Paladins é um FPS multiplayer desenvolvido pela Hi-Rez Studios, um estúdio mais conhecido por êxitos como SMITE. Paladins foi lançado para Steam, Playstation 4 e Xbox One no início do mês de Maio, após cerca de dois anos de fases Beta, e agora, muito recentemente foi anunciado o seu port para a consola híbrida da Nintendo. Sendo que já tivemos acesso a esse port para a Nintendo Switch, tivemos também acesso ao seu pack de fundador, e sobre esse já entrarei em detalhes mais à frente.
Para já tudo o que precisas de saber é que este videojogo é uma versão mais fantasiosa de Global Agenda. Um videojogo online team-based, mais virado para sci-fi, desenvolvido por este mesmo estúdio e que teve o seu lançamento em 2010, sendo mais tarde disponibilizado gratuitamente em 2011. No fulcro de ambos estes videojogos está uma inspiração assumida em Team Fortress 2. Um grande marco neste género a que ninguém ficou indiferente e que também está disponível para jogares gratuitamente. No entanto, se não és novo nestas paragens, sabes perfeitamente que este tipo de videojogos são só gratuitos entre aspas. Pois estes possuem muito conteúdo que para teres acesso terás de comprar com dinheiro verdadeiro in game, e Paladins obviamente está incluído no grupo.
Muitos jogadores afastam-se imediatamente deste tipo de videojogos, mas verdade é que só gasta quem quer, e este videojogo em si é belo, equilibrado e plenamente jogável na mesma. Eu pessoalmente percebo os benefícios desta estratégia, porque primeiro que tudo estes estúdios não te estão a cobrar para te viciares nos seus títulos, mas por outro lado, eles têm de conseguir lucrar com o seu trabalho. Assim vejo mais estas compras como “doações” que faço de uma forma a retribuir um pouco o favor… Mas claro que os jogadores mais competitivos vão sempre gastar rios de dinheiro neste tipo de videojogos.
No caso de Paladins, eles aqui ordenham os jogadores ao máximo através da customização dos personagens. O que podes comprar na Loja são aparências, armas, emotes, poses, sprays, montadas e falas para as tuas personagens, bem como pacotes e loot boxes com muitas outras coisas. A grande diferença dos outros videojogos para este aqui, é o facto de podermos escolher comprar logo aquele item que tanto queremos, sem termos de esperar que esse nos calhe numa loot box.
No entanto poderás adquirir muitas destas coisas conforme fores jogando, se comprares o Passe de Batalha, que também é pago com dinheiro verdadeiro… De facto, pouca coisa é adquirível com o dinheiro do videojogo em si. Maioritariamente consegues desbloquear os personagens, mas se comprares o pacote de fundador já disponível e que te dá acesso ao videojogo antes do seu lançamento, terás praticamente já tudo desbloqueado. Mas a verdadeira beleza de Paladins não está só embutida na componente de customização, que por si só, diga-se de passagem, torna cada personagem muito única. O ponto chave para o sucesso deste videojogo é o estilo de combate muito ímpar de cada um dos seus heróis.
Por defeito quando crias uma nova conta em Paladins, tens acesso a 36 heróis que irás desbloqueando conforme progrides no campo de batalha, através do gold que fazes com a tua experiência. Se tiveres adquirido o pacote de fundador, no entanto, todos os heróis já estarão desbloqueados à partida, bem como futuros heróis a que de outra forma só terias acesso mais tarde, e os seus respectivos pacotes de falas e alguns itens exclusivos. Paladins tem de facto uma grande variedade de heróis, e cada um destes é muito único em termos de mecânicas de combate. Assim de certeza que encontrarás pelo menos uma mão cheia de heróis com estilos de combates diferentes que te apelem imenso.
Por exemplo, eu agora ando a jogar muito com a Skye. Uma personagem que tem a habilidade de se tornar invisível, criar uma área que dá dano aos inimigos e vida aos aliados, disparar dardos, e ainda tem como habilidade especial lançar uma bomba gigante! Mas outro dos starters que tenho utilizado mais é mesmo o mais básico de todos: Viktor. Este dispara, corre, atira granadas, têm uma mira e como habilidade especial consegue invocar um bombardeamento de mísseis. Já sei, estas duas personagens por si só já te fazem lembrar muito o Reaper e o Soldier 76 de Overwatch, mas questões como quem disparou primeiro nunca foram consensuais, pelo que vamos ignorar completamente essa discussão aqui.
