Que número incrível! Depois deste número sensacional, esqueci-me como respirar! Eu não tinha pensado no quanto a briga pelo Cubo Cósmico podia ser fantástica, e no quanto esta história poderia prender-me. Pelo menos eu fiquei refém do enredo, não consegui tirar os meus olhos da BD um minuto sequer. Logo após esta discussão, comenta lá abaixo o que tu achaste deste número maravilhoso.
Vou ser bem previsível, e começar esta discussão do começo. Mais uma vez a BD inicia-se com aquele arco espiritual de Steve Rogers, sempre com muita subjectividade. Não é a minha parte favorita, nem a tua, eu acho, porque isto soa-me um bocado confuso. Eu percebo a tentativa de inserir um pouco mais de emoção na BD, um momento em que o leitor sinta-se conectado emocionalmente com o Steve Rogers, o que lembra-nos que ele não é 100% vilão. De certa forma ameniza a personagem. Particularmente, eu gosto deste tipo de recurso, porque se usado com moderação, funciona. E neste caso há moderação, e este equilíbrio permite que alguma coisa desse arco espiritual faça sentido. É claro que levou alguns (muitos) números para que eu percebesse o sentido e conseguisse conectá-lo ao resto da história.
Lembras-te quando eu mencionei a eminente briga entre os Capitães América? Então, acho que com este número todos nós sentimos que isso vai mesmo acontecer! Mal posso esperar! Sam Wilson, o Capitão bonzinho, recuperou bem o papel de herói do povo, da ética e da moral, que o Steve que conhecemos costumava ter, ao fazer um discurso optimista à população de Nova Iorque. Até eu fiquei com esperanças. Isto foi um bom começo.
Depois temos várias abordagens interessantes das equipas que se vão formando para combater a Hydra – a Darkforce, a The Underground e o pessoal que ficou preso do outro lado do escudo, The Shield. Convém lembrar que estas relações entre equipas não foram bem desenvolvidas, até porque o foco não é este, e este é o momento para que elas não só fortaleçam, mas para que nós nos sintamos parte delas, e vejamos como elas funcionam.
Enquanto isso, Sam está a lutar contra os aviões da Hydra, o que, a princípio, pareceu-me estúpido. Às vezes penso que os escritores destas histórias de heróis subestimam os seus leitores simplesmente pelo facto de tudo parecer possível só porque nesta realidade existem coisas irreais. Só que a coesão numa história precisa permanecer real, os factos não podem beirar ao absurdo. Como é que eu poderia acreditar que o Sam teria êxito contra, pelo menos, uns cinco aviões da Hydra, todos eles a atirar contra ele ao mesmo tempo? São estas coisas que eu realmente não percebo. Não convenceu-me. O resultado disto é óbvio: Sam cai, literalmente, no falhanço.
Porém houve uma coisa que, embora fosse meio óbvia, eu gostei. Quasar acorda do seu coma, pronta para salvar o dia, num claro e evidente Deus Ex-Machina. Não estou a reclamar, foi um bom uso do Deus Ex-Machina, o que é bem raro. Podemos bater palmas para Nick Spencer. Rapidamente as coisas resolvem-se, e por um momento é como se a resolução da BD inteira dependesse da Quasar. Ou seja, todos os outros heróis são inúteis. No quesito argumento fiquei bem dividida. Não sei ainda se gostei ou não gostei. Passou-me muita emoção, mas depois da emoção preciso ser racional e ver o que é que funcionou e o que poderia ter sido dispensado do enredo.
Provavelmente ainda não disse isto aqui no Cubo Geek, mas vejo problemas em heróis com demasiado poder – eis um motivo para eu não gostar do Super-Homem, por exemplo. Acho que o super-herói, no sentido mais comum e popular da expressão, já transmite a ideia de alguém com poderes ou habilidades fora do comum.
Tornar um super-herói demasiado poderoso, ou melhor, excessivamente poderoso, é quase uma redundância ridícula. Porque o herói em questão já é poderoso, e torná-lo quase invencível torna-o, aos poucos, desinteressante. O que faz uma história boa ou uma personagem interessante é justamente o desafio. E o excesso de poder é inversamente proporcional ao tamanho dos desafios. Quanto maior o poder, menores ficam os desafios – assim costuma ser, deve haver excepções. Apesar do Deus Ex-Machina ter funcionado bem com a Quasar, achei que, por outro lado, desvalorizou toda a luta dos seus colegas desde o seu coma até agora.
Estou ainda mais ansiosa para ler o próximo número, principalmente pelo facto de Secret Empire acabar no número 10, o que deve ser o gancho perfeito para voltar as atenções para Captain America: Steve Rogers mais uma vez.