Em Tokyo Ghost #1, o escritor Rick Remender explora os piores aspetos da saturação da Internet e os efeitos de contante estimulação, que transformaram o mundo num lugar onde a maior parte dos humanos são viciados em pornografia, jogos, auto-aumentos e muitos outros tipos de vícios disponíveis.
Seguimos a história de Debby Decay e Led Dent, um par de executores que recebem um “último trabalho” que os vai tirar da familiar sordidez de Los Angeles e leva-os para The Garden Nation of Tokyo, o último país na Terra desligado da rede mundial de feeds de vídeo e aumentações físicas e mentais – e enquanto ela se mantém limpa, o seu parceiro e amante Dent é completamente viciado em estimulantes. O vilão é um homem que vê o mundo como se fosse um videojogo, e Remender usa-o para explorar as dinâmicas da relação e co-dependência das personagens principais.
Remender tenta balançar o futuro sombrio com sátira, salpicando os diálogos com humor negro e apartes, enquanto o artista Sean Gordon Murphy enche os fundos com piadas visuais e easter eggs – só parece faltar um pouco de humanidade.
Murphy acentua os ambientes com desenhos futurísticos que são ao mesmo tempo brilhantes e sujos, atestando cada painel com detalhes violentos e humorísticos; o layout das páginas é quase como o de um jornal, com grandes imagens e depois painéis mais pequenos no topo ou em baixo.
As cores de Matt Hollingsworth também são excelentes, oferecendo aos leitores uma viagem cheia de ambientes de néon – o seu trabalho continua a acentuar o melhor que há na arte de Murphy.
Realmente não falta ação neste primeiro volume, com cabeças constantemente a explodirem em confetti e explosões polvilham a noite como estrelas, um espectáculo que aumenta a tenção arterial do leitor de tão implacável que é o seu ritmo frenético.
Nas páginas finais o escritor promete uma mudança de tom para o próximo volume e depois ainda outro nos próximos números de Tokyo Ghost, por isso ainda é cedo para saber como se desenrolará esta história.
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