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Este último fim de semana em Lisboa foi marcado pelo Iberanime, um evento para aficionados por todas as formas de entretenimento influenciadas pela cultura japonesa, no Meo Arena. Um evento para desinibir todas as nossas paixões por anime, mangá, jpop e muitos outros media e passatempos. Os videojogos não ficaram para trás nesta celebração. A decorrer de forma paralela na Sala Tejo tivemos o 4Gamers, focado em diferentes vertentes deste meio. Nós não perdemos a oportunidade!

Para os amantes de eSports, as grandes estrelas foram, sem dúvida, as duas competições centradas em Counter-Strike: Global Offensive e no imparável League of LegendsCS:GO Masters e LOL Masters foram decorrendo ao longo do evento acabando com as finais na tarde de Domingo. Com dois palcos em destaque, a acção projectada num grande ecrã, comentário ao vivo e uma enorme plateia a assistir era fácil de ficar intoxicado com a acção.

Primeiro dia da competição da LOL Masters.

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No piso superior, os espanhóis Giants Gaming fizeram um Q&A com os fãs sobre a sua equipa de LOL e as expectativas para o futuro, com uma sessão de autógrafos a acompanhar. Vários Youtubers e Streamers da plataforma Twitch também tiveram destaque nos painéis do evento. Um dos painéis que tivemos oportunidade de assistir foi focado no percurso que Schyax e Impakt fizeram como Streamers de LOL. E deixaram um concelho importante para aqueles que desejam seguir esta carreira: Não torrem dinheiro em material caro logo de inicio, comecem com o que têm a mão e vão melhorando as vossas condições em correspondência ao vosso sucesso.

Q&A com Giants Gaming.

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Mas no fundo nós sabemos que a melhor maneira de apreciar realmente um videojogo é pondo as mãos na massa. A Sony ofereceu a oportunidade ao público de experimentar com antecedência algumas das novidades da PS4 mais esperadas. Chamando mais a atenção para Farpoint, o FPS futurista para a PlayStation VR. Ideia com potencial mas ainda falta muito tempo para saber se o videojogo vai ser um sucesso comercial ou não. Afinal a tecnologia de Realidade Virtual ainda está naquela fase em que ainda é apenas mais uma “moda”, talvez seja desta que enraíze no solo. Também em destaque tínhamos o Gran Turismo Sport, com a oportunidade de apreciar esta famosa série de simulação de condução realista com volante e cadeira especializada.

Dois visitantes a jogarem Strikers Edge.

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Indo para os controlos mais tradicionais, jogámos o jogo de luta Injustice 2 que deves manter debaixo de olho se fores fã da DC Entertainment e da jogabilidade de Mortal Kombat. A demonstração deste evento deu nos a oportunidade de jogar o modo de versus com Batman, Superman, Aquaman, Atrocitus, Supergirl, Dr. Fate, Swamp Thing, Blue Beetle, Harley Quinn, Wonder Woman, Deadshot e Black Canary com antecedência. Uma pequena amostra do elenco final quando o videojogo sair. Também pegámos em Wipeout Omega Collection, uma compilação de Wipeout HD, Fury e 2048. Correr em 4K com HDR no novo hardware da Sony fez maravilhas à experiência de alta velocidade. Com a Nintendo a ignorar F-Zero e com o fecho da Psygnosis, fiquei um pouco preocupado com o que estava a acontecer com os racers futuristicos, um dos meus géneros favoritos. Foi bom ver que ainda não foram esquecidos. E claro, não podíamos deixar de mencionar, Strikers Edge, o videojogo competitivo de “dodgeball” medieval e de fantasia, um produto nacional.

Vitrohm Tv Brinca.

