Crítica | Inferno

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Por Redação escritor/a em SOMOSGEEKS.PT
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Não é de admirar quando a boa literatura sai das mãos de um autor e não cessa a sua continuidade. Dan Brown mostra-nos perfeitamente essa faceta das suas obras ao lançar o seu sexto livro de ficção, sendo o quarto a ser protagonizado pelo não menos icónico professor e simbologista Robert Langdon.

Agora a pergunta: O livro foi publicado em 2013. Só agora o estamos a analisar? Questão compreensível. Mas recorde-se que esta análise vem no seguimento da futura estreia da versão cinematográfica, novamente realizada por Ron Howard, que adapta o relato desta nova história. Com estreia marcada para 13 de Outubro, é um filme que promete Tom Hanks a regressar ao papel e garante a máxima adrenalina aos seguidores mais fiéis.

Por entre as páginas deste novo mistério, Brown escreve Inferno para nos transportar a Florença, Itália, onde Robert Langdon acorda numa cama de hospital sem memória do que lhe aconteceu previamente. Porém, e como já é de esperar do tipo de escrita enfática e repentina do autor, a história desenrola-se sem chegarmos a um estado de implorar que assim aconteça. O professor passa a ser vítima de tentativa de assassinato e entra em fuga, ao mesmo tempo que tenta descobrir o que lhe aconteceu. Com a Dra. Sienna Brooks, começa a desvendar pequenos detalhes das horas anteriores até se ver dentro de uma trama maior que si mesmo e toda ela com origem numa simples obra de arte, o Mapa do Inferno, de Sandro Botticelli. Aquilo que parece ser apenas uma disputa entre poucos transforma-se num plano que visa transformar o futuro da humanidade, e o mistério, esse aparentemente só pode ser desvendado pelo respeitado simbologista.

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Agora, claro, spoilers não podem existir, especialmente após sabermos que o dobro do secretismo tem de ser considerado para com quem ainda não passou os olhos no livro e sabe que está para estrear o respetivo filme.

Consigo no entanto destacar três aspetos que considero serem motivos suficientes para entrares na livraria mais próxima e devorar esta obra em pé no meio do espaço… isto assumindo que ninguém te chama à atenção ou te avisa que ou compras o livro ou sais da área. Primeiramente, entramos pela excelente forma de escrita de Dan Brown. Claro está que é a mesma técnica usada nas suas restantes obras literárias, mas para quem quer uma narrativa objetiva, cujos detalhes apontados são relevantes para a conceção do ambiente e personagens na mente do leitor, ou mesmo até para quem se interessa pela integração e compressão de 99% da narrativa decorrida em 24 horas ou menos, este é sem dúvida um diamante a ter na prateleira.

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Após isso, entramos pela fascinante viagem entre vários pontos de Itália, escrita propositadamente como forma de introduzir em nós uma diferente maneira de conhecer os marcos e locais históricos de tal país… Quem sabe até se apaixonar por estes. Jardins de Boboli, o Palazzo Vecchio, o Museu Bargello ou mesmo o Museu Casa di Dante, são locais de interesse para qualquer turista ou mesmo o leitor mais meticuloso desta obra. Facilmente Brown faz sobressair a sua própria paixão (que de outra forma, já seria óbvia) pelo génio repleto na arte e arquitetura italianas e, sem esforço, consegue transmitir-nos até o mais pequeno bichinho da curiosidade pelo ambiente descrito.

Para quem quer uma narrativa objetiva, cujos detalhes apontados são relevantes para a conceção do ambiente e personagens na mente do leitor (…) este é sem dúvida um diamante a ter na prateleira.

Por fim, falamos na transição de cenas e profundidade de personagens. A história central tem todo o foco, como já é de se antecipar, mas é brilhante a evolução da trama junto com detalhes e breves histórias secundárias que ajudam à perceção e mesmo até compreensão das mentes das variadas personalidades e os motivos que os levam a agir conforme narrado. A justaposição de diferentes cenários, que mais tarde se ligam perfeitamente no enredo, está meticulosamente pensada, mesmo no que respeita ao tempo de ação dos protagonistas face aos passos a serem dados pelos que os opõem.

O livro, na sua essência, é um género de injeção de adrenalina no coração do leitor, ao qual este estará decerto habituado, se conhece os enredos de outros títulos como A Conspiração ou mesmo O Símbolo Perdido. É sem dúvida uma forma igualmente tentadora de se sugerir se este será o fim da personagem mais conhecida de Dan Brown ou se, no fim das contas, mais mistérios a esperam. No geral, esta é uma narrativa rica em pormenores fáceis de escapar do olho do leitor menos consciente e plena de uma sensação carregada de dúvida, com um aroma forte a enigma que pede a sua resolução. Defeitos menores existem sempre, mas não suficientemente grandes para deitar abaixo uma obra tão forte e coesa. A bola fica agora do teu lado.

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Agora diz-nos, não resistes e vais comprar o livro, ou preferes esperar pelo filme?

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