É o futuro não muito distante e a habilidade para viajar à velocidade da luz tornou-se uma realidade, e como resultado uma nova missão espacial foi formada à pressa para investigar uma ameaça extraterrestre.
Em Faster Than Light #1 de Brian Haberlin, isto é explicado ao leitor ao longo deste primeiro fascículo, tornando-o cheio de exposição e passados de personagens, e assim esta banda-desenhada fica uma introdução lenta que não aproveita a aliciante ideia de Haberlin com Skip Brittenham – é verdade que caraterização faz uma boa história, mas infelizmente Harbelin tentar meter demasiada, demasiado cedo.
A estranha primeira página surge estranha e sombria, parecendo ser uma maquete de texto/gráfico mas que talvez se encaixa no contexto da história da BD, mas depois de se ler percebe-se que não passa de uma app para telemóvel para aumentar a experiência da leitura, nada mais do que um pouco de autopromoção – não há mal nisso, claro, mas passa a mensagem que o método de entrega vem literalmente primeiro do que a história.
Este primeiro volume parece prometer que Faster Than Light será um grande épico, mas não mostra nada que realmente indique que a série acabará por ser um, pois no que toca a enredo, os diálogos arrastados sobre como os astronautas se apresentariam a uma espécie alienígena são quase dolorosos, e a tensão entre a Capitã despromovida e os companheiros de bordo parece quase como estar sentado junto a um grupo de pessoas que estão conversar demasiado alto e sobre um tema que não vos interessa. Só mesmo nas páginas finais é que a atenção passa da exposição para exploração, e o enredo de Haberlin começa a mostrar sinais do seu potencial, mas só acaba mesmo por salientar as falhas do resto do fascículo, resultadas certamente por ser apenas a primeira parte de uma história escrita para ser lida toda de seguida numa Edição de Colecionador.
E Harberlin não parece gostar muito de desenhar personagens como gosta de desenhar naves todas high tech – o seu trabalho é competente, mas algumas das suas figuras parecem rijas e com expressões faciais um pouco bizarras. Mas juntamente com o colorista Geirrod Vandyke, os desenhos de Haberlin de aeronaves futurísticas, de espaço nos fundos, e paisagens extraterrestres são bem ilustrados, mas em planos mais aproximados acaba por parece mundano e pedestre, como se estivessem a tentar copiar o futuro sujo e usado de Ridley Scott.
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