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Black The Fall foi um daqueles indies que me suscitou imensa curiosidade desde o primeiro momento em que vi o seu trailer de lançamento. Com berço no Kickstarter, este videojogo foi desenvolvido pela Sand Sailor Studio e distribuído pela Square Enix. Com uma clara inspiração em Inside, chegou agora até nós envolto em grandes mistérios e estamos aqui para te contar como é a sua experiência de jogo.

Black The Fall passa-se num clima de opressão, onde a grande maioria dos seres humanos vivem aprisionados para alimentarem a máquina Comunista. Todos os dias eles são levados a fazer exactamente a mesma tarefa que terão de repetir mecanicamente a todo o segundo das suas vidas. Proibidos de terem qualquer noção de liberdade, continuam a garantir que a máquina continua a funcionar noite e dia apesar da precariedade das suas vidas. Continuam puxando uns botões, dando à manivela, pedalando como se não houvesse amanhã. Tudo sob vigilância muito apertada e sem compaixão nenhuma por estes seres cada vez mais infelizes e deprimidos. É neste ambiente muito monocromático que vivem os humanos de Black The Fall. Até que um dia, um deste maquinistas, torna-se astuto o suficiente para saber decifrar todas as falhas neste sistema e tentar a sua sorte numa fuga.

É aqui que tu entras. Puzzle a puzzle, com dificuldades mais ou menos moderadas, vais ter de ajudar este maquinista a escapar-se deste regime. Terás mesmo de pensar fora da caixa, para conseguires prevalecer nestes cenários. Alguns mais criativos que outros, submetem-te a um nível de dificuldade que desafia os teus sentidos! Por isso prepara-te para alguns puzzles engenhosos! Ao longo do videojogo, vão surgindo também algumas mecânicas imprevisíveis que surpreendem com a interactividade das suas soluções. 

Mas se há algo que marca imensamente Black The Fall é a sua curta experiência. Só para teres noção tu poderás passar este videojogo em no mínimo uma hora e meia! O pior de tudo é que a história de fundo em si só começa a aparecer no background do videojogo já quase a meio dos capítulos. Até então eras um boneco que simplesmente fugia de um lado para o outro. Sem sabermos onde iríamos parar, porque estávamos ali ou como fomos lá parar em primeiro lugar, etc,etc… Algo que estava a comprometer a experiência de jogo que estava a tornar-se vazia e sem assunto.

Isto até que finalmente pude ver para lá das cortinas, o que realmente se estava a passar ali. A partir daí, esta experiência adquiriu um ritmo diferente, emoções começaram a surgir suscitando maior envolvimento da parte do jogador. A música também ajudou a construir este ambiente. Apesar de algo industrial, mecânica, é também relativamente calma em certas partes para suscitar suspense e em outras activa-te a adrenalina, como quem foge do rabo à seringa.

Por fim? Chorei. Black The Fall foi algo belo de se jogar em certa parte. Foi um caminho emocionalmente desafiante de se trilhar com este videojogo, o que torna esta crítica repleta de mixed feelings. Foi algo difícil de digerir a sua brevidade e o pouco conteúdo que apresenta mas por fim encheu-me um pouco o coração. Sinto que este indie tinha muito potencial para ser muito mais que o produto final que joguei. Assim este videojogo desiludiu-me bastante. Se em parte a criatividade demonstrada em certos capítulos é brilhante, mais de metade do videojogo é palha. É tão curto de duração e no entanto mais de metade do tempo não te será memorável. O que vais guardar em ti deste videojogo será apenas o seu final. O que para mim, infelizmente, faz com que Black The Fall não valha o teu precioso tempo e dinheiro, tendes outras opções muito melhores como o Inside. Isto a menos que tentes digerir este videojogo muuuuuito aos poucos.

Black The Fall está já disponível na Steam, Xbox OnePlayStation® 4 e Nintendo Switch.

 Queres ainda assim dar uma oportunidade a Black The Fall?

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A minha paixão pelo Cinema e Videojogos levou-me pelos caminhos da Animação e Pós-Produção e a cobrir essas áreas aqui no Cubo Geek.

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