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Na Sala de Retrogaming, os visitantes tiveram direito a uma exposição de várias consolas antigas onde se podia deitar a mão na massa e experimentar as diversas relíquias. Material disponibilizado pelo museu de videojogos português, Nostálgica. Algumas faces bem conhecidas como: a arcada com Virtua Tennis, Mega Drive com o popular Streets of Rage II, a Saturn com Sega Rally, Gameboy com Tetris, entre outros. Outras que eu nunca tinha tido a chance de experimentar até agora, como Metal Slug: 1st Mission na consola portátil obscura Neo Geo Pocket ou até mesmo um clone de Pong na Vitrohm Tv Brinca, a única consola totalmente portuguesa que alguma vez existiu. Apesar de ser tudo material electrónico mais antigo, curiosamente esta foi a secção mais popular entre as crianças mais pequenas e o publico mais casual. A simplicidade ainda compensa. Até vi um exemplo em primeira mão, enquanto aguardava pelo inicio de um dos painéis, assisti um rapaz a fazer uma pequena birra ao pai para jogar Super Mario Bros. na NES. Ainda tens pinta velho canalizador.

Ao lado, na Sala Game Developers fomos espreitar a cena indie portuguesa. Vários estúdios e estudantes do meio apresentaram os seus portefólios e produtos comerciais. Alguns já deves conhecer como “suspeitos do costume” de outros eventos, mas eu acho que são sempre importantes de se referir. De entre os que mais se destacaram para nós foram: O jogo shooter sidescrollermetroidvaniaGreedy Guns da Tio Atum, inspirado por Contra e Metal Slug. Tem um estilo cartoon muito animado, que adorámos e apesar de ser em duas dimensões, são usados controlos modernos inspirados nos FPS com os gatilhos para disparar e saltar com a opção de apontar a 360º com o analógico direito.

Hero’s Town.

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Outro foi Hero’s Town da Dream Studios, um videojogo de gestão e recolha de recursos para construir uma vila que sirva de ponto de encontro a vários aventureiros num mundo composto de recortes de papel. Por parte de Space Pajamas, vimos o Beat’em Up mais hilariante de sempre. Em Super Nanny Sleepy Time, jogamos com uma ama-seca que tem de andar à almofadada nas hordas de crianças para as atirar para a cama, porque isto já está na hora da sesta. A ideia surgiu durante uma game jam, onde a vitoria inesperada trouxe a atenção internacional a este grupo de desenvolvedores. Prova que depois de se enviar o convite, o sucesso pode aparecer sem avisar. E merecendo a atenção de todos, Super Arrebenta Manos, projecto pessoal de José Castanheira que consiste num clone de Super Smash Bros. utilizando personagens indie portuguesas como o Inspector Zé ou o Assassino de Quest of Dungeons.

Discussão entre Ivan Barroso, Filipe Luz e Ricardo Almeida sobre as tendências dos videojogos para 2020.

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Mas o verdadeiro tesouro rico em conhecimento do 4Gamers foram as diversas workshops e apresentações por profissionais da indústria, e professores da Universidade Lusófona e da ETIC. Alias, o evento teve tantos painéis distribuídos pela duração do mesmo que era mesmo impossível assistir a tudo. Para dar alguns exemplos: O professor Ricardo Almeida deu uma aula sobre game design onde foi explorada a importância de todas as vertentes de um videojogo, como arquitectura e música na sua construção utilizando exemplos encontrados em videojogos comerciais, como God of War e Dark Souls.

Concerto de chiptunes por Miguel Cintra, compositor de Greedy Guns.

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Nélio Codices, partilhou o seu percurso como desenvolvedor, desde que começou a programar numa MSX (computador conhecido por ser o berço da série Metal Gear) até ao seu trabalho na empresa Battlesheep, conhecida por vários produtos comercias como o Planeta Olá. Se tens interesse em seguir esta área não podes mesmo perder este tipo de oportunidades no futuro! E fecho o artigo com as palavras que o professor Ivan Barroso partilhou connosco: O que não falta nesta área são vagas nas empresas para encontrar emprego, mas o que é preciso é pessoal especializado. Portanto esmera-te para tirar as melhores notas do curso e constrói o teu portefólio deste o 1º ano do curso.

O 4Gamers é um evento que mal chegou aos calcanhares da Lisboa Games Week, mas mesmo assim teve muito para dar e houve sempre algo para todos apreciarem. Mesmo que não gostes muito da cultura de eSports ou de streaming. Uma bom local para fazer um desvio para quem vem visitar Lisboa, ou para vir ao Iberanime, ou por outro motivo qualquer. Voltamos para o ano.

Também andaste por lá?