Cada um destes heróis para além de habilidades de combate únicas, encaixam-se nas características de cada uma das quatro classes existentes aqui. Dano, são heróis fortíssimos em ataque; Flanco, personagens que tem tanto uma boa mobilidade como um bom poder de dano; Tanque, controlam a linha da frente com os seus escudos; E por fim Suporte, que providenciam vida aos aliados mas também tem um poder ofensivo. Cada personagem tem também um sistema de progressão independente de todos os outros, que desbloqueia um novo talento quando a personagem atinge os níveis 2, 8 e 12. Só aqui temos algo que nos agarra e faz-nos querer imenso evoluir estes heróis. Para além de teres de escolher somente um dos talentos que tens para levares contigo para o campo de batalha, também terás ainda de escolher um baralho customizável de 5 cartas.
Cada carta tem um efeito especial à semelhança dos talentos, algumas tornam os ataques mais fortes, outras reduzem o tempo de recarregar armas, outras dão vida mediante determinada condição, etc… Um aspecto muito positivo neste videojogo é que apesar destes sistemas estarem implementados, a verdadeira chave para o sucesso continua a ser os skills do próprio jogador. Não havendo uma diferença de poder esmagadora que impossibilite os jogadores mais novos de se divertirem e conseguirem dificultar a vida a jogadores mais experientes.
Quanto aos modos de jogo em si, estes são sempre disputados entre duas equipas, cada uma com 5 elementos. Os modos são: Deathmatch, onde as equipas disputam quem consegue alcançar primeiro o marco das 40 kills; Cerco, em que a tua equipa tem de conseguir conquistar e escoltar um payload até conseguir conquistar 4 pontos; Competitivo, semelhante ao modo Cerco, mas aqui evoluímos por rank e este só está disponível quando a tua conta atinge o nível 15; Por fim, Treinamento, onde podes experimentar todas as personagens num campo de batalha com alguns inimigos para abateres.
Dentro destes modos podes ainda adquirir itens que tem efeitos imediatos no combate. Esses são pagos através de uns pontos que vais acumulando ao longo da partida. Antigamente ainda tínhamos o modo Battlegrounds que era um modo battle royal, mas o seu sucesso levou o estúdio a criar um videojogo totalmente à parte chamado Realm Royal que neste momento se encontra em fase Alpha mas também estará disponível gratuitamente.
Posto o grosso da complexidade deste videojogo de parte, Paladins consegue facilmente proporcionar uma excelente experiência competitiva e divertida. Com heróis que conseguem ser facilmente assimilados pelo jogador graças à intuitividade dos seus estilos de combate. Os controlos, especialmente no caso de jogares com um comando, são muito simples responsivos. No entanto neste port senti a falta de uma integração tanto de motion controls no combate, como de touchscreen a nível de navegação no UI. É bem possível que o estúdio já esteja a trabalhar nestas integrações para o futuro, quando o videojogo for lançado oficialmente.
A simplicidade dos grafismos, e a sua estética fantasiosa, são também um plus que agrada imenso à vista. O seus cenários disponíveis, embora sejam pouquíssimos quando comparados com as personagens, detém uma apresentação limpa e de cores fortes. Conseguindo transmitir muito bem o seu género e deixando que as personagens se sintam-se em casa com o seu design cartoonista. Com uma animação eficiente, só tenho a apontar o ciclo de salto das personagens, que saltam a uma altura tão curta que se sente que há algo a bloqueá-las no ar. Esse detalhe é notório mais numas personagens do que noutras, mas incomodou-me bastante e nunca tenho a certeza se de facto consigo saltar para cima desta ou daquela plataforma. Para complementar, a banda sonora é composta por uma orquestra que nos brinda com tons épicos e profundos.
Em termos de desempenho, acuso que os loadings são mesmo muito longos neste port para a Nintendo Switch. O videojogo demora a carregar tanto o lobby como depois a apresentar os resultados da partida de uma forma tal que por vezes dá erro. Mas sendo que estamos ainda numa fase de testes, é de esperar-se que estes incidentes estejam a ser corrigidos. No geral este port corre a 60fps e a 720p sem quebras e conseguindo manter alguns detalhes.
Apesar de alguns constrangimentos no port que tenho estado a testar, jogar Paladins é sem dúvida uma experiência viciante. Apetece-me sempre jogar mais uma e outra partida, até que dou por mim sem conseguir por o videojogo de lado! Prevejo uma boa adesão a Paladins especialmente sabendo que temos crossplay com os jogadores da Xbox One. Logo espero encontrar-te no lobby.
Paladins já está disponível para Playstation 4, Xbox One, Nintendo Switch (através do pacote de fundador) e na Steam para PC e Mac.