.
A história começa no reino mágico de Lucis, “casa” do cristal mágico que lhes fornece protecção e poder, algo que o império de Niflheim tem intenção de roubar! A guerra entre as duas nações começou há vários anos, e esta não tem tido fim… mas sim uma “pausa”, visto que o Reino se encontra protegido graças a uma enorme barreira mágica que previne qualquer ataque por parte do inimigo.
Um mundo onde a tecnologia luta contra a magia… muito à square enix!
De modo a combater as forças invasoras, o rei Regis Lucis Caelum criou uma força de elite denominada Kingsglaive, uma força capaz de utilizar magia, e que é comandada pelo capitão Titus Drautos. Durante a acção teremos a oportunidade de ver Nyx Ulric e os seus parceiros a lutar contra as forças armadas do Império de Niflheim e, assim, proteger a grande cidade de Insomnia, um género de Nova Iorque “à Final Fantasy“.
Embora a história seja cliché e tenha algumas parecenças com Final Fantasy VI, na qual presenciamos a “Guerra da Magi” – guerra entre os poucos que ainda usam magia contra as máquinas do Império – , está bem estruturada e leva-nos a um filme que vale a pena ver. As personagens apresentam um enorme carisma e é fácil apaixonar-mo-nos por estas, para além de todas apresentarem uma sub história que nem sempre é fácil de perceber e que dá ainda mais riqueza ao filme.
Mesmo sendo um filme feito a computador, Kingsglaive: Final Fantasy XV, apresenta um óptimo argumento, onde podemos ver uma enorme cumplicidade entre as personagens, nomeadamente Nyx, Libertus e Crowe – que aparentam ter estado sempre juntos. Os actores que deram voz às personagens também fizeram um óptimo trabalho, podemos contar com talentos como Aaron Paul, que interpretou Nyx; Sean Bean, que deu vida ao Rei Regis; Lena Headey, que deu voz à princesa Luna ou Darin de Paul, que representou Ardyn Izuna, o braço direito do Imperador Ledolas. O trabalho feito por eles foi tão bom que percebemos logo no início o quão vicioso Ardyn é, assim como até que ponto o Imperador Ledolas Aldercapt está de acordo com tudo o que está a acontecer na guerra.
A Square Enix conseguiu juntar um bom filme de acção, com fantasia e uma boa história. De modo a não fazerem um filme demasiado longo (visto este durar cerca de 1h55), algumas cenas parecem um pouco cortadas, no entanto não perdemos qualquer conteúdo, uma vez que a ideia conseguiu ser transmitida e saímos da sala com o sentimento que não ficou nada por contar.
Graficamente, o filme está soberbo. A equipa esforçou-se “drasticamente” para que os personagens possam emitir todos os seus sentimentos fisicamente. O olhar, o morder dos lábios, as rugas de expressão, o suor… foi tudo desenhado e desenvolvido na perfeição. Podemos ver que a equipa se inspirou em episódios passados, por exemplo, poderemos, logo no início, ver monstros parecidos com a Ruby Weapon de Final Fantasy VII; as naves do Império parecem ter saído de Final Fantasy XII visto que a maior parte delas parecem vir do Império de Arcadia que encontramos em Ivalice. Alguns do cenários foram aproveitados de Final Fantasy Versus XIII e retrabalhados para Kingsglaive, se bem que só os mais atentos é que vão reparar.
Concluindo, Kingsglaive: Final Fantasy XV, é um óptimo filme que vale a pena ver, mesmo que nunca tenhas jogado os jogos. Sendo uma perfeita abertura para o jogo que vem aí, o filme conseguiu entregar-nos aquilo que nos foi prometido, uma história com início, meio e fim, uma fantasia apaixonante repleta de acção e efeitos especiais de topo. Esta última entrada cinematográfica da Square Enix fez tudo para entregar uma experiência inigualável e, ao mesmo tempo, não estragar a surpresa que o jogo nos prepara.